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Achado arqueológico em obra da Nova Doca começa a ser resgatado para musealização

Proa de uma embarcação metálica antiga deverá ficar exposta no Memorial Amazônico da Navegação, no Mangal das Garças

Por Gustavo Pêna (SEOP)
18/09/2024 14h26

A proa de uma embarcação metálica antiga, encontrada durante as obras da Nova Doca, na Avenida Visconde de Souza Franco, em Belém, começou a ser resgatada na manhã desta quarta-feira, 18, com acompanhamento da Secretaria de Estado de Obras Públicas (Seop). A partir dos alinhamentos com o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), que deu a aprovação para os serviços na área, o achado arqueológico, com as devidas ações de conservação, será levado para ser musealizado.

“O Iphan recomendou que fossem feitas as escavações para a retirada dessa embarcação. Para que isso acontecesse, tivemos que submeter um novo projeto, fazendo toda a descrição do que foi achado, o plano metodológico de escavação e a partir disso recebemos uma nova portaria autorizando o procedimento de escavação. Estamos nesse momento de salvamento arqueológico, evidenciando a embarcação para fazer toda a coleta necessária e a retirada dela, com o acompanhamento de mapeamento, desenho, registro fotográfico, todo o processo técnico”, explicou Kelton Mendes, arqueólogo contratado pela empresa responsável pela Nova Doca e que monitora o processo de arqueologia da obra.

Ainda de acordo com Kelton Mendes, através da Secretaria de Cultura do Pará (Secult), a embarcação deverá ficar exposta no Memorial Amazônico da Navegação, localizado no Mangal das Garças, na capital paraense. “Esse material, que pela nossa avaliação inicial remete ao final do século XIX, foi abraçado pelo Museu do Estado do Pará (MEP), que integra o Sistema Integrado de Museus e Memoriais. Ele vai receber a devida manutenção, tratamento para ser conservado”, finalizou o arqueólogo.

Registros históricos – Segundo o Iphan, a embarcação que está sendo resgatada na Avenida Visconde de Souza Franco possibilita uma reflexão acerca da história da formação urbana de Belém e como, ao longo do tempo, a sociedade mudou as suas relações com os rios e igarapés que eram as vias de locomoção antes do aterramento e asfaltamento do município. O achado está em um local que já foi um entreposto econômico e portuário na cidade em séculos passados e se tornou um bairro comercial e habitacional, dissociado da identidade portuária.

Obras na Nova Doca – Com 26% dos serviços executados até aqui, a obra da Nova Doca – um dos legados a Belém na realização da COP 30, em 2025 – avança dentro do cronograma previsto. Após o achado da proa da embarcação metálica antiga, a área foi isolada, medida essencial para garantir a melhor observação e conservação do bem arqueológico, o que possibilitou a sequência dos serviços.

“É sempre importante destacar que a obra conta com o acompanhamento arqueológico diário, desde o início dos trabalhos na Nova Doca. A partir do momento em que obtivemos a autorização do Iphan, foi iniciado o projeto de salvamento do achado, conduzido pela equipe de arqueologia e restauro, além do representante da Secult. As atividades continuam em pleno andamento, a estrutura do parque linear se encontra em estágio avançado, com as peças metálicas sendo instaladas. Até o final de setembro já devemos estar concretando a laje para implementar os equipamentos de lazer e demais estruturas no módulo 1”, disse Thaís Ribeiro, engenheira responsável pela obra da Nova Doca.