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A engenhosa trama de Gianni Schicchi será o destaque do XXIII Festival de Ópera do Theatro da Paz

O espetáculo estreia no dia 3 de setembro e terá ainda mais duas récitas nos dias 05 e 07 de setembro, às 20h. Os ingressos já estão à venda na bilheteria do TP

Por Iego Rocha (SECULT)
30/08/2024 22h54

O Theatro da Paz, em Belém, será palco de uma das óperas mais icônicas de Giacomo Puccini, Gianni Schicchi, durante o XXIII Festival de Ópera do Theatro da Paz. Sob a batuta da renomada maestra Ligia Amadio, a produção será apresentada nos dias 03, 05 e 07 de setembro, sempre às 20h, prometendo encantar o público paraense com uma obra repleta de humor, intrigas e críticas sociais. O Festival de Ópera do Theatro da Paz é uma realização do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult), Theatro da Paz em parceria com a Academia Paraense de Música (APM), e vem com uma programação interessante e com títulos contrastantes.

Gianni Schicchi é a terceira parte do tríptico operístico de Puccini, composto em 1918, que inclui também as óperas Il Tabarro e Suor Angelica. O Festival de Ópera do Theatro da Paz já realizou todas as três óperas que compõem o Il Trittico. A última vez que Gianni Schicchi foi montada no festival foi em 2007. Em 2019, foi a vez de Suor Angelica e, em 2021, Il Tabarro. Agora, em 2024, o festival traz uma nova montagem de Gianni Schicchi. Baseada em um episódio da Divina Comédia de Dante Alighieri, a trama de Gianni Schicchi gira em torno de um ardiloso camponês que, convocado para ajudar uma família a burlar um testamento, acaba se beneficiando da situação com sagacidade e ironia. A ópera é conhecida por sua mistura de comédia e crítica à avareza, além de trazer uma das árias mais famosas de Puccini, "O mio babbino caro".

“A ária “O mio babbino caro”, momento em que Lauretta trata de convencer seu pai (Gianni Schicchi) a ajudar a família de seu namorado (Rinuccio) a solucionar o problema do testamento, é uma melodia das mais conhecidas e amadas, não só nessa ópera, mas entre todas as óperas de todos os tempos. Eu não preciso fazer nada em especial, já que Puccini, em sua arte magistral, estruturou a ópera de forma que este leitmotiv, que aparece em outras ocasiões, realize a costura necessária para alinhavar a dramaturgia e realçar os contrastes anímicos e expressivos”, explicou Lígia Amadio. 

Este ano, o XXIII Festival de Ópera do Theatro da Paz será palco de um marco histórico: pela primeira vez em seus 23 anos de existência, uma mulher assumirá a batuta para reger uma ópera no festival. Ligia Amadio, uma maestra de renome internacional, traz ao Theatro da Paz sua vasta experiência e sensibilidade para conduzir Gianni Schicchi. Esta montagem promete ser uma das grandes atrações do festival, destacando a maestria de Amadio em interpretar a vivacidade e engenhosidade dessa obra-prima de Puccini. “Trabalhar no Theatro da Paz é para mim uma experiência única e irrepetível.Tive o privilégio de apresentar-me neste templo da Arte uma única vez em minha vida, no ano de 1986, na comemoração do sesquicentenário de nascimento de Carlos Gomes, como cantora do Coral da Universidade de São Paulo, na célebre apresentação da Orquestra Sinfônica de Campinas e de grande elenco, na ópera Il Guarany, regida por Benito Juarez, e tendo como protagonistas a Niza de Castro Tank (Cecilia) e Ivo Lessa (Peri). Agora, quase quarenta anos depois, contando com uma carreira internacional relevante, volto a pisar este palco sagrado carregando a responsabilidade e o privilégio de ser a primeira mulher a reger uma ópera do Theatro da Paz...com isso pontuo minha carreira com mais uma importantíssima conquista, não só para mim, mas para todas as mulheres regentes”, finalizou a maestra.

Com uma carreira extensa e brilhante, Amadio já passou por importantes teatros e orquestras ao redor do mundo. Sua condução de Gianni Schicchi trará uma nova dimensão à obra de Puccini, evidenciando as sutilezas e a profundidade emocional que caracterizam o trabalho do compositor italiano.“Gianni Schicchi é uma obra de grande dificuldade de coordenação. É uma ópera com permanentes mudanças de tempo e de caráter, com andamentos muito rápidos em que 14 solistas interatuam, muitas vezes todos ao mesmo tempo. Nesse sentido, é uma obra de dificuldades únicas, mas que apresenta um resultado maravilhoso e surpreendente, consumado pela genialidade de Puccini”, explicou a maestra.

