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CULTURA AMAZÔNICA

Imprensa Oficial anuncia reedição das obras de Dalcídio Jurandir e Benedicto Monteiro

Ao completar cinco anos de trabalho pela valorização da literatura paraense, a Editora Pública Dalcídio Jurandir oferecerá ao público novas edições de obras de dois grandes escritores do Pará

Por Julie Rocha (IOE)
26/08/2024 13h33

Para celebrar os cinco anos de criação da Editora Pública Dalcídio Jurandir, a Imprensa Oficial do Estado (Ioepa) encerrou participação na 27ª Feira Pan-Amazônica do Livro e das Multivozes com o anúncio da republicação de obras de Dalcídio Jurandir e Benedicto Monteiro. O protótipo das obras que serão publicadas ainda este ano foi apresentado durante a roda de conversa “Um sopro de liberdade – Dalcídio Jurandir e Benedicto Monteiro na Atualidade”, na noite de domingo (25), no estande da Ioepa.

Para o debate das obras dos escritores paraenses estiveram presentes a escritora, poeta e cantora Wanda Monteiro e a pesquisadora das obras de Dalcídio Jurandir, Regina Costa, além do poeta homenageado nesta edição da Feira, Antônio Juracy Siqueira; do escritor Paulo Maués; do presidente da Ioepa, Jorge Panzera, e da equipe da Editora Pública Dalcídio Jurandir, com Moisés Alves (editor e coordenador); Victoria Santos (secretária); Luciano Alves (designer); Robson Keller (designer); Edilberto Silva (designer); Henos Silva (designer); Raissa Carvalho (designer); Tiago Batista (revisão) e Paulo Lopes (estagiário de revisão).Jorge Panzera, presidente da Ioepa, o homenageado Antônio Juracy Siqueira e demais participantes da roda de conversa

Mediada por Moisés Alves, a roda de conversa girou em torno da proximidade entre os dois escritores e dos trabalhos publicados, que agora serão reeditados pela Imprensa Oficial. “Para mim é maravilhoso trabalhar Dalcídio. Quero parabenizar a Ioepa pelo maravilhoso trabalho em trazer à luz todos esses livros que já estavam sem norte nas prateleiras”, disse Regina Costa.

Autora dos livros “As Políticas Públicas de Saúde do Pará na Primeira República” e “Dalcídio Jurandir, leitor e criador de personagens leitores na Amazônia paraense”, publicados pela Editora da Ioepa em 2021 e 2023, respectivamente, Regina Costa também comentou o fato de saber que a obra “Chove nos Campos de Cachoeira” está na lista das publicações. “Este livro foi meu projeto de mestrado e de doutorado. É um trabalho muito bom e, principalmente, porque vamos ter a primeira edição desta obra, com prefácio de Fabrício Abreu, ou seja, uma edição muito esperada por estudiosos de Dalcídio”, acrescentou.

Filha do escritor Benedicto Monteiro, Wanda Monteiro falou sobre a importância que os dois autores tiveram sobre "o falar da Amazônia" em suas obras. “Eles não falaram de uma Amazônia como um santuário, mas do drama humano, dos quilombolas, do ribeirinho, do indígena e do povo. Foram vozes necessárias para falar de uma Amazônia que tem que ser situada numa perspectiva universal, de forma que possa ser encarada pelas autoridades e até pesquisadores como ela é, e não apartada da natureza ou da paisagem”, frisou.

Ela lembrou que Benedicto Monteiro começou a escrever aos 18 anos, e foi Dalcídio que o fez despertar esse interesse não só pela literatura, mas sobretudo para o eixo político, social e ideológico. “Ele (Benedicto) passou a ver o lugar que ele respirava como um tampão político”, disse Wanda Monteiro.

Após a roda de conversa, os participantes e visitantes da Feira Pan-Amazônica do Livro puderam ver os protótipos das obras que serão republicadas pela Editora Pública Dalcídio Jurandir: “Três Casas e um Rio”, “Marajó”, “Chove nos Campos de Cachoeira” e “Belém do Grão Pará” fazem parte do Ciclo do Extremo-Norte, uma coletânea de 10 livros que contam a saga do herói Alfredo, uma espécie de alter ego de Dalcídio Jurandir.

Centenário - Para celebrar o centenário de Benedicto Monteiro, que nasceu no município de Alenquer, no Oeste do Pará, em 1º de março de 1924, a Editora da Ioepa também vai reeditar a tetralogia amazônica do autor, composta pelas obras “Verde Vagomundo", "O Minossauro", “A Terceira Margem” e “Aquele Um”, e a autobiografia “Transtempo”. “Estive no Rio de Janeiro com a Wanda Monteiro para falarmos da homenagem no ano do centenário de Benedicto e republicarmos as principais obras na linha de publicação que busca a valorização e a recuperação histórica desses autores”, informou Moisés Alves.

Para o titular da Ioepa, Jorge Panzera, o momento foi apenas uma amostra inicial sobre o trabalho que será lançado com as cinco obras de Benedicto Monteiro em homenagem ao seu centenário. "A reedição da autobiografia de Benedicto Monteiro com a tetralogia amazônica são livros fundamentais para homenageá-lo. Ao mesmo tempo, anunciamos os quatro livros do Ciclo do Extremo-Norte de Dalcídio Jurandir", disse o gestor da Ioepa.