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Estudantes da rede estadual aprendem sobre sustentabilidade e geração de renda, em Cotijuba

O projeto 'Essa Flora é Minha Renda', envolveu 87 estudantes da 2ª série do Ensino Médio em uma aula prática interdisciplinar e investigativa para extração do óleo de coco e outros subprodutos do fruto

Por Elisângela Soares (SEDUC)
15/10/2024 16h21

Na última semana, os estudantes da rede pública estadual participaram de uma aula prática para a extração do óleo de coco e outros subprodutos do fruto. O projeto "Essa Flora é Minha Renda" estimula a consciência ambiental e possibilidades de renda na ilha de Cotijuba, em Belém. 

A Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professora Marta da Conceição, localizada na ilha, tem trabalhado em seus alunos, a consciência ambiental por meio de projetos que estimulam a sustentabilidade e geração de renda dentro do componente curricular de Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima. Exemplo disso é o projeto "Essa Flora é Minha Renda", que envolveu 87 estudantes da 2ª série do Ensino Médio em uma aula prática interdisciplinar e investigativa para extração do óleo de coco e outros subprodutos do fruto.

O projeto "Essa Flora é Minha Renda" busca integrar o conhecimento teórico ao prático a partir de uma necessidade percebida pelos próprios estudantes por meio de pesquisas. A iniciativa também busca estimular a consciência ambiental dentro e fora do ambiente escolar e agrega, além do componente curricular de Educação Ambiental, as disciplinas de Biologia e Química, com coordenação das professoras Taiane Novaes e Priscilany Santos.

"Esse projeto acontece semanalmente e os estudantes fazem leitura, fazem discussão e produção textual dentro das quatro disciplinas. Eles participam de atividades práticas, por exemplo, pesquisa de campo, fazem produção de cocada, extração do óleo de coco, e todos esses estudantes, que são do segundo ano do ensino médio, participam de forma muito engajada, devido a essas etapas do projeto fazerem parte de forma direta do processo avaliativo deles. Esse projeto é importante para o desenvolvimento dos estudantes porque ele ajuda no desenvolvimento de habilidades de trabalhar em grupo, saber como faz uma pesquisa de campo, além também de ajudá-los a valorizar ainda mais a biodiversidade local de forma consciente e mais sustentável, possibilitando aprendizagens que podem marcar positivamente essa vida escolar deles nesse ambiente diverso", explicou a professora de Educação Ambiental, Biologia e Ciências da Natureza e suas Tecnologias, Thaiane Novas do Carmo.

Para a professora Priscilany Santos, que ministra as disciplinas de Química, Educação Ambiental e Ciências da Natureza e Suas Tecnologias, a atividade incentiva a iniciação científica, o que é importante para a vida acadêmica dos estudantes. "No projeto ‘Essa Flora é Minha Renda’, feito em diálogo com os estudantes, nós temos o objetivo geral de trabalhar de forma interdisciplinar e investigativa com os estudantes sobre a flora amazônica para que assim eles possam identificar as fontes de renda provenientes da própria biodiversidade local da ilha de Cotijuba, no Pará. O projeto é importante para a aprendizagem dos estudantes, pois os ajuda a participar de práticas de ensino que valorizam a iniciação científica articulada aos conteúdos que ministramos nas disciplinas. A gente percebe o quanto eles estão mais participativos e engajados nas aulas e isso demonstra o envolvimento deles com o projeto que acontece ao longo deste ano letivo. Nós teremos ainda a culminância final do projeto, que vai acontecer em novembro, e nós estamos ainda com grandes expectativas de que eles vão fazer uma ótima apresentação do projeto e vão poder estar apresentando aquilo que eles aprenderam ao longo do ano", afirmou a docente.

O estudante da 2ª série do Ensino Médio, João Carlos Monteiro, conta que tem aprendido bastante com o projeto. "A gente trabalha pesquisas em sala, um dia a gente fez uma pesquisa de campo, fora da escola, a gente entrevistou algumas pessoas, mapeou algumas palmeiras aqui perto da escola, a gente fez todas essas pesquisas ao redor da escola. Esse projeto veio num bom momento, e veio tirar a gente dessa rotina de ficar só dentro da sala de aula. Eu gosto muito desse projeto, ele trouxe vários ensinamentos para nós, biologia, química, geografia, projeto de vida e isso com certeza vai ficar gravado na minha memória. A gente aprendeu também sobre a anatomia das plantas, eu gostei muito dessa parte", disse.

Para a estudante Melissa Soares, também da 2ª série do Ensino Médio, o projeto tem despertado um novo olhar sobre a ilha de Cotijuba.

"O projeto 'Minha Fora é Minha Renda' tem nos ajudado a aprender mais sobre a natureza. Sei que a gente mora em uma ilha, mas a gente não tem muito conhecimento sobre o que a ilha pode nos oferecer e como nós podemos aproveitar os recursos que a ilha nos dá. O projeto veio para abrir nossa visão, a gente encontrou novas formas de ver a ilha, de ver essa natureza maravilhosa e o que a gente poderia fazer e utilizar dos próprios produtos que a ilha oferece. Com o projeto a gente percebeu o quanto a nossa ilha é rica e pode nos ajudar muito. Esse projeto foi muito interessante e especial para a minha vida porque me deu uma nova forma de ver a ilha. Eu acho que eu nunca senti essa paixão por uma matéria ou projeto assim na escola. Hoje eu estou ansiosa esperando o próximo passo que a gente vai fazer no projeto", contou. 

A estudante ainda explica como foi aprender na prática sobre o coco. "Após juntarmos algumas ideias dessa pesquisa de campo, a gente decidiu que tínhamos que falar sobre as palmeiras, porque são árvores que estão muito presentes na nossa ilha, e com isso a gente fez uma segunda pesquisa de campo. A gente saiu da escola e foi para o trapiche da ilha de Cotijuba e nesse caminho a gente mediu a distância de cada palmeira e árvore e o estado dela. Depois disso a gente conversou mais sobre o que era a palmeira, o que ela poderia oferecer, o que ela nos traz e como ela é feita. Tantos alunos como professores trabalharam juntos por três dias para fazer extração do óleo de coco. Nós conseguimos extrair o óleo de coco de duas formas. A gente fez o processo desde descascar o coco até lavar, coar, triturar, remover a água do coco e colocar na geladeira para acelerar, deixar fora da geladeira para fazer o processo natural, entre vários outros. No final deu muito certo e com o restante do coco que sobrou, a gente ainda fez uma cocada, um subproduto do que a gente estava pesquisando", finalizou Melissa Soares.

Educação ambiental nas escolas - O Pará é o primeiro estado do Brasil a garantir, em todas as etapas do ensino, um componente curricular obrigatório de Educação Ambiental nas escolas estaduais para fomentar o pensamento e a prática sustentável de forma contínua. A Seduc ofereceu, já no primeiro bimestre de 2024, o componente de Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima para toda a educação básica, de forma obrigatória nas escolas estaduais e, por adesão, nas municipais.

A Seduc destaca que o conteúdo ambiental incentiva atitudes para o engajamento de estudantes nas discussões sobre agenda fundamentais no contexto do Pará, que será sede da Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas (COP 30) em 2025.