PC deflagra Operação Anhanga contra desmatamento e queimadas em Tailândia
Houve flagrante de retirada ilegal de madeira e detenção de responsáveis
A Polícia Civil do Pará, por meio da Divisão Especializada em Meio Ambiente e Proteção Animal (Demapa), deflagrou, nos dias 9 e 10 de outubro, a Operação Anhanga. O objetivo é combater o desmatamento ilegal e as queimadas na região do Lago de Tucuruí, no município de Tailândia, no nordeste paraense.
Ação do dia 9 de outubro
No primeiro dia da operação, a equipe da Demapa utilizou a plataforma “BRASIL MAIS” para monitorar alertas de desmatamento seletivo e queimadas. A plataforma, essencial para o monitoramento ambiental do estado, apontou diversas áreas de risco na região.
“Ao verificar um dos pontos de alerta, os agentes se deslocaram até a área monitorada e percorreram cerca de 3 km dentro da floresta, onde encontraram várias toras de madeira no caminho. De acordo com os dados fornecidos pela plataforma BRASIL MAIS, a área desmatada até o momento abrange 23 hectares.”, explica o delegado Dilermano Tavares, titular da Demapa.
Durante a ação, os policiais flagraram dois homens extraindo madeira ilegalmente. No momento do flagrante, uma motosserra foi apreendida e os homens foram detidos em flagrante. Os dois foram conduzidos à delegacia de Tailândia, onde foi lavrado o Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por desmatamento ilegal. Ambos assinaram um Termo de Compromisso para comparecer a Justiça quando convocados. Além disso, foi instaurado o Inquérito Policial para investigar o mandante do crime de desmatamento, cujo objetivo seria a comercialização ilegal das toras extraídas.
Ação do dia 10 de outubro
Dando continuidade à operação Anhanga, no dia 10, a equipe da Demapa se dirigiu até o Ramal do Seringa, ainda no município de Tailândia, para verificar um alerta de queimadas registrado em 22 de setembro deste ano, que indicava uma área de 796 hectares afetada.
No local, os agentes confirmaram a existência de uma vasta área queimada, além de focos de incêndio ainda ativos. O proprietário da terra, ao ser identificado, foi intimado e compareceu à delegacia local para prestar esclarecimentos.
“Ele afirmou não ter conhecimento prévio das queimadas, alegando que a área vinha sendo utilizada para pastagem, mas a polícia ainda investiga a veracidade dessas alegações”, destaca o titular da Demapa.
Imagens capturadas por drones foram utilizadas para documentar a área destruída e auxiliarão nas investigações. A perícia ambiental foi solicitada para determinar se o incêndio foi causado de forma criminosa. Caso seja constatada a intencionalidade, o proprietário e outros envolvidos poderão ser responsabilizados criminalmente pelos danos ambientais.
A operação faz parte de um esforço contínuo da Demapa para coibir atividades ilegais, como desmatamento e queimadas no estado do Pará, além de garantir a aplicação do Decreto nº 4151/2024 que proíbe o uso de fogo em áreas rurais.
As investigações continuam em andamento e a polícia trabalha para identificar todos os envolvidos nos crimes ambientais, incluindo os responsáveis pela exploração comercial das toras extraídas ilegalmente e aqueles que praticaram as queimadas na área de proteção ambiental.