Jovens participam de ação educativa sobre combate à violência contra a mulher
O Projeto 'Maria da Penha vai à escola', iniciativa da Secretaria de Estado das Mulheres, trabalha de forma preventiva o enfrentamento à violência contra o público feminino
Era para ser uma tarde normal com aulas que integram a grade curricular das turmas do ensino médio. No entanto, os alunos da Escola Estadual João Batista de Moura Carvalho, localizada em Benevides, município da Região Metropolitana de Belém, foram surpreendidos com uma ação pedagógica realizada pela Secretaria de Estado das Mulheres (Semu), na tarde de terça-feira (13). A iniciativa faz parte da campanha do governo do Estado "Pela Vida Delas - Feminicídio Zero", em alusão ao "Agosto Lilás".Alunos aprovaram as informações levadas ao ambiente escolar pela Semu
A equipe multidisciplinar da Semu levou informações e debateu acolhimento, autocuidado e empoderamento, por meio de palestra e oficina de maquiagem e cuidados estéticos. "A nossa Escola é formada por uma comunidade carente. Toda e qualquer informação que venha para agregar é bem-vinda. No caso do 'Agosto Lilás', por exemplo, é importante mostrar para os nossos alunos o significado e a representatividade que a campanha traz. Muitos deles crescem em lares onde a violência se faz presente, e isso acaba sendo normalizado. Conhecer as leis, entender o que é violência doméstica, é fundamental para que eles se tornem cidadãos", ressaltou a vice-diretora da unidade, Aldilene França.
Psicóloga Beatriz Souza: trabalho em parceria "Essa iniciativa realizada pela Semu é maravilhosa! Assim, nós podemos conscientizar os jovens, principalmente porque estamos no 'Agosto Lilás', que vem para sensibilizar em relação à violência contra a mulher. Para combatê-la, precisamos unir forças e trabalhar em parceria. Hoje, tenho certeza que nossos alunos saem daqui sabendo identificar os diversos tipos de violência", disse a psicóloga da Escola, Beatriz Souza.
Estudantes Maickon e Jucylene: aprendizadoFortalecimento - Em fase de preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), a estudante Jucylene Amador entende que a ação é fundamental para o fortalecimento das mulheres. "Acredito que incentivar outras mulheres a denunciar a violência sofrida dentro de casa é um desafio. Hoje, eu saio daqui mais fortalecida como mulher, e entendendo que esse projeto é fundamental para que a gente possa combater o machismo".
"Achei esse projeto muito bom. Aqui eu aprendi muitas coisas e, agora, posso até ensinar para os meus amigos. Tenho certeza que essa iniciativa vai transformar a vida de muitos jovens, incentivando a não reprodução da violência", acrescentou o estudante Maickon Lopes.
Pedagoga Fernanda Esteves: trabalhar a prevençãoPrevenção e educação - O Projeto "Maria da Penha vai à escola" surgiu da necessidade de o Estado trabalhar de forma preventiva o enfrentamento à violência de gênero. Uma das idealizadoras, a pedagoga Fernanda Esteves atua na secretaria da Escola. Para ela, a prevenção é a principal diretriz do projeto.
"O conhecimento é a única coisa que ninguém nos tira. A prevenção e a educação são primordiais. É uma oportunidade de crescimento não só para os alunos, mas também para nós, que estamos em campo. Nosso objetivo é ampliar o conhecimento sobre a Lei Maria da Penha, trabalhando a conscientização e a prevenção da violência de gênero", explicou Fernanda Esteves, que também é analista de gestão pública.
O projeto é destinado a estudantes de rede pública de ensino, de 14 a 20 anos. A programação faz parte da campanha "Agosto Lilás", que este ano enfatiza o combate ao feminicídio, crime provocado pelo ódio à mulher.