Semas discute oportunidades da bioeconomia em Santo Antônio do Tauá
Secretaria de Meio Ambiente do Pará (Semas) e Cooperativa dos Produtores Rurais da Comunidade de Campo Limpo buscam produtos sustentáveis
A Secretaria de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) conheceu, na quarta-feira (10), a Cooperativa e Associação dos Produtores e Produtoras Rurais da Comunidade de Campo Limpo (Aprocamp e CoopCamp), de Santo Antônio do Tauá.
O objetivo é identificar oportunidades alinhadas ao Plano de Bioeconomia, incluindo o apoio técnico e auxílio para a abertura de mercados, para impulsionar o beneficiamento a partir do cultivo de espécies como priprioca, pataqueira, estoraque e capitiú - que já são atualmente fornecidos pela comunidade à empresa Natura, para a produção de cosméticos a partir de ativos da floresta.
O titular da Semas, Mauro O’de Almeida, acompanhado da equipe de Bioeconomia da pasta, conheceu as instalações e a produção das espécies cultivadas por mais de 97 cooperados e mais de 100 associados. As plantações variam entre meio e 1 hectare.
“Essa é uma comunidade que já faz duas atividades que nós priorizamos: a produção de óleos, ou seja, trabalham a bioeconomia, e também fazem a restauração florestal trabalhando seus sistemas agroflorestais. Com a COP 30, o nosso objetivo é mostrar ao mundo o que estamos fazendo aqui para reduzir o desmatamento e para incentivar soluções baseadas na natureza e por meio do PlanBio, queremos fazer com que essas iniciativas cresçam, ganhem escala e sejam independentes”, informou o secretário.
A Aprocamp/CoopCamp é uma das primeiras unidades de beneficiamento de óleos essenciais do estado e contou com o apoio da Natura em sua implementação. Priscila Matta, Gerente Sênior de Sustentabilidade da Natura, destaca que a empresa iniciou o trabalho com a comunidade no início dos anos 2000, momento em que a corporação iniciou uma linha de produção a partir de ativos da Amazônia.
“Iniciamos esse trabalho com a Aprocamp há alguns anos e neste processo destacamos que a repartição dos benefícios que são obtidos a partir dos produtos é garantido, pois entendemos que o retorno para quem produz é fundamental e que isso gera um círculo virtuoso, em um processo em que o Brasil inclusive é pioneiro a partir de uma lei que garante essa repartição de benefícios quando há produção e comercialização de um produto a partir de um bioingrediente. A primeira política de biodiversidade da Natura é de 2009 e hoje já utilizamos 44 ativos na Amazônia. Além disso, também pesquisamos bioingredientes amazônicos junto com as comunidades e o propósito é fortalecer tudo isso”, explicou Priscila.
Além do apoio à associação e à cooperativa, outro objetivo do Estado por meio da Semas é estabelecer parceria com a Natura para participação da empresa no Parque de Bioeconomia e Inovação da Amazônia, principal projeto estruturante previsto no Plano de Bioeconomia e que é uma das entregas do Executivo para a Conferência das Partes da Convenção Quadro das Nações Unidas (COP 30), em novembro do próximo ano.
“Aqui, estamos verificando diversas oportunidades. Essa comunidade já produz e já fornece para uma grande empresa e o nosso objetivo enquanto Estado e por meio do PlanBio é ajudá-los a se desenvolver, apoiar para que essa produção ganhe escala, seja beneficiada aqui mesmo e que seja um negócio mais rentável para essas pessoas, proporcionando mais desenvolvimento. Além disso, nos deparamos aqui com a associação e cooperativa muito bem estruturadas, em um sistema que nós também incentivamos, que é a organização das comunidades em cooperativas para que isso os ajude. Com o PlanBio, que colabora com o desenvolvimento desse tipo de negócio direta e indiretamente, estamos trabalhando para apoiar cada vez mais iniciativas como essa em todo o estado”, explica Camilla Miranda, responsável pela política de bioeconomia da Semas.