Combate à violência contra a mulher é foco de campanha lançada pela Sejudh
Em tempos de empoderamento feminino, o Pará saiu na frente dos outros Estados do Brasil e lançou oficialmente na tarde desta quinta-feira (19), no Espaço São José Liberto, a campanha “16 dias de Ativismo Pelo Fim da Violência Contra as Mulheres”. A campanha foi criada em 1991 por lideranças de diversos países, reunidas pelo Centro de Liderança Global de Mulheres nos Estados Unidos. No último dia 28 de setembro, o governador Simão Jatene sancionou a Lei n 8.293, que torna a iniciativa parte do calendário oficial de eventos do Estado para, assim, sensibilizar a sociedade a erradicar qualquer tipo de violência praticada contra a mulher paraense.
A campanha mundial ocorre, na maioria dos países, no período de 25 de novembro a 10 de dezembro. No Brasil, o período é maior, vai do dia 20 de novembro a 10 de dezembro. Durante os 16 dias de ativismo, haverá palestras, seminários e exibições de filmes em escolas, praças e comunidades do Estado, com o objetivo de educar e conscientizar as pessoas da importância de não se calar diante de qualquer agressão à mulher, seja ela física, psicológica, sexual, patrimonial ou moral.
Com o tema “Tome atitude, quebre o silêncio. Denuncie a violência contra a mulher”, a campanha é coordenada pela Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), com a parceria da Coordenadoria Estadual de Integração de Políticas para as Mulheres (Ceipm). “Queremos chamar a atenção da sociedade da não aceitação de qualquer tipo de violência contra a mulher”, disse a coordenadora do Ceipm, Maria Trindade Tavares.
Combate - Segundo a Sejudh, o Pará já teve grande avanço na diminuição da violência contra a mulher. De 2013 até outubro de 2015, segundo o mapa mundial da ONU feminina, o Estado passou do quarto para o décimo lugar do Brasil onde mais ocorrem assassinatos de mulheres. Tornando essa campanha de enfrentamento à violência oficial, o Governo do Estado legitimiza a preocupação. “Esse é um momento em que o Estado e os órgãos se integram para poder dizer que estamos preparados para esse enfrentamento. Precisamos empoderar a sociedade e essas mulheres vítimas de violência de que existe uma rede integrada do Estado pronta para recebê-las”, declarou o titular da Sejudh, Michel Durans.
Dentro dessa rede de integração do Estado, para o atendimento e acolhimento da mulher vítima de violência, está o Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram). É lá que, semanalmente, a professora aposentada Dóris Morais, 58 anos, recebe atendimento para amenizar os efeitos do vendaval que assolou sua vida durante os dez anos nos quais esteve casada.
Em dezembro do ano passado, a aposentada resolveu enfim quebrar o silêncio depois de quatro episódios de agressão física sofrida. Da última vez, foi espancada pelo então marido e não mais se calou. Não só o denunciou à Delegacia da Mulher, como hoje faz questão de encorajar as outras vítimas e acompanhar todos os eventos que tratam sobre a violência contra a mulher. “Minha revolta é muito grande. A violência contra a mulher acontece em todas as esferas e precisa ser gritada. Estou aqui porque acho importante toda forma de mobilização e união por parte das mulheres”, defendeu.