Fundação Cultural do Pará promove diversidade e inclusão na 27ª Feira do Livro e das Multivozes
Estande da FCP oferece programação variada com bate-papos sobre cultura popular e lançamentos de obras regionais
A Fundação Cultural do Pará (FCP) estará presente na 27ª Feira do Livro e das Multivozes com uma programação variada, incluindo o lançamento de um livro, uma atividade lúdica para crianças e bate-papos sobre cultura popular.
Durante a manhã, a programação iniciou com o bate-papo "Projeto Future-se na Amazônia, Filosofia Decolonial e Leitura para Todos", conduzido por Aline Gomes Rossi Moraes. Em seguida, foi a vez do lançamento do livro "A Cabanagem: A Revolução Popular da Amazônia", de Geraldo Magella de Menezes Neto. No período da tarde, as atividades se voltaram ao público infantil com a contação de histórias "A Lenda da Borboleta Azul", apresentada pela técnica cultural Socorro Miranda. A atividade incluiu sorteio de livros, promovendo o incentivo à leitura desde a infância.
O bate-papo "Intergeracionalidade nos Bois de Máscaras de São Caetano de Odivelas", mediado por Rondinell Aquino Palha, Mestre de Cultura Popular, foi um dos destaques da programação. Palha ressaltou a importância da preservação da cultura popular e da transmissão de saberes entre gerações. “Acho que toda a programação da Fundação está sendo importante, porque está oportunizando as pessoas de divulgarem seus trabalhos”, afirmou. “No meu caso, especificamente, eu vim falar sobre a manifestação dos bois de São Caetano de Odivelas, que é algo que eu vivencio desde os 5 anos. Sou também coordenador de um dos principais grupos, o Boi Faceiro, e vim falar do trabalho de pesquisa que a gente fez sobre a transmissão de saberes entre as gerações, falar desse processo, desses conflitos que acontecem entre as gerações, para preservação e continuidade da cultura popular. Esse tipo de espaço, de roda de conversa é fundamental para interagir, tirar dúvidas, ouvir pessoas, contribuições, isso é fundamental, porque nós sabemos que fazer cultura popular não é fácil, os espaços para a cultura popular são escassos, então a Fundação está com um papel fundamental nesse processo de proporcionar a oportunidade para que mestres, grupos e artistas, possam mostrar e demonstrar seus trabalhos, que esse espaço se amplie”, explicou Palha. Ele também destacou a relevância de espaços como a Feira do Livro para a continuidade das tradições culturais, especialmente em um cenário onde os recursos e oportunidades para a cultura popular são limitados.
Gabriel Allan, músico convidado para a mesa, também compartilhou suas impressões sobre o evento, destacando a importância de encontros que promovam o aprendizado e a troca de conhecimentos. “Para mim, cada evento desse é uma experiência nova, é uma honra estar aqui num evento desse. Para mim é um prazer estar aqui, é um aprendizado a mais”, declarou o músico, que recentemente participou do Salão de Turismo no Rio de Janeiro, levando a cultura de São Caetano de Odivelas para outros estados.
Neila Garcês, coordenadora de promoção editorial da FCP, ressaltou que a programação do estande foi elaborada de forma participativa, permitindo que os produtores de cultura ocupassem o espaço de acordo com suas necessidades. “A programação de hoje foi constituída de lançamentos, sessões de autógrafos e bate-papo. Está desde sábado e vai até domingo, até o final da feira”, explicou.
Quanto aos temas abordados pela programação, Garcês detalha: “A gente fala de uma Feira Pan-amazônica na sua 27ª edição, e que não deixa mais de ser a feira das multivozes. Então a gente tem um tronco, que é o fomento cultural, com esse braço mais forte da expressão do livro, da leitura, do fazer intelectual, textual, da oralidade, mas do texto escrito também. Então as temáticas são muito variadas, a gente tem, por exemplo, um bate-papo sobre o boi de máscara de São Caetano com uma apresentação cultural aqui in loco. Mas a gente tem também uma exposição de biojoias, de, por exemplo, talentos indígenas que vão estar conosco no estande. A gente tem um escritor de vigia, um escritor de marabá que vem apresentar seu livro que fala, por exemplo, de diversidade, de inclusão. A gente vai ter um escritor autista, que é o Ítalo, um talento. Então a gente tem esse espaço aberto para essas multivozes, muito articulado com a proposta que é a pan-amazônica”. Garcês destacou também a importância de dar voz a diversos segmentos culturais, criando um ambiente inclusivo e representativo na Feira do Livro e das Multivozes.
A programação da FCP na Feira segue até o final do evento, no domingo, com atividades que promovem a diversidade cultural e a inclusão de múltiplas vozes na cena literária e cultural da Amazônia.