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Plano Estadual de Bioeconomia avança com aula magna da Escola de Saberes da Floresta

A iniciativa é uma das estampas que estará no Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia

Por Igor Nascimento (SEMAS)
13/09/2024 14h20

O Governo do Pará segue em ritmo acelerado para a concretização das ações previstas no Plano Estadual de Bioeconomia, um dos componentes do eixo de desenvolvimento socioeconômico de baixo carbono do Plano Estadual Amazônia Agora (PEAA). Diante disso, uma das iniciativas que englobará o Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, a Escola de Saberes da Floresta, teve sua aula magna realizada na última quarta-feira (11), com acadêmicos do Centro Universitário do Estado do Pará (Cesupa) e promovida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas).

A Escola de Saberes da Floresta é um dos componentes estruturantes do Plano Estadual de Bioeconomia, tendo um espaço exclusivo no Parque, que está em fase avançada de construção. Ela permitirá a aproximação do universo cultural, ambiental, econômico e social amazônico, bem como, desenvolverá uma relação entre o conhecimento científico e o saber local.

O professor Danilo Caetano, que leciona a disciplina Saber Local e Consciência Socioambiental, explica que o conteúdo ministrado, a partir dessa iniciativa, provocará os alunos a escutar e valorizar o conhecimento tradicional a partir da fala de professores; lideranças que são oriundas das comunidades quilombolas e indígenas, que estão há muito tempo produzindo o conhecimento.

“Essa disciplina foi viabilizada a partir de várias mãos e uma parceria fundamental para ela acontecer foi com a Semas. A secretaria fornece apoio logístico para ela acontecer, porque haverá algumas imersões em comunidades específicas, e a SEMAS viabilizou esse processo e, para além disso, a gente tem servidores mesclando com os nossos alunos, o que enriquece ainda mais”, destacou o docente. 

Almires Martins, professor e uma liderança do povo indígena da etnia Guarani-Terena, celebrou que membros dos povos indígenas são convidados para falar sobre os saberes da floresta e consciência ambiental nas academias. 

“Acredito que, de algum modo, esse momento fará a diferença, pois quando se vai desenvolvendo a ideia, há um choque de epistemologias, de filosofia indígena ou da floresta. Toda essa ideia do meio ambiente é uma preocupação mundial. Nesse sentido, os povos indígenas têm muito a contribuir, o modo como nós pensamos, imaginamos e praticamos isso é chamado de consciência ambiental, e ela passa por outros caminhos diferentes. Então, imagino que para os estudantes pode causar uma certa surpresa, um choque, quando conceituamos do nosso ponto de vista. Embora muitas vezes não sejamos compreendidos, essa é talvez a beleza da disciplina, do curso. Não tem nada pronto, não tem nada fechado, é um lugar onde se vem para aprender”, apontou o indígena. 

A aluna do curso de Publicidade e Propaganda Beatriz Arini, contou que optou por participar da disciplina devido a já ter participado, anteriormente, de uma imersão em comunidades localizadas na Ilha do Combu. “A partir disso, eu quis dar continuidade nesse estudo. Logo, tenho expectativas para essa disciplina, de aprender mais os conceitos de conscientização amazônica e sócio-ambientais”, disse a aluna.

Ações - O Plano Estadual de Bioeconomia já implementou no primeiro ano quase 50% das ações que estavam previstas para os próximos quatro anos, causando impacto direto na realidade de mais de 67 mil pessoas, com a concretização de 48% das 92 ações. Foram investidos mais de R$ 34 milhões em apoio a 275 negócios. 

O Plano investe principalmente na sociobiodiversidade e na valorização do conhecimento tradicional. E é nesse reconhecimento que a Escola de Saberes da Floresta atua, sendo de extrema importância para a implementação da política pública de bioeconomia do Estado do Pará.

“Esse curso marca o início da Escola de Saberes da Floresta, uma parte importante do Parque de Bioeconomia e uma das maiores estratégias da implementação da política pública de bioeconomia do estado do Pará. O curso reforça o entendimento de que o patrimônio cultural, ou seja, o conhecimento tradicional de povos e comunidades da Amazônia é o único caminho para a construção de uma sóciobioeconomia com a nossa cara, do nosso povo”, destacou a gerente de bioeconomia da Semas, Larissa Rodrigues.

Texto: Lucas Quirino - Ascom Semas