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MEIO AMBIENTE E ECONOMIA LIMPA

Semas reúne especialistas para debater transição energética no Pará

Evento abordou as ações dos órgãos governamentais estaduais, as projeções para o setor elétrico, e os novos projetos para a descarbonização

Por Igor Nascimento (SEMAS)
15/08/2024 08h05

O Pará se posiciona na vanguarda do desafio global para garantir um desenvolvimento econômico e social priorizando baixas emissões de carbono e fontes de energia limpas e renováveis. Para debater este processo de descarbonização e de novas diretrizes para a matriz energética paraense, especialistas do setor energético se reuniram em Belém no evento "Transição Energética e o Futuro do Setor de Energia do Pará", promovido pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade do Pará (Semas) na terça-feira (13). 

O encontro focou na análise da conjuntura atual e na proposição de soluções para os desafios do setor no Estado. "Tem havido uma mudança gradativa no Pará rumo à transição energética, com participação do estado na condução dessa mudança", afirma o secretário adjunto de Gestão e Regularidade Ambiental da Semas, Rodolpho Zahluth Bastos.

"Este cenário reflete um compromisso firme com a transição para uma energia limpa, confiável e acessível. É de extrema importância que os avanços da transição energética confiram maior sustentabilidade à matriz dos setores produtivos do Pará, porém, nossa realidade exige que o debate sobre transição energética seja ampliado para a noção de inclusão energética, que garanta direitos básicos das pessoas, avanços sociais e energia disponível às cadeias sustentáveis de bioeconomia que buscamos estruturar em todo o Estado. A energia é um componente central do processo de mudança e precisamos reposicionar sua importância no contexto da política climática do estado do Pará", complementa o secretário adjunto.

De acordo com a coordenadora de Infraestrutura e Energia da Secretaria Adjunta de Gestão e Regularidade Ambiental (Sagra) da Semas, Ana Beatriz Ramos, o evento também buscou debater soluções de mitigação de impactos ambientais. "O evento traz a discussão sobre a mudança que o Pará está passando no setor de energia e as formas de adequar isso às políticas do Estado e à Agenda 2030. A gente quer definir ações efetivas que repactuem a relação entre infraestrutura, natureza, desenvolvimento econômico e ganhos sociais. O evento expôs a necessidade desse direcionamento de equilíbrio em que todos ganham, incluindo o meio ambiente", explica.

O Pará se destaca como um dos maiores produtores de energia do Brasil, em quinto lugar entre os Estados brasileiros em termos de capacidade instalada, com aproximadamente 25,1 GW de potência outorgada. Com 13 mil empreendimentos de geração energética, 98% da energia gerada no estado provém de fontes renováveis. Dentre essas fontes, a parcela de energia hidrelétrica é de 97%, com 1,48% de energia de origem fóssil. No Brasil, 87% da matriz energética produzida é renovável, enquanto que a média mundial de energia renovável é de 26%.

O diretor de Energia da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme), Mauro Bastos, apresentou as ações da secretaria para viabilizar a demanda energética de baixo carbono no Pará. Ele apresentou o investimento de mais de 40 milhões de reais no Programa de Inclusão Socioeconômica (PIS), que leva energia elétrica a localidades que ainda não dispõem do serviço ou que precisam de ampliação. "Esse programa gerenciado pela Sedeme tem beneficiado milhares de famílias. O PIS viabiliza a execução de projetos de energia elétrica e interesse social no Pará. A Sedeme também executa outras ações que apoiam o desenvolvimento socioeconômico como Atlas Energético do Pará, que mapeia potenciais de geração de energia renovável, como eólica e solar, identificando as melhores zonas para implantação de projetos de energia limpa no Estado do Pará."

"É muito importante que a Agência esteja próxima dos órgãos ambientais, a gente precisa ser parceiro. Este projeto é interessante do ponto de vista do desenvolvimento do país e do desenvolvimento ambiental. Só conseguiremos se construirmos juntos, de forma participativa", declarou Ludimila Lima da Silva, Superintendente de Concessões, Permissões e Autorizações dos Serviços de Energia Elétrica da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).

Erick Martins, representante da Federação das Indústrias do Pará (Fiepa), destacou a relevância do debate sobre fontes sustentáveis de energia, especialmente com a realização da COP 30 em Belém no próximo ano. Ele enfatizou a importância de uma matriz energética limpa e sustentável para o crescimento industrial, e apontou que o Brasil já possui uma base majoritariamente composta por fontes renováveis. "Já pensando na COP 30, o tema de energia é fundamental para a sociedade. O crescimento industrial depende de matriz energética cada vez mais limpa e sustentável. Vale a pena citar que o Brasil está na vanguarda, nós temos uma base que advém de fonte sustentável em sua maioria, 90% da matriz energética oriunda de fonte sustentável. E é importante a gente fazer este recorte para a Amazônia e para o Estado do Pará. Historicamente, a Amazônia sempre foi um grande celeiro de geração de energia e precisamos ter cada vez mais eficiência energética e negócios realmente sustentáveis. É fundamental esta parceria com governo e instituições".

O evento foi realizado no auditório da Fiepa e contou com painéis que discutiram as ações dos órgãos governamentais estaduais, as projeções para o setor elétrico, e os novos projetos voltados para a descarbonização no Pará. Representantes de empresas como Eletronorte, New Fortress e Equatorial apresentaram suas perspectivas para os próximos anos, incluindo a implantação de novas tecnologias e a importância da sustentabilidade no setor energético.

O primeiro painel focou nas ações dos órgãos governamentais do Pará no setor de energia e na preparação para a COP 30, que ocorrerá em Belém no próximo ano. Entre os participantes, Rodolpho Zahluth Bastos, que apresentou iniciativas da Semas para a descarbonização do setor, e Carlos Augusto de Paiva Ledo, que destacou as ações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Mineração e Energia (Sedeme) para viabilizar a demanda energética de baixo carbono no estado.

O segundo painel discutiu a regulação do setor elétrico e as projeções para o estado. Moderado pelo secretário adjunto Rodolpho Zahluth Bastos, o painel contou com a participação de Ludimila Lima da Silva, representando a Aneel; Glauce Botelho, Superintendente adjunta de Meio Ambiente da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) e Setsuko Kodama, que apresentou a Agenda da Sustentabilidade do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS).

À tarde, o evento continuou com painel sobre novos projetos do setor elétrico no Pará, moderado por Marcelo Moreno, diretor de Licenciamento Ambiental da Semas. Entre os destaques, estavam as perspectivas da Eletronorte, que falou sobre a importância da descarbonização e o primeiro banco de baterias na Região Norte. Mariana Schaedler, da New Fortress, e Ivan Aragão, da Equatorial, também participaram, discutindo a implantação de novos projetos de energia no estado.

O último painel abordou a sustentabilidade e o novo olhar para o setor elétrico. Com mediação de Bruna Pôjo, assessora técnica da Semas, o painel contou com a participação de representantes da Huawei, Ambientare, Absolar e Geonergies, que discutiram temas como a importância dos bancos de baterias para a descarbonização, ESG nos estudos ambientais e os desafios da transição energética.

Além dos painéis, o evento inclui minicursos no dia 14, realizados na Casa Vicente, sede da Semas na Av. Magalhães Barata, que abordaram o futuro da energia e o papel das novas tecnologias. O evento contou com o apoio de New Fortress, Equatorial Energia, Ambientare e Eletronorte.

Texto de Antônio Darwich / Ascom Semas