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Corpo de Bombeiros faz 133 anos como instituição guardiã da sociedade

Por Redação - Agência PA (SECOM)
24/11/2015 08h00

Quem vê o jovem aluno do Centro de Instrução Almirante Brás Aguiar (Ciaba) Ricciardo Silva Cei, 25 anos, ativo e sem sequela nenhuma, não imagina a história que ele viveu três anos atrás. No dia 9 de novembro de 2012, Ricciardo, na época com 22 anos, foi vítima de um assalto em Ananindeua, região metropolitana de Belém, e por muito pouco não teve a vida interrompida.

Instantes depois do acontecido, o rapaz foi imediatamente socorrido pela equipe do sargento bombeiro Elienai Soares Pereira. O militar, juntamente com os soldados Leony Guilherme Botelho e Marcos Varela, estava no fim do expediente, indo para casa, quando ouviu a chamada pelo rádio do Centro Integrado de Operações (Ciop). Fazendo prevalecer o lema “Vidas alheias, riquezas salvar”, a equipe correu para prestar socorro.

Ao chegar ao local, os policiais fizeram, nas palavras de Túlio Roberto Cei, pai do jovem, um impecável atendimento de primeiros-socorros, encaminhando o rapaz imediatamente ao Hospital Metropolitano. “A bala atingiu o rosto dele, provocando múltiplas fraturas na face e na vértebra. No chão, ele afogava-se no próprio sangue. Paralisado e já sem os sentidos, teria perdido a vida se em poucos minutos não houvesse sido prontamente atendido”, relembra, emocionado, Túlio Cei.

A família Silva Cei será eternamente grata ao sargento Elienai e equipe. Enquanto não os encontraram pessoalmente para agradecer, não sossegaram. Túlio destaca que no dia da confusão, não teve cabeça para nada. Lembra-se apenas de ter encontrado o sargento na porta do hospital, e o militar ainda se preocupou em devolver os pertences da vítima, intactos, mesmo depois da tentativa de assalto.

O tão esperado encontro ocorreu em maio do ano passado, durante a solenidade do Dia Nacional do Bombeiro. Na ocasião, o pai do jovem fez um emocionado discurso de agradecimento, evidenciando a bravura destes homens e mulheres que colocam a vida das pessoas sempre à frente do bem e do mal. Para ele, a mesma sociedade que produz o medo e a violência produz pessoas como essas que se dedicam a salvar vidas por amor ao ato. “Eles fazem a diferença na vida de muita gente”, enfatizou. A família ficou amiga dos militares, com quem se comunica sempre que possível.

Dedicação – Nesta terça-feira (24), o Pará comemora o dia do bombeiro. Há 133 anos, a corporação ajuda a sociedade a viver melhor e sentir mais segura. Só este ano, até o momento, o Corpo de Bombeiros já fez 33.560 atendimentos, dos quais 5.026 em incêndios, 794 salvamentos, 10.468 atendimentos pré-hospitalares e 17.272 atendimentos de prevenção, auxílio e demais ocorrências. São 2.931 militares dispostos a ajudar ao próximo em todo o Estado, distribuídos em 38 unidades em 25 municípios.

O major Antônio Carlos Silva e Sousa está na corporação há 32 anos. Começou como soldado e assumiu a patente maior há dois anos. Ao longo de todos esses anos, histórias, felizes e tristes, fazem parte de sua memória. “As tragédias que mais me marcaram foram a queda do Edifício Raimundo Farias, em 1987, e o naufrágio de uma embarcação em Cachoeira do Ariri, em 1988”, relembra. Estes dois casos, com certeza, entraram para a história do Corpo de Bombeiros do Pará. No primeiro, do edifício que desabou, 40 pessoas morreram; no naufrágio, o número de vítimas foi de 57.

O militar lembra que antigamente era muito difícil ser bombeiro, pois as condições eram limitadas demais. Ele conta que existia só um quartel, que era o da Rua João Diogo. “A gente tinha basicamente a coragem. Hoje, temos viatura, estrutura, ambulâncias”, compara.

Muitas crianças sonham em ser bombeiro. O profissional tem o heroísmo associado à imagem, o que acaba por proporcionar ainda mais encantamento e admiração. Luís Fernando Siqueira, 13 anos, é estudante da sexta série da Escola Estadual Jarbas Passarinho. Há um ano, ele faz parte do programa “Escola da Vida”. A proposta do projeto é levar crianças e adolescentes para dentro do quartel e fazê-las desde cedo cidadãos conscientes e do bem. “Aqui, a gente faz ação de treinamento, aprendemos a combater incêndio, prevenir acidentes, atendimento de primeiros-socorros e principalmente, aprendemos a ter disciplina”, explica o estudante.     

O programa, que existe desde 1993, começou como um projeto tímido. No ano passado, foi promovido a programa, e até então atende 2,8 mil crianças em 21 polos distribuídos em 17 municípios, cinco só na região metropolitana de Belém.

A programação alusiva à semana do Corpo de Bombeiros começou no dia 15 deste mês. Atividades como demonstrações operacionais, exposição dos serviços da corporação e doação de sangue fazem parte das ações, que seguem até terça-feira (24), quando ocorre a solenidade com as entregas de medalhas aos militares. Serão condecorados 714 pessoas, entre civis e militares, que vão receber medalhas de Ordem do Mérito Bombeiro Militar Intendente Antônio Lemos, medalhas do Mérito Defesa Civil e medalhas de bons serviços prestados.