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Sespa alerta para risco de automedicação em casos de suspeita de dengue

Secretaria de Saúde do Pará observa que as pessoas devem evitar medicamentos que possam aumentar hemorragia em casos graves da doença

Por Roberta Vilanova (SESPA)
13/08/2024 08h00

A Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa) alerta que as pessoas com suspeita de dengue não devem tomar medicamentos que contenham ácido acetilsalicílico (AAS). O ASS é uma substância que pode causar o agravamento da doença.

Os sintomas iniciais da dengue, como febre alta, dor de cabeça, dores no corpo e nas articulações, são semelhantes aos de doenças virais como gripe e covid-19, o que leva as pessoas a se automedicarem com frequência com analgésicos e anti-inflamatórios para alívio da dor e da febre. Aspirina, Melhoral e Coristina D são exemplos de medicamentos que contêm AAS. O risco é que se for dengue o AAS pode estimular o surgimento de hemorragias.

De acordo com o 11º Informe Epidemiológico de Arboviroses divulgado pela Sespa, até o dia 31 de julho, o Pará registrou 13.928 casos confirmados de dengue, com nove óbitos. Do total de casos confirmados, 283 eram casos de dengue com sinais de alarme e 34 casos de dengue grave.

Segundo a coordenadora estadual de Arboviroses, Aline Carneiro, os medicamentos indicados para o tratamento de gripes e resfriados não devem ser usados em caso de suspeita de dengue. Também não devem ser usados remédios que contenham AAS e nem anti-inflamatórios, em geral, tais como diclofenaco, cetoprofeno, ibuprofeno e nimesulida. “O ideal é procurar atendimento em uma unidade de saúde ou buscar orientação de um farmacêutico para evitar o uso de medicamentos indevidos”, alertou.

Aline Carneiro ressaltou que o ácido acetilsalicílico também é uma droga anticoagulante usada para afinar o sangue, ou seja, ela diminui a agregação de plaquetas, reduzindo a coagulação sanguínea. “Uma das consequências da dengue em sua forma mais grave é a hemorragia. Então, quando a pessoa ingere um medicamento que dificulta a coagulação, o risco de haver hemorragia é maior”, afirmou.

Também há risco de dengue grave quando o indivíduo já foi infectado por um tipo de dengue e é infectado novamente por outro tipo num período entre dois e quatro anos após a primeira infecção. Já que a imunidade prévia de um tipo de dengue não protege contra o tipo diferente da doença e ainda pode agravar o caso. Atualmente, no Pará, os vírus circulantes são o DENV1, DENV2 e DENV3.

Como não existe um tratamento específico para a dengue, o que se trata são os sinais e sintomas, então, ao ter febre alta, dor de cabeça, dor nos olhos e cansaço, a recomendação é que a pessoa inicie o tratamento ingerindo bastante líquido e procure logo tratamento médico.

A Sespa observa que a vacina contra a dengue está disponível nas unidades de saúde para crianças de 10 a 14 anos.

Outras medidas preventivas contra a doença que devem ser tomadas pela população são as seguintes: 
• Manter a caixa d’água, tonéis e barris de água bem fechados; 
• Colocar o lixo em sacos plásticos e manter a lixeira fechada; 
• Não deixar água acumulada sobre a laje; 
• Manter garrafas com boca virada para baixo; 
• Acondicionar pneus em locais cobertos; 
• Proteger ralos sem tampa com telas finas;
• Manter as fossas vedadas;
• Encher pratinhos de vasos de plantas com areia até a borda e lavá-los uma vez por semana.
• Eliminar tudo que possa servir de criadouro para o mosquito Aedes aegypti como casca de ovo, tampinha de refrigerante entre outros.

Serviço: Para solicitar orientações e denunciar a existência de possíveis criadouros de mosquito, a população deve procurar a Secretaria Municipal de Saúde do seu município.