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No Marajó, Ideflor-Bio estabelece parceria com comunidade quilombola em Salvaterra

Encontro marcou o início de uma parceria que promete benefícios significativos para a comunidade quilombola, com destaque para a doação de 75 mudas de açaí

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
08/07/2024 20h14

Em um esforço para fortalecer as comunidades tradicionais e promover a sustentabilidade, dirigentes do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) se reuniram, nesta segunda-feira (8), com representantes do Quilombo São Benedito da Ponta, em Salvaterra, no Arquipélago do Marajó. O encontro marcou o início de uma parceria que promete benefícios significativos para a comunidade quilombola, com destaque para a doação de 75 mudas de açaí da variedade BRS Pai D’Égua e pela promoção do uso correto dos recursos naturais.

A presidente da Associação Quilombola São Benedito da Ponta, Marielle Lúcia, expressou grande expectativa em relação à cooperação. “Tenho uma grande expectativa, porque o nosso povo Quilombola precisa dessa ajuda. Nós nunca tivemos um apoio deste nível com o Ideflor-Bio, que vem nos auxiliar a ter um manejo sustentável das áreas que nós perdemos. São três anos para resgatar essa área e agora estamos avançando e creio que vai ser uma ajuda muito boa”, frisou. 

A doação das mudas de açaí foi recebida com entusiasmo pela comunidade. “A comunidade adorou. Houve uma reunião recentemente, falei a respeito das mudas de açaí e eles gostaram muito”, comentou Marielle. Ela destacou a necessidade de apoio técnico para garantir o sucesso do plantio, se referindo às experiências passadas onde a falta de acompanhamento especializado resultou na perda de recursos.

Estímulo - A gerente do Escritório Regional do Marajó Oriental do Ideflor-Bio, Osiane Barbosa, ressaltou a importância da parceria institucional. “Essa colaboração só foi possível graças à relação institucional que a gente vem construindo. Temos buscado parceiros como a Embrapa, a Faepa, o Senar e a Emater-PA, que desenvolvem um trabalho muito bonito na região, que é a orientação e a extensão”, explicou a dirigente.

A colaboração com o Quilombo São Benedito da Ponta inclui também a realização de treinamentos e cursos, como um oferecido há poucos meses pela Universidade do Estado do Pará (Uepa) sobre o melhor aproveitamento dos derivados da mandioca. Um dos principais desafios enfrentados pela comunidade é o manejo sustentável das terras. Práticas tradicionais, como queimadas e desmatamento, têm sido prejudiciais ao meio ambiente. A chegada do Ideflor-Bio com seu conhecimento técnico e recursos busca mudar essa realidade.

Diferenciais - A variedade de açaí BRS Pai D’Égua doada pelo órgão ambiental do Governo do Pará é uma das melhores disponíveis e sua aplicação será estratégica. “A ideia é que essas 75 mudas possam ser aplicadas em uma área de recuperação. Será trabalhado lá o Projeto PROSAF, com a vinda dos técnicos da Diretoria de Desenvolvimento da Cadeia Florestal (DDF), os agrônomos daqui da região, fazer o trabalho e a orientação desses agricultores”, acrescentou Osiane Barbosa.

O gerente da Região Administrativa do Marajó, Hugo Dias, acredita que o acompanhamento técnico é um ponto central para o sucesso das iniciativas. Ele disse que experiências anteriores da comunidade, como a tentativa de criação de peixes que falhou devido à falta de técnicos, evidenciam essa necessidade. “O Ideflor-Bio está comprometido em fornecer esse suporte, garantindo que os projetos de manejo e plantio sejam bem-sucedidos”, destacou.

Hugo Dias concluiu afirmando que a parceria entre o Ideflor-Bio e o Quilombo São Benedito da Ponta simboliza um passo importante para o desenvolvimento sustentável na região do Marajó. “Com apoio técnico e recursos, a comunidade quilombola poderá não apenas recuperar áreas degradadas, mas também desenvolver práticas sustentáveis que beneficiarão as futuras gerações”, concluiu o gerente.