'Incentivo ao Diálogo' é tema de simpósio sobre o 'Setembro Amarelo' no Hospital de Clínicas Gaspar Vianna
Por meio do diálogo e de ações preventivas, o simpósio buscou promover uma abordagem mais empática e eficaz no cuidado da saúde mental entre estudantes e profissionais de saúde
O Hospital de Clínicas Gaspar Vianna (HC), em Belém, promoveu nesta quarta-feira, 25, no auditório Dr. Ronaldo de Araújo, o Simpósio "Setembro Amarelo", com o tema "A vida é feita de diálogos". O evento foi voltado para profissionais e estudantes da área da saúde, reforçando a importância da prevenção ao suicídio e o papel fundamental que o diálogo desempenha na promoção da saúde mental.
O evento integra a campanha nacional do "Setembro Amarelo", destacando a necessidade de ampliar discussões sobre saúde mental. Palestrantes e especialistas da área abordaram temas como a identificação precoce de sinais de risco, estratégias de acolhimento e o impacto positivo da comunicação aberta e empática, capacitando os participantes a atuarem de forma mais eficaz no cuidado de pacientes em situações de vulnerabilidade emocional.
"O diálogo para toda e qualquer pessoa, independentemente de estar em sofrimento mental ou em adoecimento mental, que são situações diferentes, é extremamente importante no que diz respeito a questão de você encontrar saídas, possibilidades para problemas. (...) A escuta ativa do outro, e sobretudo a orientação nas situações mais graves, pode levar você a buscar uma escuta profissional, com psicólogo, com psiquiatra ou com qualquer outro profissional da área de saúde mental", explicou o psiquiatra Kleber Oliveira.
Sobre os desafios enfrentados pelos profissionais de saúde na identificação precoce de risco de suicídio, o profissional aponta que a principal dificuldade é o estigma associado à doença mental, que impede as pessoas de expressarem seus sentimentos e sofrimentos. "Devido ao estigma e ao preconceito, as pessoas que estão em adoecimento mental, em forte sofrimento, têm dificuldade de expressar o que estão sentindo. Então, com isso a gente não consegue ter acesso, então, esse seria o primeiro e o principal", enfatizou.
Além disso, o especialista menciona que há um medo persistente em relação aos tratamentos de saúde mental, pois muitas pessoas enxergam esses problemas como fraquezas ou questões espirituais. "Essa combinação de estigma e medo dificulta a comunicação sobre dificuldades emocionais, tornando mais difícil para os profissionais ajudarem quem precisa", complementou o especialista.
Juliana Lara Barni, residente do primeiro ano de Psiquiatria do HC, destacou a importância de falar sobre o tema da prevenção ao suicídio. Segundo ela, "depois da pandemia, os casos aumentaram muito", tornando o assunto ainda mais urgente.
Juliana reforçou que, embora o tema seja tabu para muitas pessoas, é essencial falar sobre. “O mais importante é a informação, a gente saber a importância de conversar sobre esse tema e não ficar negligenciando, então quanto mais a sociedade aprender a lidar e a importância de conversar eu acredito que vai ajudar a diminuir muito os casos de suicídio”, afirmou.
Setembro Amarelo - A atividade complementa as ações referentes ao Dia Mundial de Prevenção ao Suicídio, lembrado em 10 de setembro, reforçando o compromisso do Hospital de Clínicas, como referência em psiquiatria, em promover ações que estimulem a valorização da vida e o cuidado com a saúde mental. A campanha internacional de combate ao suicídio dura o mês inteiro e, neste ano, o lema é "Se precisar, peça ajuda”.
Serviço - O HC divulga canais para a busca de ajuda na promoção da saúde mental, como o número 188 do Centro de Valorização da Vida (CVV) e a Emergência Psiquiátrica do Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, que funciona todos os dias, 24h.
O Hospital de Clínicas Gaspar Vianna, unidade de saúde do Governo do Pará, é referência em psiquiatria, além de cardiologia e nefrologia. A unidade está localizada na Travessa Alferes Costa, nº 2000, bairro da Pedreira, em Belém.
Texto: Kelly Barros (Ascom HC)
