Pará destaca, em São Paulo, jornada até a COP 30 e a construção do sistema REDD+
Estado participa II edição da Conferência Brasileira Clima e Carbono
O titular da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas), Raul Protazio Romão, participou, na terça-feira (15), da II edição da Conferência Brasileira Clima e Carbono, em São Paulo (SP). Representando o Pará, ele compôs o painel "Antes de Belém, o Azerbaijão: o que esperar da COP 29", oportunidade em que destacou os preparativos em Belém para receber COP 30, no próximo ano, e os avanços na política climática e ambiental estadual com a estruturação do sistema jurisdicional de REDD+, para a comercialização de créditos de carbono no mercado voluntário.
Raul Romão destacou a expectativa para a COP 30, em Belém, em 2025, e para a COP 29, em Baku, capital do Azerbaijão, este ano. “A COP 30 em Belém vai herdar um passivo de participação social. Nas últimas edições, incluindo a que será realizada este ano, elas têm uma característica de negociação com negociadores de fato, não têm tanto engajamento social. Para a Conferência ano que vem, com a popularização da agenda climática, a expectativa é que haja uma reconexão com as pessoas, com a natureza, porque clima e natureza têm que cada vez mais verterem para o mesmo lugar, não podem ser assuntos estanques, ensilados, separados. Quem puder visitar Belém vai ver que as obras estão muito avançadas em frentes de mobilidade, de hospitalidade", adiantou.
Ao falar sobre estratégias para financiamento climático, o secretário destacou a construção do Sistema Jurisdicional de REDD+ no Pará, que está em andamento e de forma coletiva com povos e comunidades tradicionais, e falou ainda sobre como o Estado vem se preparando para comercializar créditos de carbono no mercado voluntário.
"E aí o Estado estrutura o seu sistema jurisdicional de REDD+, que permite com que ele capte recursos a partir da redução do desmatamento. Estabelecemos uma linha de base, de 2018 a 2022, então a média do desmatamento nesses anos, a partir dali, e todos os anos, entre 2023 e 2027, todos os anos em que o Pará deve reduzir o desmatamento, feitos os descontos de buffer, a gente se credita da redução de emissões e pode ir a mercado comercializar isso ou com países doadores", afirmou.
"Metade das emissões brasileiras vem de desmatamento. No Pará, isso é 75%, aproximadamente, e se você não tem uma estratégia macro de política pública, porque nesses níveis, a gente precisa de abordagem macro para endereçar e enfrentar as ilegalidades. Isso tem que ir para comando e controle, mas também tem que ir para mudança no sistema produtivo e de uso da terra no Estado", disse.
Promovida pela Aliança Brasil NBS, a Conferência Brasileira Clima e Carbono é um encontro que reúne profissionais e especialistas do setor, acadêmicos e representantes do governo interessados nas questões climáticas e nas oportunidades do mercado de carbono.
O painel que contou com a participação do secretário Raul Protázio Romão também contou com Carla Zorzanelli, gerente geral da Aliança Brasileira NBS; Guilherme Lefèvre, gerente de projetos do Centro de Estudos em Sustentabilidade da Fundação Getúlio Vargas; e Nathalie Flores, vice-presidente da UN Climate Change.