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Violência contra a mulher idosa é tema de debate em Belém

Por Redação - Agência PA (SECOM)
27/11/2015 12h01

Nos últimos anos, a violência contra mulheres e crianças vem ganhando espaço nas rodas de discussão da sociedade e tem sido cada vez mais combatida pelo poder público. No entanto, a violência contra a mulher idosa é desconhecida pela grande maioria da população por conta da omissão das próprias vítimas, que se calam pelo medo da repressão. Com o objetivo de dar maior visibilidade a esta temática, a Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) promoveu na última quinta-feira, 26, no auditório do Sindicato dos Médicos, o seminário “Mulher Idosa no Contexto Atual”, abrindo espaço para o debate sobre a violência contra a mulher na terceira idade, compondo a programação dos “16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher”.

A Juíza de Direito da 1ª Vara de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher, Rubilene Silva do Rosário, explicou que o número de denúncias contra a mulher idosa ainda é baixo, tendo em vista que a vítima é uma pessoa dependente. “Muitas vezes a mulher idosa não pode sair sozinha devido a uma restrição física, e isso dificulta a chegada dela até o poder judiciário para que efetue a denúncia. Os dados estatísticos mostram um baixo número de denúncias. A ausência de dados significa a ausência do poder publico”, disse a juíza.

Uma senhora aposentada, de 65 anos, mãe de três filhos dependentes químicos, perdeu o marido há três meses. Ela diz que tem medo de sofrer violência física dos próprios filhos. “Há dois meses, um dos meus filhos surtou após o uso de drogas. Chegou a ficar completamente nu na minha frente e quase me bateu. Infelizmente, nesta idade em que eu esperava ser cuidada e descansar, depois de uma vida inteira trabalhando e prestando cuidados, me vejo exausta pelas circunstâncias”, desabafou.

As formas de violência contra mulheres idosas se diferenciam da mulher mais jovem, pois além da violência física, psicológica/ emocional e abuso sexual, existe também a violência econômica e o abandono. Segundo a gerente de Proteção ao Idoso, Rocilene Nascimento, é importante que sejam denunciadas todas as formas de violência contra a mulher idosa. “Quando a mulher idosa se sente violentada, principalmente dentro da família, ela não se sente a vontade para denunciar. Mas sempre que alguém dentro da família, ou mesmo um vizinho, verificar esse tipo de violência, deve fazer a denúncia no Disque 100. Se forem maus tratos, a denúncia será encaminhada para a Polícia Civil, para averiguação. Se for denúncia de assistência, será encaminhada para os CRAS do município, que fazem o trabalho junto às famílias. Afinal, o papel não é só do Estado. O papel fundamental neste acolhimento e proteção a mulher idosa é da família”, orientou.