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Estado defende Acordo de Belém na COP 30 como marco na reconexão do homem com a natureza

Raul Protázio Romão, titular da Semas, participou do II Fórum Varanda da Amazônia expondo as expectativas do governo do Estado para a conferência mundial sobre mudanças climáticas

Por Igor Nascimento (SEMAS)
10/10/2024 17h32

O Governo do Pará, representado pelo titular da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas), Raul Protázio Romão, defendeu na quarta-feira (9), que o Acordo de Belém, resultante dos debates na 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP), que ocorrerá em Belém, em novembro de 2025, marque uma nova etapa na relação do homem com o meio ambiente. "A gente espera que a sociedade possa contribuir com as decisões, para que o Acordo de Belém possa ser um marco na reconexão entre pessoas, natureza e clima”, ressaltou o secretário.

Secretário Raul Protázio Romão: "COP ganha o papel de mobilização social diante das emergências climáticas" Ao participar na capital paraense do II Fórum "Varanda da Amazônia", evento organizado pela cantora paraense Fafá de Belém, cuja proposta é ampliar a discussão sobre desenvolvimento sustentável com a participação de pensadores paraenses, Raul Protázio Romão afirmou que a COP está mudando, e já ganhou um novo papel de mobilização social diante das emergências climáticas e do interesse da sociedade pelas questões ambientais.

“Há 29 anos, a COP foi pensada para ser um espaço da ONU destinado aos negociadores dos países. Mas ela mudou. À medida em que a crise climática avançou, a Conferência ganha um novo papel de mobilização não apenas de governos, mas das empresas, do terceiro setor e de povos tradicionais, sem deixar de ter a zona azul, que tem esse papel de negociação. Mas passou, além disso, a adquirir uma camada adicional, discutindo vários outros temas que envolvem desde o caminho de desenvolvimento até o papel desses diferentes setores nesse processo", frisou o titular da Semas. 

Outro cenário - Segundo Raul Protázio, a COP em Belém terá um ambiente diferente da edição do ano passado, realizada em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, e da conferência deste ano, que será em Baku, capital do Azerbaijão, no continente asiático.

"A COP 30 terá esse papel de reconexão com a natureza, e isso é importante porque resolver a agenda climática não significa resolver a agenda da natureza. A natureza e a biodiversidade têm o seus papéis, sim, conectados com a agenda climática, mas se criássemos uma máquina capaz de, do dia pra noite, sequestrar todos os gases de efeito estufa que são emitidos diariamente, dessa forma a gente poderia desmatar? Não. Porque temos que lembrar da natureza, da biodiversidade e da vida, que vão além da questão climática", destacou o secretário.

Ele ressaltou ainda que as negociações climáticas são importantes, mas precisam estar associadas a outros fatores, porque "o elemento negocial é muito importante, basta lembrar que o Acordo de Paris veio de uma COP. Mas a experiência de trazer essas outras camadas a gente vai experimentar aqui, depois de muito tempo. E a gente está em um momento-chave porque estamos na década que vai tomar as decisões que vão dizer sobre a nossa existência ou não existência".

O II Fórum "Varanda da Amazônia" foi promovido pela cantora Fafá de BelémBem viver - "Eu acredito que a gente vai conseguir avançar colocando os povos tradicionais nas decisões de políticas públicas, e temos feito isso aqui no Pará, conectando o bem viver das 30 milhões de pessoas que vivem aqui na Amazônia, não esquecendo do elemento natureza e cobrando que os grandes emissores possam fazer também a sua parte nessa crise", complementou Raul Protázio.

O painel "COP 30: desafios e oportunidades" contou também com as participações de Gonzalo Muñoz, campeão de Alto Nível das Nações Unidas para as Alterações Climáticas da Presidência da COP 25; Marcello Brito, secretário executivo do Consórcio da Amazônia Legal; Tatiana Schor, chefe da Unidade de Coordenação da Amazônia do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); Patrícia Garrido, líder de Projetos e Serviços no Instituto Ethos; e Ursula Vidal, secretária de Cultura do Pará.