Ação integrada resgata filhote de gavião-real no sudoeste paraense
O resgate foi desencadeado após moradores informarem às autoridades ambientais sobre a presença do filhote que estava incapaz de voar
Um filhote de gavião-real (Harpia harpyja) foi resgatado em Porto de Moz, na região sudoeste paraense, após se chocar contra fiação elétrica e sofrer grave lesão em uma das asas. Tudo isso só foi possível graças à ação integrada do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), a Norte Energia e o Projeto Gavião Real.
O resgate foi desencadeado após moradores informarem às autoridades ambientais sobre a presença do filhote que estava incapaz de voar. Em resposta, uma equipe do Ideflor-Bio e do Ibama foram rapidamente acionadas para a missão de salvamento. No entanto, dada a localização de difícil acesso, a operação dependia de um apoio logístico, o qual foi viabilizado pela Norte Energia, concessionária da Usina Hidrelétrica Belo Monte, que disponibilizou o combustível necessário para que os técnicos chegassem ao local.
"Foi uma operação desafiadora, mas a colaboração entre as instituições envolvidas foi fundamental para garantir que o filhote recebesse o tratamento necessário em tempo hábil", destacou o técnico em Gestão Ambiental do Ideflor-Bio, Atilla Mello, que participou ativamente do resgate. Segundo o especialista, o gavião-real é uma espécie de extrema importância ecológica, desempenhando um papel crucial no equilíbrio dos ecossistemas amazônicos.
Após o resgate, o filhote foi transportado para o município de Altamira, onde passou por uma avaliação veterinária detalhada. Os exames revelaram uma fratura na asa, mas os veterinários estão otimistas quanto à recuperação do animal, desde que ele receba o tratamento adequado. "Esse é apenas o primeiro passo em um processo longo que visa garantir a reintrodução do gavião-real à natureza", complementou Atilla Mello.
O próximo destino do filhote será o BioParque Vale Amazônia, localizado em Parauapebas, no sudeste paraense. Administrado pelo ICMBio, o local é especializado na recuperação de animais silvestres e oferece uma infraestrutura adequada para o tratamento intensivo do gavião-real. Lá, o animal receberá cuidados específicos, incluindo fisioterapia, que são essenciais para sua total recuperação e retorno ao habitat natural.
O gerente de Meios Físicos e Bióticos da Norte Energia, Roberto Silva, reforçou a importância da parceria entre as instituições envolvidas. “A Companhia reconhece a importância do gavião-real para o equilíbrio dos ecossistemas e apoia ações de conservação com os ninhos da espécie na área de influência da usina. Por isso, quando fomos acionados para colaborar no resgate do filhote, nos mobilizamos rapidamente para que o animal tenha as maiores chances de ser devolvido à natureza”, afirmou.
Sobre o animal - A espécie gavião-real é uma das mais emblemáticas da fauna brasileira, conhecida por sua força e imponência. Com uma envergadura que pode ultrapassar dois metros, a ave possui garras maiores que as de um urso pardo americano e pernas tão grossas quanto o punho de um homem adulto. No entanto, apesar de suas impressionantes características físicas, o gavião-real está vulnerável à extinção, principalmente devido à destruição de seu habitat e à caça ilegal.
Por esses e outros motivos, a operação de resgate não apenas salvou um filhote de uma espécie ameaçada, mas também destacou a importância da colaboração interinstitucional para a preservação da biodiversidade amazônica. O episódio serve, ainda, de exemplo para futuras ações de conservação, mostrando que a união de esforços pode fazer a diferença na proteção de espécies em risco.