Oficina sobre manejo para tuberculose qualifica profissionais da Atenção Primária à Saúde
Os ministrantes reforçaram a importância de o paciente não interromper o tratamento, para evitar formas mais resistentes e o óbito pela doença
Profissionais do Pará que atuam na Atenção Primária à Saúde (APS) participaram de qualificação no manejo da tuberculose, realizado pelo Ministério da Saúde, com apoio da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), por meio da Coordenação do Programa de Controle da Tuberculose.
Realizada no auditório da Sespa, em Belém, a atividade é uma sequência de outras capacitações realizadas ao longo deste ano, as quais abordaram a prevenção voltada à identificação e ao acompanhamento dos contatos. No último módulo, foi abordado o manejo clínico da tuberculose, a fim de aperfeiçoar os participantes para a melhoria dos níveis epidemiológicos da doença no Pará, alcançar a cura, reduzir o abandono do tratamento e a mortalidade.Capacitação foi realizada no auditório da Sespa, em Belém
“Foi o momento em que os profissionais puderam tirar dúvidas, e assim multiplicar esse conhecimento nos municípios em que atuam, a fim de melhorar a vigilância, o cuidado e acompanhamento da população local”, destacou a enfermeira Adriana Leal, do Programa de Controle da Tuberculose da Sespa.
Controle - O objetivo das capacitações é atualizar os conhecimentos dos profissionais sobre novas recomendações do PNCT (Programa Nacional de Controle da Tuberculose) para o manejo da doença no Brasil. “A atualização é importante para a realização do atendimento e cuidado com a pessoa com tuberculose, desde a identificação da doença até o seu acompanhamento”, destacou Liliana Romero Veja, uma das ministrantes do treinamento ao lado de Nildo Barros.
Atualmente, todo o diagnóstico e tratamento da tuberculose é assegurado pelo Sistema Único de Saúde (SUS), cujo protocolo delega à Sespa o compromisso de capacitar os técnicos municipais, para que todos os paraenses acometidos pela tuberculose tenham o diagnóstico em tempo oportuno e o tratamento integral, aumentando o índice de cura e evitando óbitos.
Tratamento sem interrupção - Os ministrantes da oficina foram unânimes em reforçar a importância do tratamento integral do paciente com tuberculose. A duração é de seis meses, e deve ser concluído, sob o risco de o paciente desenvolver formas mais resistentes da doença se abandonar o tratamento.
Também foram abordadas as metas propostas por organismos internacionais de redução em 90% dos casos de tuberculose, e de 95% das mortes pela doença até 2035.
De acordo com o Ministério da Saúde, a tuberculose é uma doença bacteriana infecciosa e transmissível, causada pelo bacilo de Koch (Mycobacterium tuberculosis). Afeta principalmente os pulmões, provocando tosse (seca ou com secreção) - o sintoma mais conhecido. Afeta especialmente populações em situação de vulnerabilidade.
Segundo dados do Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan), o Pará registrou 4.995 casos de tuberculose em 2022; 5.006, em 2023, e 1.049 casos em 2024, até o momento. Em relação às mortes causadas pela doença, o Estado registrou 296, em 2022, e 335, em 2023.