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Hospital Regional do Tapajós realiza cirurgia de Malformação Arteriovenosa Cerebral

A malformação arteriovenosa (MAV) é uma condição rara que ameaça a vida de uma em cada 280 mil pessoas, e tratamento indica a microcirurgia cerebral

Por Ascom (Ascom)
24/07/2024 08h49

Desde 2022, Yula Gabriela Viana Rosa, de 16 anos, luta contra uma rara condição de saúde: a malformação arteriovenosa (MAV) cerebral. Esta semana, sua história ganhou um capítulo que a deixou cheia de esperança. A jovem realizou uma neurocirurgia extremamente delicada no Hospital Regional do Tapajós, em Itaituba, sudoeste do Pará, cidade onde ela reside.

Conduzida pelo neurocirurgião João Fabrício, o procedimento foi considerado um sucesso pela equipe médica e a paciente já recebeu alta.

“Conseguimos a ressecção completa da malformação. Acredito, inclusive, que as crises convulsivas que ela tinha possam parar ou diminuir, sem a necessidade de medicação”, explicou o médico. 

Foram por causa justamente de inúmeras crises de convulsão, que Yula descobriu o que realmente afetava sua saúde. “Durante a investigação de epilepsia, descobrimos a MAV como foco causador das crises convulsivas”, disse o neurocirurgião. 

A MAV é uma doença que afeta as artérias e as veias que transportam o sangue entre o cérebro ao coração. 

Entre as artérias e as veias existem pequenos vasos sanguíneos chamados capilares que ajudam a regular o fluxo de sangue. 

Mas, em uma MAV como a da jovem Yula, esses capilares estão ausentes ou anormais, e as artérias e veias se conectam diretamente. Isso cria uma rede de vasos sanguíneos totalmente emaranhado, como se fossem um ninho.

A malformação arteriovenosa (MAV) é uma condição rara que ameaça a vida de uma em cada 280 mil pessoas. O tratamento mais indicado é a microcirurgia cerebral, com alta possibilidade de cura dos pacientes, se não tratada, porém, a condição pode ser letal.

Ainda durante os procedimentos pré-operatórios, um pedido da jovem chamou a atenção do médico: ela queria evitar a todo o custo ter que cortar seus longos cabelos.

Sensível ao pedido da paciente, o neurocirurgião João Fabrício conseguiu realizar o procedimento, cumprindo todos os protocolos clínicos e Yula não precisou ter seus cabelos cortados totalmente.  

“Sou muito vaidosa, gosto de cuidar da minha aparência. Um dos meus maiores medos era ficar sem cabelo. Mas o doutor João foi paciente e teve todo cuidado comigo”, disse a jovem. 

O Hospital Regional do Tapajós, onde Yula foi tratada, possui uma estrutura avançada para a realização de cirurgias complexas. 

O médico Lucas Vergani, diretor técnico da unidade, destacou o empenho e a capacidade do hospital em atender casos de alta complexidade em neurocirurgia, graças ao investimento do governo do Pará e à parceria com o SUS (Sistema Único de Saúde). 

“Desde 2022 foram realizadas 456 neurocirurgias. Procedimentos de alta complexidade permitem que pacientes da região recebam cuidados médicos de excelência sem precisar se deslocar para grandes centros urbanos”, comentou Lucas. 

O diretor geral da unidade, Rafael Meskau, revelou que a cirurgia feita em Yula foi realizada no hospital também em 2022, com sucesso.

“Em medicina há um ponto muito importante que faz a diferença: é o histórico. Quanto mais se realiza um procedimento, mais somos capazes de aprimorá-lo em benefício da reabilitação da saúde do paciente”, explicou o diretor. 

E nesse contexto, acrescentou Meskau, o Hospital Regional do Tapajós tem se destacado pelo compromisso de atender casos de altíssima complexidade, como foi de Yula. 

Apenas no primeiro semestre deste ano, a unidade já realizou 2.944 procedimentos cirúrgicos. O Hospital Regional do Tapajós pertence ao Governo do Pará e é gerenciado pelo Instituto Social Mais Saúde. Tem 153 leitos de internação, UTI adulto, pediátrica e neonatal, e atende em 20 especialidades médicas.

Texto de Sammya Ferreira