Dione Colares, diretora artística do festival, destaca a importância de trazer obras contrastantes como Gianni Schicchipara o público paraense. "O festival deste ano foi pensado para oferecer ao público uma experiência rica e variada, com títulos que contrastam em estilo e emoção. Gianni Schicchi traz leveza e humor ao repertório, oferecendo um equilíbrio ao lado das outras produções mais dramáticas. Queremos proporcionar uma verdadeira imersão no mundo da ópera, e a presença de uma obra como esta, com uma equipe tão talentosa, é fundamental para atingirmos esse objetivo", afirma Colares.

O XXIII Festival de Ópera do Theatro da Paz continua a tradição de promover grandes produções operísticas em Belém, valorizando a riqueza cultural e a importância do gênero no cenário artístico nacional. Além de Gianni Schicchi, o festival apresenta um repertório variado, com o objetivo de atrair tanto os amantes da ópera quanto novos públicos, consolidando o Theatro da Paz como um dos principais centros de produção operística do país.

Os ingressos para as apresentações de Gianni Schicchi já estão disponíveis na bilheteria do teatro e pelo site oficial. Com direção musical de Ligia Amadio, essa produção promete ser uma experiência única, celebrando a genialidade de Puccini e o talento dos artistas envolvidos, em um dos mais belos teatros do Brasil. Não perca a oportunidade de vivenciar essa obra-prima da ópera em uma montagem que promete emocionar e divertir o público paraense.

A história de Gianni Schicchi

A ópera, que se passa na cidade de Florença, no século XIII, conta a história de uma família nobre que, ao descobrir que o patriarca Buoso Donati deixou toda a sua fortuna para um convento, se vê desesperada para reverter o testamento. Para isso, recorrem ao astuto Gianni Schicchi, um camponês conhecido por sua inteligência e habilidade em lidar com situações difíceis.

Schicchi, percebendo a oportunidade de se beneficiar da situação, aceita ajudar, mas com um plano próprio em mente. Fingindo ser o falecido Buoso Donati, ele dita um novo testamento aos notários, garantindo que a maior parte da fortuna seja destinada a si mesmo, para o desespero e a frustração da família. Com uma trama repleta de humor, ironia e uma crítica afiada à ganância, Gianni Schicchi é a única ópera cômica de Puccini e se destaca por sua vivacidade e engenhosidade.

O ponto alto da ópera é a famosa ária "O mio babbino caro", cantada por Lauretta, filha de Schicchi, que implora ao pai que a ajude a se casar com o jovem Rinuccio. Esta ária tornou-se uma das mais populares do repertório operístico mundial, conhecida por sua melodia lírica e profundamente emotiva.

Figurino com joias de Isabella Blanco

A produção de Gianni Schicchi de Giacomo Puccini, enfatiza o lado cômico da trama e traz um destaque especial para as joias criadas pela designer Isabella Blanco, que colaborou estreitamente com o figurinista Fernando Leite.

Isabella Blanco, conhecida por seu trabalho de joalheria autoral, dedicou dois meses de pesquisa para capturar a essência dos anos 1940. Inspirada pela moda e joalheria do período da Segunda Guerra Mundial, ela criou peças únicas para os personagens Zita, Nella, Ciesca, Lauretta e Gianni. As joias foram confeccionadas a partir de botões antigos, garimpados em uma das mais tradicionais lojas de aviamentos de Madrid, o Almacén de Pontejos, e transformados em broches, braceletes, colares e chokers.

Além dos botões, Isabella incorporou broches originais das décadas de 1940 e 1950, montados em estruturas de prata com banhos de ouro amarelo 18k e ródio. De acordo com Isabella, para completar os trajes, ela também garimpou brincos autênticos da época em feiras de antiguidades e lojas vintage na Europa.

“As joias não apenas complementam os figurinos, mas também refletem a personalidade dos personagens. Por exemplo, Lauretta, uma jovem romântica e recatada, usa uma tiara ornamentada com botões de pérolas e cristais translúcidos, enquanto Gianni Schicchi, de natureza traiçoeira, exibe um broche em formato de serpente na lapela. Cada peça foi cuidadosamente escolhida para adicionar camadas de significado à narrativa, convidando o público a descobrir mais sobre os personagens durante a apresentação”, finalizou.

