PCT Guamá fortalece parceria com o Parque de Inovação Tecnológica São José dos Campos
O grupo conheceu o modelo de gestão aplicado no Pará, além de empresas e laboratórios instalados no PCT
O Parque de Ciência e Tecnologia (PCT) Guamá, em Belém, recebeu representantes do Parque de Inovação Tecnológica São José dos Campos (PIT), de São Paulo, que vieram conhecer o modelo de governança do espaço de fomento à inovação paraense, e buscar referências de atividades desenvolvidas no complexo, o primeiro parque tecnológico em operação na Amazônia brasileira.
As representantes do PIT foram recebidas pela diretoria e equipe técnica da Fundação Guamá, responsável pela gestão do PCT. “Nossa parceria é positiva para ambos os parques. O PIT é um parceiro e um modelo para nós. Eles comportam grandes empresas, assim como o PCT Guamá, e essa troca de experiências nos mostra como estamos no caminho certo na Amazônia”, ressalta Ângela Nascimento, assistente Técnica da Fundação Guamá.Gestores do PCT Guamá e representantes do Parque de Inovação Tecnológica São José dos Campos
O grupo visitou empresas e laboratórios instalados no PCT Guamá, como a Regional Belém, do Serviço Federal de Processamento de Dados (Serpro), empresa pública referência no mercado de tecnologia da informação no Brasil; a Inteceleri, startup que atua na área de tecnologias para educação; a Microdata Sistema, que desenvolve soluções para gestão empresarial, e o Laboratório de Sensores e Sistemas Embarcados (Lasse), que atua na pesquisa e desenvolvimento de soluções tecnológicas inovadoras. Funcionamento do complexo, instalações, interação com as universidades e a gestão do PCT foram destacados durante a visita.
O PIT é o primeiro parque tecnológico criado em território paulista, e possui mais de 300 empresas vinculadas, sendo um grande articulador na criação de tecnologias, produtos e processos. "Nossa ideia inicial era fazer benchmarking em outros ambientes de inovação, com foco em aspectos de governança. Mas a visita foi além das nossas expectativas porque, além dessa discussão, a gente pode estreitar mais ainda nossos laços e entender melhor a forma da atuação de vocês. Isso tem muito a ver com nosso acordo de cooperação, que é esse estreitamento de relacionamento que pode levar a desdobramentos para outros projetos que a gente tenha, como o Cidades Inteligentes”, informou Aniele Nogueira, assessora Jurídica do PIT.
Parcerias - O PIT e o Parque Tecnológico de Viçosa (TecnoPARQ), em Minas Gerais, firmaram um acordo de cooperação com o PCT Guamá em maio do ano passado. A parceria permitiu a participação desses ambientes de inovação no Amazônia Tech 2023, evento que reuniu especialistas e entusiastas para discutir tópicos sobre o desenvolvimento inovador na Amazônia.
O PCT Guamá também atuou na coordenação da comissão científica da Conferência Anprotec pelo quarto ano seguido. Para Rodrigo Quites, diretor-presidente da Fundação Guamá, a principal força da criação de uma rede desse tipo é complementar serviços. “Eventualmente uma empresa, um governo, demandam alguma coisa nossa, e a gente não tem determinada competência para executar. Então, a gente recorre a um parque parceiro para encontrar a solução. Isso já começou aqui no nosso lado. Alguns projetos têm demandado, e a gente tem solicitado orçamento para Viçosa porque complementa nosso serviço. A segunda questão é o aprendizado de modelos de gestão, como conduzir processos internos e editais de ocupação de residentes. A força está na rede, na capacidade de nos conectarmos", assegura Rodrigo Quites.PCT Guamá: primeiro parque tecnológico em operação na Amazônia brasileira
Conexões - Parques tecnológicos são instrumentos para o desenvolvimento do país. Por isso, a interação e parceria entre eles é muito importante para o fortalecimento do ecossistema nacional. Esses complexos promovem a cultura de inovação, da competitividade, da capacitação empresarial e da promoção de pesquisa científica. Um levantamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) aponta que 55 parques tecnológicos estão em operação atualmente no Brasil. Empresas residentes, que estão instaladas ou são associadas ao PCT Guamá, fazem parte das conexões criadas entre ambientes e organizações de inovação.
Além do acordo de cooperação com alguns parques, o PCT Guamá é membro da Associação Nacional de Entidades Promotoras de Empreendimentos Inovadores (Anprotec), que reúne mais de 300 associados ligados ao empreendedorismo e à inovação em todo o País. Já em contexto internacional, é membro da Associação Internacional de Parques de Ciência e Áreas de Inovação (Iasp), maior ecossistema de inovação do planeta, com mais de 350 membros e 115 mil empresas de 80 países.
Referência na Amazônia - O PCT Guamá é uma iniciativa do Governo do Pará, por meio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Educação Superior, Profissional e Tecnológica (Sectet), que conta com a parceria da Universidade Federal do Pará (UFPA) e Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). É o primeiro parque tecnológico a entrar em operação no norte do Brasil, e tem como principal objetivo estimular a pesquisa aplicada e o empreendedorismo inovador e sustentável.
Situado em uma área de 72 hectares, entre os campi das duas universidades, o PCT Guamá conta com mais de 30 empresas residentes (instaladas fisicamente), mais de 60 associados (vinculadas ao Parque, mas não fisicamente instaladas), 12 laboratórios de pesquisa e desenvolvimento de processos e produtos, como Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Serpro, Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e Escola de Ensino Técnico do Estado do Pará (Eetepa) Dr. Celso Malcher. Atua ainda como referência para o Centro de Inovação Aces Tapajós (Ciat), em Santarém, no oeste do Estado, integrando o maior ecossistema de inovação do mundo.