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Ophir Loyola oferta reabilitação motora e cognitiva para pacientes com ELA

Atendimento ambulatorial ajuda a desenvolver habilidades funcionais e a autonomia dos enfermos

Por Leila Cruz (HOL)
26/06/2024 15h15

O diagnóstico de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) modifica para sempre a realidade das pessoas acometidas e também das famílias destes pacientes, que sofrem por essa disfunção neurodegenerativa e progressiva. A ELA agride os neurônios localizados no cérebro e na medula espinhal que, ao perderem a capacidade de transmitir os impulsos nervosos, levam à perda gradual da função muscular. Para promover a qualidade de vida destes pacientes, a equipe de terapia ocupacional do Hospital Ophir Loyola (HOL) auxilia na reabilitação das habilidades motoras e cognitivas daqueles assistidos na unidade hospitalar.

Os sintomas da doença costumam aparecer após os 50 anos e se manifestam com a incapacidade de realizar tarefas rotineiras, como subir escadas, andar e levantar. Porém, os sinais da ELA chegaram mais cedo para a representante de medicamentos, Clarissa Trindade, atualmente com 47 anos. Em 2022, ela estranhou a falta de força na mão esquerda ao deixar cair um objeto no chão. Apesar de procurar ajuda médica e dos exames realizados, nada foi encontrado. "Somente em 2023, uma eletromiografia detectou a doença no neurônio motor. Recebi o diagnóstico de ELA em São Paulo. Quando retornei à Belém, fui encaminhada ao Ophir Loyola por ser referência estadual para a minha condição", contou.

A rotina da paciente se divide entre o uso das três medicações e atendimentos multidisciplinares que retardam a evolução da esclerose e se complementam para um melhor resultado. Consultas com o neurologista, atendimento com fonoaudióloga para tratar a dificuldade na fala e acompanhamento psicológico. Além disso, ela também é acompanhada por uma nutricionista e faz hidroterapia fora do hospital. Mas é com a terapeuta ocupacional que ela "reaprende" os movimentos afetados pela fraqueza, rigidez nos antebraços e atrofia muscular nas mãos. 

Em mais uma sessão de cinesioatividade - exercícios com movimentos intencionais que estimulam o desenvolvimento motor e a reeducação psicomotora, sob o olhar atento da terapeuta, Clarissa senta em uma cadeira e usa o braço para rolar com dificuldade uma bola sobre a mesa. Também é instigada a girar um objeto de madeira, recurso terapêutico para trabalhar os movimentos em direções opostas e promover a reabilitação física das mãos. Executa ainda jogos cognitivos com foco na atenção, concentração e raciocínio lógico, como caça-palavras e semântica. 

"As técnicas e atividades são adaptadas às necessidades individuais de cada paciente com o intuito de ampliar o movimento, a força e o trofismo muscular. A funcionalidade física e sensorial é trabalhada para que ele tenha mais autonomia na execução de atividades cotidianas, como se alimentar e escovar os dentes. São orientados sobre a importância de simplificar as tarefas para que não se sintam fatigados.  E também confeccionamos dispositivos de adaptação para o manuseio dos objetos fim de promover o conforto e independência nas atividades diárias dos usuários", informou a coordenadora da Terapia Ocupacional, Márcia Nunes.

A evolução da doença fez com que Clarissa deixasse de trabalhar em dezembro do ano passado. “Essa doença chega de surpresa. Mudou tudo, a minha forma de viver a vida, de lidar com as pessoas, de enxergar a minha família. Eu percebi que necessito de apoio total. Quando recebi o diagnóstico, o luto veio. Isso é normal, porque passei de uma pessoa ativa para alguém que vai depender 100% de outras pessoas. É tudo muito delicado, mas tenho que trabalhar a cabeça. Às vezes achamos que pode ser o fim de nossas vidas, mas é só um novo recomeço”, afirmou a paciente.

Serviço - Para serem reabilitados pela equipe de Terapia Ocupacional, os pacientes são encaminhados pelos neurologistas da instituição de saúde. O Hospital é referência em neurologia, realiza desde a investigação diagnóstica até a fase aguda da doença e a reabilitação dos pacientes a partir da interface com a equipe multidisciplinar. Os pacientes são encaminhados, via sistema de regulação, para triagem de neurologia do HOL e, posteriormente, caso seja confirmada a referência, para o ambulatório especializado em Esclerose Lateral Amiotrófica.


Texto: Leila Cruz - Ascom Ophir Loyola