Professora da rede estadual é finalista de Prêmio sobre Equidade Racial e de Gênero
Nice Miranda é autora do trabalho Resistência Negra: EJAI Médio Campo, desenvolvido com turmas de comunidades, de Macapazinho, em Santa Izabel
Doutora em Comunicação, Linguagens e Cultura e coordenadora da Educação de Jovens e Adultos (EJA) Médio Campo, no município de Santa Izabel do Pará, Nice Miranda é uma das 16 finalistas na categoria ‘Prática Docente’ da 9ª edição do Prêmio Nacional “Educar com Equidade Racial e de Gênero”. O trabalho intitulado - Resistência Negra: EJAI Médio Campo, desenvolvido com turmas distribuídas por várias comunidades, em especial a de Macapazinho, composta majoritariamente por mulheres negras, agricultoras e quilombolas, será exposto durante o terceiro “Encontro Diálogos Antirracistas: educação, democracia e equidade”, em São Paulo, no período de 24 a 26 de setembro.
O Prêmio é uma iniciativa do Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT), organização da sociedade civil, com sede na cidade de Pinheiros, em São Paulo. A ONG atua pela defesa da equidade racial e de gênero, ebusca identificar e valorizar práticas pedagógicas exitosas antirracistas de professores e gestores da educação básica.
Trabalhada ao longo do Mês da Consciência Negra em 2023, a prática, desenvolvida pela Nice Miranda, destacou atividades como pesquisa socioantropológica, círculos de cultura e histórias de vida para valorizar a cultura local e conhecer melhor os educandos e as comunidades. Essas atividades antecederam o mês alusivo à resistência negra, servindo como base para o diálogo com estudantes.
“O projeto aborda uma série de temáticas interligadas, utilizando as vivências dos estudantes como ponto de partida. Por meio de rodas de conversa e pesquisas sócio-antropológicas, foram desenvolvidos temas que entrelaçam a história de vida dos estudantes com conteúdos da matriz curricular”, conta a professora.
Narrativas como tranças nagô, turbantes, identidade cultural e herança afro-brasileira emergiram como palavras geradoras. Além disso, o simbolismo da pintura no rosto, como um ritual de celebração e espiritualidade, e o braço levantado como símbolo de resistência e ativismo, proporcionaram uma compreensão profunda das práticas culturais afro-brasileiras.
A proposta resultou em uma Exposição Fotográfica e na criação de um eBook. Descrita pela coordenadora como itinerante, a exposição já percorreu espaços como o Centro Cultural e Biblioteca Silvio Nascimento, a Escola Antônio Lemos, onde os estudantes estão matriculados, e a Escola Agrícola Maurício Machado. Além disso, esteve presente no Seminário do Campo, realizado no município de Santa Izabel do Pará.
“Estar entre os finalistas do Prêmio significa que o projeto Resistência Negra: EJAI Médio Campo foi reconhecido por sua relevância, impacto social e pedagógico em um cenário nacional. Entre 524 inscrições, ser um dos 16 finalistas representa um grande destaque, colocando em evidência o trabalho desenvolvido com os estudantes da Educação do Campo. Isso valida a importância como uma prática que integra a educação e as vivências culturais, promovendo a equidade racial e de gênero.”, disse a docente.
A Premiação - O Centro de Estudos das Relações de Trabalho e Desigualdades (CEERT) promove a terceira edição do Encontro Diálogos Antirracistas: educação, democracia e equidade, nos dias 24, 25 e 26 de setembro de 2024, no Sesc Pinheiros, em São Paulo. No dia 25, às práticas serão apresentadas em uma roda de diálogos, e no dia 26, serão anunciadas as iniciativas premiadas.