Ligia Amadio

Ligia Amadio é uma das mais destacadas regentes brasileiras da atualidade. Notabilizou-se internacionalmente por sua reconhecida exigência artística, seu carisma e suas vibrantes performances. Sua atuação estende-se por: Alemanha, Argentina, Áustria, Bolívia, Chile, Colômbia, Croácia, Cuba, Eslovênia, Estados Unidos, França, Islândia, Israel, Itália, Japão, Holanda, Hungria, Líbano, México, Peru, Portugal, República Tcheca, Rússia, Sérvia, Tailândia e Venezuela.

Premiada no célebre Concurso Internacional de Tóquio (1997) e no II Concurso Latino-Americano para Regentes de Orquestra em Santiago do Chile (1998), em 2001 recebeu o prêmio “Melhor Regente do Ano” no Brasil, outorgado pela Associação Paulista de Críticos de Arte. Ligia Amadio atuou como regente titular e diretora artística da Orquestra Sinfônica Nacional entre 1996 e 2009. Por seu dedicado labor na direção da OSN, recebeu o título de "Cidadão Niteroiense", em 2003, e a Comenda da Ordem do Mérito da Cidade de Niterói, no grau de Grande Oficial, em 2005. Entre 2000 e 2003, ocupou a função de regente titular da Orquestra Sinfônica da Universidade Nacional de Cuyo, em Mendoza, Argentina. Em 2003, recebeu os prêmios Lira à Excelência e Raízes, devido a seu trabalho à frente dessa orquestra. 

Em 2009, Ligia Amadio desempenhou-se como diretora artística e regente titular da Orquestra Sinfônica Municipal de Campinas, sendo laureada com a Medalha Carlos Gomes, concedida pela Câmara Municipal daquela cidade. De 2009 a 2011, desempenhou-se como regente titular da Orquestra Sinfônica da Universidade de São Paulo (OSUSP). Em 2011, Ligia Amadio foi indicada para o prêmio Carlos Gomes em duas categorias, por seu trabalho à frente da OSUSP, e, em 2012, foi finalmente premiada na categoria “Regente”, “pelo excelente trabalho com a Orquestra Sinfônica da USP”. Entre 2010 e 2014, ocupou a direção titular e artística da Orquestra Filarmônica de Mendoza. Para todos esses cargos, Ligia Amadio foi eleita pelos integrantes das respectivas orquestras.

Em 2014, exerceu o cargo de regente titular da Orquestra Filarmônica de Bogotá, realizando uma temporada completa dedicada à Música do Século XX. Regeu um total de 42 concertos aclamados pelo público e pela crítica especializada, devotados à música contemporânea. Em 2016, foi eleita pelos músicos para o cargo de regente titular na Orquestra Sinfônica de Santa Fe, na Argentina, e na Orquestra Filarmônica de Montevidéu, no Uruguai. A partir de 2017, assumiu o cargo de regente titular e diretora artística da Filarmônica de Montevidéu.

Sua discografia reúne 11 CDs e 5 DVDs, à frente da Sinfônica Nacional, da Sinfônica da Rádio e Televisão Eslovenas e da Sinfônica de Mendoza, na Argentina. Entre eles, destaca-se a realização da coleção Música Brasileira no Tempo.

Ligia Amadio iniciou sua formação musical aos cinco anos de idade sob a orientação da professora Maria Cristina da Ponta Fiore. Realizou estudos regulares no Colégio Dante Alighieri e, após haver concluído o curso de Engenharia de Produção na Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP), em 1985, realizou o Bacharelado em Música – com habilitação em regência – e o Mestrado em Artes na Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP). No Brasil, seus principais mentores foram Henrique Gregori, Eleazar de Carvalho, H. J. Koellreutter e Almeida Prado.

Sua formação também incluiu os mais importantes cursos internacionais de regência orquestral: Accademia Chigiana(Itália), International Bartók Seminar (Hungria), Wiener Meisterkurse für Musik (Áustria), International Opera Workshop (República Tcheca), Peter the Great InternationalWorkshop (Rússia), Curso Interamericano para Jovens Diretores de Orquestra (Venezuela), Curso Latino-Americano de Regência Orquestral (São Paulo) e Kirill KondrashinMasterclass (Holanda), onde foi premiada, regendo no Concertgebouw de Amsterdam a Netherlands Radio TelevisionSymphony Orchestra. Nesses cursos, teve como professores Ferdinand Leitner, Dominique Rouits, Julius Kalmar, Georg Tintner, Alexander Politshuk, Guillermo Scarabino, Kurt Masur e Sir Edward Downes.

