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PARALIMPÍADAS

Técnico paraense sonha em voltar ao comando da Seleção Brasileira

Por Redação - Agência PA (SECOM)
08/11/2015 11h37

Há 19 anos, Wilson Caju comanda o All Star Rodas, a equipe paraense de basquete em cadeira de rodas, que na última Paralimpíada de Toronto, cedeu 5 atletas para a Seleção Brasileira que conquistou a medalha de bronze na competição. Hoje são 120 atletas sob o comando do treinador paraense. Homens e mulheres com deficiência física que ganharam um novo sentido na vida através do esporte.

Lia Soares foi uma dessas pessoas. Ela teve uma perna amputada depois de um atropelamento, há 10 anos. Conheceu Wilson Caju e descobriu que poderia se reinventar através do basquete. “Nunca imaginei que um dia pudesse aprender a jogar. O técnico Caju fez eu voltar a acreditar em mim, a ser alguém” disse a atleta, que foi uma das 5 atletas femininas paraenses convocadas para a Seleção Brasileira que ganhou o bronze no Canadá.

Wilson Caju já foi técnico da Seleção Brasileira em duas paralimpíadas: Pequim, em 2008 e Londres, em 2012. Mas durante a Copa das Américas, na Guatemala, em 2013, o técnico estendeu uma bandeira do Pará no pódio e foi punido pela Confederação Brasileira de Basquete em Cadeira de Rodas com o afastamento do comando técnico da Seleção. Desde esse dia, Wilson Caju é movido por uma obstinação: voltar a ser o técnico da Seleção durante a Paralimpíadas do Rio, no ano que vem. A esperança aumentou depois que o técnico que assumiu a Seleção em seu lugar, em 2013, entregou o comando no mês passado. Para reconquistar seu lugar, Wilson Caju vem contando com o incentivo decisivo do “Bolsa Talento”. Criado pela Secretaria de Estado de Esportes e Lazer (Seel), em 2008, o programa beneficia 186 atletas com uma bolsa de R$ 1.100,00 mensais. Cinco atletas do All Star Rodas recebem esse benefício, além do próprio técnico. Com essa ajuda mensal, Wilson Caju vem investindo no seu aperfeiçoamento teórico, com a aquisição de livros, notebook e viagens para palestras. “Para o All Star Rodas, o Governo do Estado tem um significado muito grande, através dos incentivos da Secretaria de Esportes. As nossas atletas que disputaram as Paralimpíadas ganharam cadeiras de rodas, num investimento total de quase 28 mil reais. Além disso, o ‘Bolsa Talento’, que beneficia outros 5 atletas, foi fundamental para dar a oportunidade de eles disputarem competições nacionais e internacionais”, frisou o técnico.    

Além da reciclagem teórica, Wilson Caju também aposta no sucesso da equipe feminina do All Star Rodas como um trunfo para voltar ao comando da Seleção. Sob o comando de Caju, as meninas conquistaram neste ano, no Recife, o Campeonato Brasileiro pelo décimo quinto ano seguido. A marca é impressionante. Em todos esses 15 anos, a equipe disputou cerca de 70 partidas e não perdeu uma sequer. Em 2016, se vier mais um título, Wilson Caju pensa em se candidatar ao Guiness Book, livro dos recordes. O sonho de voltar a comandar a Seleção Brasileira, logo na competição mais esperada dos últimos tempos para os atletas brasileiros, que são as Paralimpíadas do Rio, é alimentado todos os dias pelos estudos incentivados pelo Governo do Estado. Quem sabe ano que vem, o técnico que um dia foi punido por erguer a bandeira do Pará ostentando o orgulho por seus atletas, possa voltar a comandar a Seleção, colocando o nome do Pará no topo novamente do cenário nacional.