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SAÚDE E INCLUSÃO

Hospital Abelardo Santos realiza imersão sobre saúde indígena e reforça interculturalidade na assistência

Como referência na linha de cuidado para esse público, a unidade do Governo do Pará já realizou 370 atendimentos em menos de dois anos

Por Diego Monteiro (HRAS)
27/08/2024 15h55

Nesta terça-feira (27), o Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), em Belém, realiza o 2º Circuito de Palestras de Saúde Indígena aos colaboradores. A capacitação visa promover a valorização da cultura e dos conhecimentos tradicionais indígenas, ampliando assim o diálogo sobre a interculturalidade, o que é fundamental para um atendimento em saúde mais humanizado e respeitoso.

O HRAS é referência na linha de cuidado aos povos indígenas e é pioneiro na Amazônia na assinatura do Incentivo para a Atenção Especializada aos Povos Indígenas (IAE-PI), do Ministério da Saúde (MS). Até julho de 2024, foram 232 atendimentos a esse público, a maioria das etnias Tembé, Assurini, Amanayé e Munduruku. Em 2023 foram 138, totalizando 370 em menos de dois anos.

A imersão foi conduzida 100% por profissionais de saúde de origem indígena, garantindo uma abordagem mais autêntica e sensível às necessidades específicas dos pacientes. "O hospital vem se estruturando na ambiência e na capacitação, e isso é muito bom. É preciso conhecer esses povos, suas crenças, modo de vida e socialização para, aí sim, poder cuidar", destacou a médica Eliniete Baniwa.

Entre os assuntos que serão abordados ao longo do dia estão: atuação profissional no contexto intercultural da saúde indígena; doenças prevalentes na infância e a importância da interculturalidade no atendimento nas redes de atenção à saúde; desafios na comunicação e no cuidado ao paciente indígena; dentre outros temas.

Rafaela Moraes, da etnia Xipaia, é médica do Hospital Abelardo Santos e uma das palestrantes. “Ações como essa para nós, povos indígenas do Pará, são momentos muito importantes. Digo isso enquanto mulher indígena, mãe e profissional da saúde. Vivenciar, trocar experiências e fazer parte do corpo clínico no cuidado intra-hospitalar aos nossos parentes é, sem dúvida, muito gratificante”.

Atendimento - Referência em alta complexidade e em urgência e emergência pediátrica e obstétrica, a unidade de saúde do Governo do Pará também oferece assistência especializada aos pacientes indígenas e seus familiares, respeitando tradições e hábitos, com clareza no diagnóstico e orientações de saúde, assegurando intérprete quando necessário e promovendo a capacitação constante dos profissionais.

Segundo a coordenadora do NEP, Jamilly Silva, esse evento ajuda na compreensão das práticas, valores e necessidades de saúde específicas das comunidades indígenas e permite uma abordagem mais sensível, já que esse momento é uma oportunidade de troca de experiências, destacando desafios e soluções, assim inspirando novas práticas ou adaptação de metodologias existentes no hospital.

Jamilly Silva acrescenta: “Por isso temos o cuidado de chamar profissionais indígenas da área da saúde, que têm a oportunidade de aplicar seus saberes e costumes tradicionais, enriquecendo os planos terapêuticos e tornando-os mais eficientes para atender às necessidades dessa população. Além disso, cria uma rede de apoio entre os profissionais de saúde e as comunidades indígenas”, disse.

Para a diretora-geral do HRAS, Aline Oliveira, a unidade está empenhada em criar pontes que promovam um entendimento mais profundo sobre o assunto. “A iniciativa reflete o nosso compromisso com um atendimento de saúde respeitoso às comunidades indígenas. A assistência também envolve a compreensão e o respeito às diferenças culturais que influenciam a maneira como cada povo cuida de si”.

“Portanto, a capacitação contínua e o aprimoramento das nossas práticas são fundamentais para assegurar que estamos prestando um atendimento digno e culturalmente adequado. Através de eventos como este, fortalecemos nossa missão de sermos não apenas um centro de saúde, mas também um espaço de respeito e acolhimento para todos os povos que aqui são atendidos”, concluiu Aline Oliveira.