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Reutilização do caroço de açaí pela indústria é mais uma fonte de renda sustentável no Pará  

Governo do Estado, por meio da Codec, dialoga com empresas que pretendem impulsionar a economia sustentável ao dar destinação a um resíduo que, em muitos lugares, ainda é descartado

Por Tarcya Amorim (CODEC)
26/08/2024 14h42

O caroço de açaí, antes descartado como resíduo, está ganhando novo aproveitamento no Pará. Transformado em biofertilizante, por meio do biochar, e com potencial para gerar créditos de carbono, ele se torna mais uma fonte de renda sustentável na Amazônia. Visando incentivar crescimento econômico com base nas diretrizes do governo do Estado, a Companhia de Desenvolvimento Econômico do Pará (Codec) apoia empresas que investem na reutilização do caroço de açaí, promovendo a sustentabilidade e a inovação no setor.

Entre essas empresas estão a Moss Earth, Amazon BioFert e INOVI Tecnologia, que apresentaram propostas de negócios de utilização do caroço de açaí pela indústria, a partir da produção do biochar.

Presente no dia a dia do paraense, o açaí também pode ter o caroço reaproveitado como biocarbonoNo Pará, o reaproveitamento dos caroços de açaí como biocarbono, uma forma eficiente de sequestrar carbono e reduzir emissões de gases de efeito estufa, está atraindo a atenção de investidores. Este processo inovador, que transforma resíduos em biofertilizantes sustentáveis, é promissor no Estado, que lidera a produção nacional de açaí com 1,7 milhão de toneladas anuais, segundo a Fundação Amazônia de Amparo a Estudos e Pesquisas (Fapespa). A iniciativa não só beneficia o meio ambiente, mas também oferece uma solução lucrativa para os resíduos do fruto.

“Este produto revitaliza e aumenta a produtividade dos solos, fixando carbono e contribuindo para a mitigação dos efeitos climáticos. Nossas ações ajudam a agroindústria a transformar resíduos em  crédito de carbono, se convertem em regeneração do solo e, o mais interessante, é que uma parte disso retorna para as comunidades tradicionais em projetos socioambientais, contribuindo para uma cadeia”, disse Wesley Resplande, um dos sócios da BioFert, startup que desenvolve soluções verdes para a Amazônia.

 Produção de energia - O engenheiro florestal José da Silva Júnior, consultor da INOVI Tecnologia e representante da Fazenda DHR, que pretende iniciar atividades de descarbonização no município de Abaetetuba, no Baixo Tocantins, ressaltou o potencial do produto: “É um item que permite harmonizar a produção de energia e de alimentos com aumento da fertilidade e o sequestro de carbono, além de apresentar grande capacidade no mercado”, informou.

A Moss Earth busca instalar um empreendimento no Distrito Industrial de Ananindeua, na Região Metropolitana de Belém. “Nosso negócio é integralmente paraense, e tem como objetivo gerar divisas para o Pará”, destacou Gilvani Leão, CEO da WGP Brasil. “Acreditamos que o suporte do governo do Estado, por meio da Codec, é essencial para o sucesso do projeto, pois a Companhia atua como agente facilitador na questão de incentivos fiscais e aproximação com instituições que podem oferecer auxílio financeiro e, certamente, nos ajudará nesse processo”, completou.

O presidente da Codec, Lutfala Bitar, destacou a importância da Companhia na promoção de negócios sustentáveis no Pará: “Nosso papel é impulsionar o desenvolvimento econômico do Estado, atraindo investimentos que gerem emprego e renda para a região. Acreditamos no potencial inestimável da nossa biodiversidade, e por isso é essencial apoiarmos projetos que aproveitem integralmente o açaí, um fruto tão valorizado pela nossa população, que já gera renda para muitas famílias, e agora a indústria tem apresentado mais uma nova possibilidade de geração de renda”, disse o presidente.