No Brasil, tem sido convidada para atuar à frente das mais importantes orquestras, tais como: Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo, Orquestra Sinfônica do Teatro Municipal de São Paulo, Orquestra Sinfônica Brasileira, Amazonas Filarmônica, Orquestra Filarmônica de Minas Gerais, Orquestra Sinfônica do Estado do Paraná, Orquestra Sinfônica de Porto Alegre, Orquestra Sinfônica do Espírito Santo, Orquestra Sinfônica do Teatro São Pedro, Orquestra Sinfônica do Teatro Nacional Claudio Santoro, Orquestra Sinfônica Petrobrás Pró-Música e Orquestra Sinfônica da Paraíba.

Entre as inúmeras orquestras que dirigiu em outros países, deve-se mencionar: Arpeggione Städtisches Kammerorchester, Baden-Badener Philharmonie, Ensemble Contrechamps, Filarmónica de Bogotá, Filharmonia Czestochowa, IcelandSymphony Orchestra, Israel Chamber Orchestra, Jerusalém Symphony Orchestra, Lebanese Philharmonic Orchestra, Netherlands Radio Symphony Orchestra, OrkiestręSymfoniczną Filharmonii Szczecińskiej, Orquesta del Teatro Argentino de la Plata, Orquesta Estable del Teatro Colón, Orquesta Filarmónica de Buenos Aires, Orquesta Sinfónica de Salta, Orquesta Sinfónica del Estado de México, Orquesta Sinfónica del SODRE, Orquesta Sinfónica Nacional de Bolívia, Orquesta Sinfónica Nacional de Chile, Orquesta Sinfónica Nacional de Peru, Orquestra Filarmônica Nacional da Moldávia, Savaria Symphony Orchestra, Silesian Opera Orchestra, Simfoniki RTV Slovenija, Thailand PhilarmonicOrchestra e The Congress Symphony Orchestra, Tokyo City Philharmonic Orchestra.

Ficha Técnica

Música: Giacomo Puccini

Libreto: Giovacchino Forzano

Direção musical e regência: Ligia Amadio

Regente assistente: Cibelle Donza

Direção cênica: Dione Colares e Rose Tunas

Direção de produção: Nandressa Nunez

Figurinos: Fernando Leite

Cenários: Carlos Dalarmelino

Assistente de cenografia: Ribamar Dinis

Apoio: Aline Pedrosa

Visagismo: Omar Júnior

Diretor de palco: Cláudio Bastos

Iluminador: Rubens Almeida

Legenda: Gilda Maia

Pianista co repetidor: Humberto Azulay

Elenco:

Fellipe Oliveira (Gianni Schicchi)

Antônio Wilson (Rinuccio)

Kézia Andrade (Lauretta)

Carol Faria (Zita)

Leo Goulding (Simone)

Idaías Souto (Betto)

Luciana Tavares (Nella)

Gabriel Frota (Gherardo)

Erica Paixão (La Ciesca)

Ytanaã Figueiredo (Marco)

Fellipe Rocha (Gherardino)

Milton Monte (Maestro Spineloccio e Amantio)

Sidney Pio (Pinellino)

Tiago Costa (Guccio)

Carlos Vera Cruz (ator)

Valores dos ingressos:

Plateia, varanda, frisas e camarotes de primeira ordem: R$60 • Inteira | R$30 • Meia
Camarotes de segunda ordem: R$40 • Inteira | R$20 • Meia
Galeria: R$30 • Inteira | R$15 • Meia

Paraíso: R$20 • Inteira | R$10 • Meia

Proscênio PCD: R$40 • Meia

Serviço: 

O espetáculo estreia no dia 3 de setembro e terá ainda mais duas récitas nos dias 05 e 07 de setembro, às 20h. Os ingressos já estão à venda na bilheteria do TP e por meio do site: www.ticketfacil.com.br. Dúvidas e informações sobre venda de ingressos: (91) 98590-3523. 

E-mail: bilheteriatdapaz@gmail.com. O Festival de Ópera do Theatro da Paz é uma realização do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Cultura (Secult) em parceria com o próprio Da Paz e Academia Paraense de Música (APM).

 

Texto: Úrsula Pereira (Ascom Theatro da Paz)