Coleta de sementes é essencial para a restauração da floresta amazônica
Encontro debate a implementação de estratégia fundamental para viabilizar a bioeconomia, incluindo a legislação que regulamenta a questão
Estratégias para a coleta de sementes integram os esforços do Plano de Recuperação da Vegetação Nativa do governo do ParáRepresentantes da Aliança pela Restauração na Amazônia se reuniram com membros de diversas instituições para discutir a estratégia de coleta de sementes, uma iniciativa vinculada ao Plano Estadual de Bioeconomia (PlanBio), do Governo do Pará. Participaram da reunião representantes do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), Embrapa Amazônia Oriental, Universidade Federal Rural da Amazônia (UFRA), Centro de Pesquisa Florestal Internacional (Cifor), Instituto Socioambiental (ISA) e Agência de Defesa Agropecuária do Pará (Adepará).
No encontro, foram debatidos aspectos importantes para a implementação da estratégia, incluindo a legislação vigente que regulamenta a coleta de sementes na Amazônia, além de incentivos fiscais e tributários voltados para a comercialização dessas sementes. Outro ponto de destaque foi a análise da capacidade técnica para a avaliação da qualidade das sementes, que enfrenta desafios como a escassez de laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Os participantes também discutiram os recursos orçamentários e financeiros necessários para garantir o sucesso da estratégia de sementes, que visa potencializar a cadeia produtiva da restauração florestal na região amazônica. O Ideflor-Bio, por meio de sua diretoria de Gestão de Florestas Públicas de Produção (DGFLOP), reafirmou o compromisso com a continuidade da implementação, que já conta com a assinatura de um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB).
Parceria - Em 2023, o Ideflor-Bio firmou o ACT com o IEB para estruturar a criação do primeiro núcleo de coleta de sementes, localizado na região do Baixo Amazonas. Esta iniciativa é considerada um marco importante para o avanço do Plano de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN), uma vez que a coleta de sementes nativas é a base da cadeia produtiva para a restauração florestal na região.
Representantes da Aliança pela Restauração na Amazônia discutem estratégia fundamental ao Plano Estadual de Bioeconomia A diretora de Gestão de Florestas Públicas de Produção do Ideflor-Bio, Ana Claudia Simoneti, destacou a importância do projeto para a preservação ambiental e para a economia da Amazônia. “A implementação da estratégia de coleta de sementes não só contribui para o desenvolvimento econômico local por meio da bioeconomia, como também fortalece as comunidades que dependem dessas cadeias produtivas. A base desse trabalho é a cooperação entre instituições, e a governança será fundamental para que possamos alcançar resultados expressivos”, afirmou.
Para a gerente de Gestão de Contratos Florestais do Ideflor-Bio, Cintia Soares, “a expectativa é que, com a implementação do núcleo de coleta de sementes no Baixo Amazonas, o Pará se consolide como um dos principais estados brasileiros a integrar soluções baseadas na natureza à economia regional, contribuindo para a restauração florestal e a sustentabilidade de longo prazo na Amazônia”, enfatizou.
Desafios - Entre os principais desafios mencionados, está a necessidade de mais investimentos em infraestrutura de laboratórios para análise de sementes, especialmente em áreas estratégicas da Amazônia. Atualmente, a falta de laboratórios credenciados pelo MAPA dificulta o avanço do processo de validação e comercialização das sementes coletadas, o que pode comprometer a eficiência da cadeia produtiva da restauração.
O PlanBio, que tem como um de seus eixos a valorização das cadeias produtivas sustentáveis, foi citado durante a reunião como um dos motores para o avanço da bioeconomia no Pará. A estratégia está alinhada com o Plano de Recuperação da Vegetação Nativa e busca criar soluções de baixo carbono para transformar o cenário econômico da região, sempre com a proteção e valorização do conhecimento tradicional amazônico.