III Encontro de Pesquisa e Patrimônio Cultural promove troca de experiências entre pesquisadores
A programação encerra na próxima quinta-feira, 7, no Museu do Estado do Pará, com apresentação de trabalhos e atrações culturais
O terceiro dia do III Encontro de Pesquisa e Patrimônio Cultural, promovido pela Secretaria de Estado de Cultura (Secult), por meio do Departamento de Patrimônio Histórico, Artístico e Cultural (DPHAC), teve uma manhã de palestras e roda de conversa, no auditório Eneida de Moraes, no Centro Cultural Palacete Faciola, nesta quarta-feira, 6.
A primeira palestra do dia, com o tema "Museologia Social e Participação Comunitária", foi ministrada pela Profa. Dra. Lúcia Santana do Museu Paraense Emílio Goeldi e Fórum de Museus da Amazônia. "A discussão que estamos propondo aqui é sobre essa política museológica e principalmente a questão da participação social, envolvendo os movimentos culturais, que estão em busca de ter empoderamento em relação às suas vozes e suas representatividades, e também ver a forma de como que eles estão 'musealizando' o mundo", conta Lúcia.
Em seguida, a antropóloga Adriana Pereira, também integrante do Fórum de Museus, que palestrou sobre as redes de Pontos de Memória. "Nessa experiência [dos pontos de memória] a história é contada a partir do ponto de vista de quem faz história, não é só como a gente coloca no museu, como a gente conhece, aquele museu trabalhado, tudo bem organizado, uma história linda. Na comunidade, nas periferias e terreiros, também tem memória e história, que muitas vezes não é retratada nos museus. Os pontos de memória, esses museus de base comunitária, eles contam a memória da periferia, e esse encontro de hoje é uma oportunidade para a gente dialogar, dizendo que nós estamos aqui, nós existimos, estamos presentes e estamos resistindo", afirma a antropóloga.
A programação iniciou na última segunda-feira, 4, com o tema 'Patrimônio Cultural e Sociobiodiversidade'. O objetivo da ação é de divulgar para sociedade as pesquisas desenvolvidas no campo do Patrimônio Cultural e Ambiental. "Esses primeiros dias foram muito satisfatórios, especialmente para o grande público ficar sabendo o que a gente faz. O professor Paulo Canto, que é aqui da Secult, e está participando das apresentações, por exemplo, tem desenvolvido nos últimos anos um trabalho muito importante na Reserva Técnica do Museu do Estado. Além disso, falamos do nosso projeto Diálogos com Patrimônio, da semana estadual do patrimônio, entre outras iniciativas que estamos produzindo". Diz Ângela Leão, técnica em gestão cultural do DPHAC.
Ainda pela manhã, Cristina Sena, Antônia Salgado (Movimento de Mulheres do Tapanã), Paulo Canto, Antônio Reis (RESEX Marinha Filhos do Mangue) e Célio da Costa (Escola Bosque), fizeram relatos de experiências voltados para o tópico "Patrimônio Cultural e Crise Climática: conhecimento, enfrentamento e mitigação – práticas variadas pela manutenção do bem viver".
O último dia da programação, na quinta-feira, 7, será no Museu do Estado do Pará (MEP), com apresentações de trabalhos da linha temática "Patrimônio Cultural e Linguagens", às 8h30, no Salão das Artes. Depois, entre 14h e 16h, as apresentações seguirão a linha "Patrimônio Cultural, Acessibilidade e Inclusão". Em seguida, das 16h às 18h, o “Patrimônio Cultural e o Direito a Cidade – pela acessibilidade e inclusão das populações historicamente subalternizadas” será tema da mesa redonda com Mametu Muagilé do Instituto Bamburusema de Cultura Amazônica; a multiartista Anastácia Marshelly; Elis Souza do grupo de Carimbó da Resistencia da Feira do Açaí; a bailarina Lo Ojuara; Ruth Clark MC, produtora da Battle Girl Power; a produtora cultural, Samily Maré; Roberta Tavares, representando o Sarau Povo da Noite; Ana Carolina Corrêa do Coletivo Carimbó Panã Avoá e Diogo Monteiro, liderança POTMA.
O encerramento da ação será no Jardim Interno do MEP, a partir das 18h, com uma programação cultural. As atrações serão uma Batalha de Rima com Djay, Limm4, Karol Negrão, Mano Duende, Mão no Bolso, Luzzz, Laíndia, Connan e Klaus Miguel, e os DJ’s Marquinho e Márcio Lins.
Texto: Juliana Amaral, Ascom Secult