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Hospital Octávio Lobo entrega espaço destinado ao acolhimento de jovens

Ambiente humanizado permite que usuários, de 13 a 19 anos, tenham maior interação e compartilhem de distração próprios da mesma faixa etária

Por Leila Cruz (HOIOL)
22/08/2024 11h36

O Hospital Oncológico Infantil Octávio Lobo (Hoiol) entregou, nesta quarta-feira (21), o “Espaço Jovem” dedicado exclusivamente aos pré-adolescentes, adolescentes e jovens, de 13 a 19 incompletos, assistidos na instituição, referência no tratamento do câncer infantojuvenil na Amazônia.

Gerenciada pelo Instituto Diretrizes, sob o contrato de gestão com a Secretaria de Estado de Saúde Pública, a unidade hospitalar atende pacientes oriundos dos 144 municípios paraenses e estados vizinhos. A diretora-geral do Hoiol, Sara Castro, destacou “o compromisso da gestão em efetivar os princípios do Sistema Único de Saúde (SUS) nas práticas de atenção cotidianas e promover a qualificação técnica das equipes, a fim de garantir um acolhimento humanizado e a melhor experiência aos usuários durante a permanência no hospital”. 

“Este espaço era muito almejado para trazer um melhor suporte emocional e promover as interações dos jovens durante a hospitalização, a fim de que possam se expressar livremente e interagir com outros indivíduos da mesma faixa etária. Inclusive, já está em curso um projeto para firmar parcerias e ofertar cursos profissionalizantes para este público. Então, quero agradecer a todos os nossos voluntários que contribuíram conosco para qualificar ainda mais a assistência, por meio de trocas solidárias com nossos profissionais e usuários”, destacou a diretora.

A coordenadora de Humanização, Natacha Cardoso, afirmou que os adolescentes e jovens tipificam um grupo com marcas identitárias e expectativas específicas, portanto, precisam de um ambiente com o qual possam se identificar. “As nossas brinquedotecas foram estruturas com uma característica mais infantil, portanto, os jovens se isolavam durante as programações porque não se encontram mais naquela fase. Percebemos então, junto à alta gestão, a necessidade de criar um espaço específico para que pudessem se encontrar, desvelar suas identidades e subjetividades. Recebemos apoio dos nossos grupos de voluntários para caracterizar o espaço”, disse.

Alessandro Cordeiro, 17 anos, veio transferido de um hospital localizado no município de Cametá com suspeita de leucemia para o Hoiol, onde passa por exames com o intuito de fechar  um diagnóstico. “Quando entrei na sala, fui logo pegando um livro, porque eu costumo ler. “Então é bom ter um local onde possamos nos ‘refugiarmos’, porque muitas vezes ficamos deprimidos na enfermaria, com o tempo ocioso. E isso só aumenta  ansiedade e estresse por estar passando por estarmos doentes, hospitalizados, e todos os nossos problemas vêm à tona, um turbilhão de pensamentos”, disse.

O Espaço Jovem oferta atividades pedagógicas, jogos educativos e livres, videogame, livros, pebolim, acesso à internet e Tv a cabo, óculos de realidade virtual, bem como  programações junto à equipe multiprofissional em parceria com Projeto Amor sem Fronteiras, Tintas Veloz, Mama Quilla, Projeto Mulheres Artistas da Amazônia, Thainá Silva, Prime Serviços Engenharia LTDA e Manoel Neto.  “Esse olhar vai ao encontro da Política Nacional de Humanização (PNH) - Humaniza SUS, qualifica ainda mais o nosso atendimento e garante que os pacientes recebam cuidado adequado de acordo com suas demandas específicas”, enfatizou Natacha Cardoso.

Desde 2015, Leila Chagas é voluntária do hospital por meio do projeto “Amor Sem Fronteiras”. Durante a inauguração do espaço, ela representou todo o voluntariado do hospital e recebeu um certificado pelo apoio prestado à instituição. “Contribuir com as programações e com o trabalho realizado pelo hospital é muito gratificante e a concretização de um sonho. Ser voluntário é ser família, levar amor e esperança e contribuir com o acolhimento das crianças e adolescentes”, afirmou.

Aos 18 anos, Cauã Teixeira, morador do bairro da Marambaia, em Belém, está em tratamento contra um Sarcoma de Ewing, um câncer ósseo que também pode acometer os tecidos de partes moles como músculos e cartilagens. “Apesar do Hospital ter o nome de oncológico infantil, também atende o público jovem, então achei interessante  ter esse espaço. Estou curtindo bastante, porque nos estimula a sair do leito e  a socializar com outras pessoas da nossa idade e que também estão passando pela mesma situação”, disse.