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SAÚDE PÚBLICA

Pacientes das UTIs do Pronto-Socorro da Augusto Montenegro têm exercícios fisioterapêuticos ao ar livre

Iniciativa contribui para reduzir o estresse natural de internações longas

Por Governo do Pará (SECOM)
29/08/2024 08h00

Uma iniciativa da equipe de Fisioterapia do Pronto-Socorro Dr. Roberto Macedo (PSRM), localizado na rodovia Augusto Montenegro, em Belém, está mudando a rotina dos pacientes internados nas Unidades de Terapia Intensiva do hospital, graças à proximidade da UTI Adulto e da UTI Pediátrica, com o pátio da área externa, onde exercícios fisioterapêuticos estão sendo praticados ao ar livre pelos pacientes, enquanto apreciam o pôr do sol e contemplam a área verde do terreno.

O Pronto-Socorro é o único hospital do Pará, onde a área externa é imediatamente anexa às UTIs, o que facilita o acesso dos pacientes às atividades promovidas ao ar livre pela equipe de Fisioterapia.

De acordo com a fisioterapeuta da UTI Adulto, Sâmia Feio, as atividades contribuem para reduzir a sensação de clausura experimentada por eles, e aumenta a aderência aos tratamentos.

"O ambiente fechado e restrito das Unidades de Terapia Intensiva, com a presença de paciente de longa permanência, pode culminar com o declínio do quadro clínico, e evoluir para quadros de delírios, um estado confusional agudo, que pode até diminuir a colaboração com as terapias multiprofissionais propostas. Os exercícios fora do ambiente da UTI diminuem esses riscos", informa a fisioterapeuta.

Atividades melhoram a adesão aos tratamentos

Sâmia destaca que as atividades feitas fora dos leitos de UTI são as que os pacientes mais esperam, e sempre retornam melhor. "Realmente é algo que alivia o estresse e a ansiedade gerados pela hospitalização, e faz com que eles colaborem mais com o tratamento. Além disso, as idas à área externa melhoram a função motora porque estimula os pacientes a se mobilizarem mais, e isso melhora também a função respiratória. Sem falar que o sol ativa a vitamina D dos pacientes", assegura a fisioterapeuta.

A paciente da UTI Adulto, Carla Priscila Lima Marcelino, de 43 anos, moradora de Marituba, aprovou a iniciativa da equipe de Fisioterapia. "Muito bom poder sair um pouco da UTI, pois lá a gente fica muito sobrecarregada e preocupada".

"Sair para respirar o ar puro daqui de fora é importante. Uma excelente ideia essa de aproveitar a área externa que fica aqui pertinho da UTI. Gosto de participar das atividades de fisioterapia aqui fora; me sinto bem quando venho, pois retorno melhor, não só fisicamente, mas também, emocionalmente. Respirar um pouco de ar puro que vem da matinha; ouvir os passarinhos cantando; pegar um vento no rosto, é bom mesmo. Essa iniciativa foi muito bem pensada. Nunca ouvir falar em algo assim em outros hospitais", ressalta a paciente.

A participação dos pacientes nos exercícios fisioterapêuticos na área externa, exige a liberação da equipe médica. Os pacientes precisam estar clinicamente estáveis, em condições de andar ou sentar na cadeira de rodas. No caso dos pacientes da UTI Pediátrica, dependendo da idade, os bebês participam das atividades nos colos de suas mães.

Giovanna Motta, fisioterapeuta da UTI Pediátrica, ressalta que a prática de atividades ao ar livre, quando realizada de maneira adequada, segura e dentro das possibilidades do quadro clínico de cada paciente, pode contribuir para estimular a mobilidade, e para ganho de força muscular dos pacientes.

"O passeio ao ar livre oferece benefícios significativos aos pacientes, promovendo uma recuperação mais eficaz. Mas, é importante garantir que essas atividades sejam realizadas com segurança e adaptadas às condições individuais de cada criança ", enfatiza a profissional. 

Para Jessione Fontenelle Filho, pai da paciente Jéssica Fontenelle da Fonseca, de 13 anos, do bairro da Pedreira, ter visto a filha caminhando e se exercitando ao ar livre, foi muito gratificante.

"Fiquei feliz com essa oportunidade de tirar a minha filha um pouco do ambiente hospitalar. Trazê-la aqui para a natureza, para ver o sol e sentir o vento, foi gratificante. Eu garanto que ela vai querer voltar todos os dias, quando possível. Com os exercícios, com certeza minha filha vai ter uma melhora para ajudá-la a sair da UTI e voltar logo para casa", diz o acompanhante. 

De acordo com Giovanna Motta, a repercussão das atividades externas é bastante positiva também para reduzir o estresse decorrente do tempo de internação, e até mesmo aumentar a motivação dos pacientes pediátricos diante das condutas fisioterapêuticas.

Samylle da Silva Fonseca, mãe de Débora da Silva Fonseca, de 6 anos, do município de Santa Luzia do Pará, diz que a ação da equipe de Fisioterapia é importante para a recuperação da saúde de sua filha, e para diminuir os efeitos emocionais causados pelo ambiente restrito da UTI. 

"Achei ótimo poder tirar minha filha de dentro da UTI para que se exercitar aqui fora. Ela precisava mesmo andar, sentir o vento e ver o sol se pondo, para melhorar a respiração e diminuir o estresse. É muito entediante para uma criança ficar o tempo todo em um só lugar. Essas atividades que a equipe de Fisioterapia faz aqui fora, estão ajudando a minha filha na recuperação de sua saúde, e também estão diminuindo o estresse e o tédio que ela anda sentindo por estar internada em uma UTI", relata Samylle Fonseca, 

Melhora do estado emocional com repercussão no quadro geral de saúde

A psicóloga das duas UTIs, Adriana Risso, diz que as atividades ao ar livre interferem em várias questões emocionais. "Quando o paciente passeia, caminha ar livre, como acontece com os nossos pacientes das duas UTIs do nosso Pronto-Socorro. Eles começam a ver o que é dia, o que é noite, pois nem sempre eles conseguem saber, porque perdem um pouco a noção do tempo, por estarem muito tempo isolados, e, isso melhora a adesão ao plano terapêutico proposto pela equipe multiprofissional". 

"Levar os pacientes para passear ao ar livre, para olharem o sol de pondo, a noite chegando, é de grande importância para eles, porque quando voltam ao quarto, estão renovados, animados", diz a psicóloga.

A psicóloga enfatiza a alegria dos pacientes após as atividades. "Eles chegam e contam empolgados que passearam e que viram o pôr do sol, as flores, as árvores, e relatam sobre o quanto foi bom. Dizem que respiraram o ar fora do hospital, pois até respirar o ar ambiente fora do hospital, faz bem para eles". 

"Outro dia, um paciente da UTI Pediátrica contou admirado que viu até uma preguiça em uma árvore. Isso é muito legal, porque a gente percebe claramente a melhora dos pacientes, assim como a alegria dos pais. Quando eles vão à área externa, o que eles relatam para a área de psicologia é positivo. A melhora do estado emocional, contribui com a melhora do estado geral de saúde. Enquanto profissionais psicólogos, consideramos este trabalho excelente, e reforçamos sobre o quanto ele é importante, pois significa muito para a melhora do quadro clínico e para o bem-estar dos pacientes", reitera a psicóloga.

Texto: Joelza Silva - Ascom/PSRM