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PROJEÇÕES POPULACIONAIS

População paraense atingirá o pico no ano de 2047 informa Fapespa

No ano 2000, o número de nascimentos paraenses foi de 174.996, reduzindo para 126.344 em 2023 e sendo projetado para 64.224 em 2070

Por Manuela Oliveira (FAPESPA)
30/08/2024 19h26

A população do Pará deve atingir a quantidade máxima 9.245.672 paraenses, em 2047. Após esse ano, a projeção é a de que a população comece a diminuir, chegando a 8.589.345 habitantes no ano de 2070. Essa é a mais recente projeção populacional informada pela Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa), que é baseada nos dados publicados na quinta-feira, 29, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no estudo Projeções Populacionais 2024 para o Brasil e as Unidades da Federação – 2000 a 2070, com base nos dados provenientes do Censo Demográfico 2022, oferecendo estimativas e indicadores demográficos, tanto prospectivos quanto retrospectivos.
 
Conforme o IBGE, estas projeções são essenciais para o planejamento e monitoramento de políticas e ações nos setores público e privado. Além disso, os dados projetados servem como base para o cálculo de diversos indicadores socioeconômicos e demográficos, bem como para estimar a população dos municípios brasileiros.
 
Fecundidade - O estudo apresenta também a Taxa de Fecundidade Total, que representa o número médio de filhos que uma mulher teria ao longo de sua vida reprodutiva. No Pará, a Projeção Populacional indicou que em 2000 esta taxa era de três filhos por mulher, decrescendo ao longo do tempo, registrando 1,7 filho, em 2023. Já a projeção para o ano de 2070, a previsão é de que as mulheres paraenses terão, em média, 1,5 filho.
 
O estudo também evidencia que a quantidade de nascimentos vem diminuindo ao longo do tempo no Pará, mas também que esta não é uma prerrogativa paraense. Comprovadamente, este fenômeno acontece em vários países, corroborado pela diminuição da taxa de fecundidade em todo o mundo. No ano 2000, o número de nascimentos paraenses foi de 174.996, reduzindo para 126.344 em 2023 e sendo projetado para 64.224 nascimentos para 2070.
 
Já o número de óbitos vem aumentando, sendo registrados 34.906 óbitos em 2000, passando para 45.556 em 2023 e, se esta tendência se mantiver, chegará a 111.558 óbitos em 2070. Se este cenário acontecer, a população do Pará presenciará um fenômeno demográfico conhecido como crescimento natural negativo, no qual o número de nascimentos é menor do que o número de óbitos. Segundo as projeções do IBGE, esse fenômeno pode surgir a partir do ano 2052, se os resultados de 80.459 nascimentos e 81.638 óbitos se confirmarem.
As projeções também evidenciam que enquanto o número de nascimentos vem diminuindo ao longo dos anos, a Expectativa de Vida ao Nascer do paraense aumenta continuadamente, pois passou de 70,7 anos em 2000 para 76 anos em 2023, e deve chegar a 83,8 anos de vida, em média, em 2070.
 
Historicamente, a expectativa de vida do homem é menor que a da mulher. No caso do paraense, esta diferença era de aproximadamente seis anos de expectativa a mais para as mulheres em 2000, sendo de 67,9 anos para os homens e 73,9 para as mulheres. O estudo aponta ainda que este contraste teve seu ponto máximo em 2009, quando chegou a cerca de 8 anos de diferença, 69,6 anos de vida para os homens e 77,3 para as mulheres, e depois só diminuiu, sendo projetado para 2070 aproximadamente 4 anos de vida a mais para as mulheres, sendo 81,7 anos de vida para os homens e 86 para as mulheres.

Idosos - A população idosa é definida pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como o grupo etário de 65 anos ou mais nos países desenvolvidos e 60 anos ou mais nos países em desenvolvimento. No caso do Brasil, o Estatuto da Pessoa Idosa define como população idosa as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos. O IBGE calculou o indicador Proporção de Idosos para os dois grupos etários, para todos os anos contemplados em sua publicação Projeções da População do Brasil e Unidades da Federação: 2000-2070.
 
Este indicador vem aumentando ao longo do tempo para os dois grupos etários analisados, os com 60 anos e mais e 65 anos e mais de idade. Em 2000, 5,9% da população estava no grupo etário 60 anos ou mais, em 2023 foram registrados pouco mais de 10% de indivíduos nesta faixa e, para 2070, espera-se que 37,7% dos paraenses estejam no grupo de idosos com 60 anos e mais de idade.
 
Entretanto, as projeções do IBGE mostram que esta configuração pode mudar, chegando a um resultado em 2070 em que a minoria se torne o grupo das crianças e adolescentes e os idosos cheguem a cerca de 40% do total de paraenses.
 
“É fundamental conhecer estes resultados, pois, dessa forma gestores podem se organizar para as futuras composições populacionais que surgirem, podendo assim propor políticas mais adequadas àquelas realidades” avalia a diretora da Diretoria de Estatística e de Tecnologia e Gestão da Informação (DETGI) da Fapespa, Atyliana Dias.
 
Equilíbrio - Outro dado apontado no estudo é o de que no ano 2000 este indicador registrou que aproximadamente 77 paraenses eram dependentes de cada 100 indivíduos em idade potencialmente ativa, para o grupo etário 60 anos e mais. Este resultado apresentou queda em 2023, chegando a 53 dependentes por cada 100 indivíduos em idade ativa; e a projeção mostra que em 2070 será praticamente um dependente para cada pessoa em idade ativa. Quando o grupo etário é o de 65 anos e mais, em 2000 e 2023 os resultados são parecidos com o grupo etário de 60, mas na projeção para 2070, este indicador prospecta que cerca de 72 paraenses serão dependentes econômicos de cada 100 paraenses em idade ativa.

Ao separar os dados, razão de dependência em jovens e idosos, é possível obter uma visão mais detalhada da estrutura etária da população, permitindo entender quais grupos etários estão contribuindo mais para a dependência total da população em idade ativa. E dessa forma, a pesquisa aponta que a participação do jovem na dependência econômica paraense vem caindo ao longo do tempo, com a previsão de que o indicador acompanhe esta direção até 2070.
 
Entretanto, de modo contrário, a razão de dependência do idoso aumenta a cada ano, acentuando sua contribuição na dependência total. Esta tendência de crescimento na razão de dependência de idosos confirma o processo de envelhecimento populacional, reforçando a necessidade futura de políticas que promovam o envelhecimento saudável da população e a sustentabilidade dos sistemas de previdência do estado do Pará.