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Formação de agentes agroflorestais impulsiona sustentabilidade na Terra Indígena Alto Rio Guamá

A iniciativa abordou a Agroecologia em Agricultura Sintrópica, com abordagem inovadora que alia restauração florestal à autonomia alimentar das comunidades indígenas

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
06/08/2024 16h37

Os participantes do módulo aplicaram o conhecimento adquirido sobre agricultura sintrópica

O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio), em parceria com Centro de Educação Sistêmica para Cuidar da Vida, o Centro de Pesquisa Florestal Internacional e o Centro Internacional de Pesquisa Agroflorestal (Cifor-Icraf), finalizaram o 3º módulo de formação de agentes agroflorestais em três aldeias da Terra Indígena Alto Rio Guamá, em Santa Luzia do Pará, município do nordeste paraense.

O módulo abordou a Agroecologia em Agricultura Sintrópica, com ênfase no preparo da área de cultivo, inovação que alia restauração florestal à autonomia alimentar das comunidades indígenas envolvidas. A agricultura sintrópica se destaca pela integração harmoniosa entre diferentes espécies de plantas, e pela recuperação eficiente do solo, demonstrando ser uma ferramenta eficaz para a restauração ecológica e segurança alimentar.

A formação integra o Projeto Apoio à Gestão e Restauração Florestal da Terra Indígena Alto Rio Guamá, conduzido pelo Ideflor-Bio, em parceria com o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad), do Governo Francês, e a Universidade do Estado do Pará (Uepa), o qual busca fortalecer as associações indígenas para atuação em ações de restauração ecológica e a cadeia produtiva de mudas e sementes florestais no Estado.

A coordenadora da ação pelo Ideflor-Bio, Claudia Kahwage, agradeceu a todos os envolvidos na realização do módulo. “Estamos muito gratos a todas as organizações que contribuíram com o cumprimento da atividade nas aldeias indígenas. Este trabalho conjunto é essencial para o sucesso do projeto e o fortalecimento das associações indígenas”, afirmou.

Conhecimento - Durante o módulo, os participantes tiveram a oportunidade de aprender e praticar técnicas de plantio e manejo de sistemas agroflorestais, além de discutir a situação da segurança alimentar nas aldeias, o consumo de alimentos saudáveis e a diversificação dos cultivos alimentares. Houve atividades práticas no campo, nas quais os conhecimentos teóricos sobre preparo de área de cultivo foram aplicados diretamente, permitindo uma compreensão mais eficaz das práticas agroecológicas.

A formação de agentes agroflorestais é parte de uma estratégia maior do Projeto Apoio à Gestão e Restauração Florestal da Terra Indígena Alto Rio Guamá para promover a restauração ecológica da Terra Indígena. Ao capacitar os indígenas em técnicas de agricultura sintrópica, a ação busca não apenas restaurar áreas degradadas, mas também garantir a autonomia alimentar das comunidades, fortalecendo sua capacidade de autossustentação. 

Os participantes foram motivados ainda ao plantio de espécies florestais que são alimentos para macacos criticamente ameaçados de extinção - cuxiú-preto (Chiropode satanas) e cairara (Cebus kaapori) -, viabilizando a educação ambiental para conservação destas espécies. 

Vantagens - Além dos benefícios ambientais, a agricultura sintrópica promove a biodiversidade nos ecossistemas. Os participantes do módulo agora estão preparados para implementar essas práticas em suas terras, contribuindo para a preservação do meio ambiente e o bem-estar das comunidades.

O sucesso do módulo de formação reforça a importância de parcerias entre instituições governamentais, não governamentais e comunidades indígenas. Com o apoio contínuo do Ideflor-Bio e de outras entidades, a expectativa é que mais módulos sejam realizados, expandindo o alcance das práticas agroecológicas e fortalecendo o compromisso com a sustentabilidade e a conservação na Terra Indígena Alto Rio Guamá.

A formação prossegue em agosto para as aldeias indígenas do município de Paragominas, município do sudeste paraense.