Estudantes participam da campanha pelo dia mundial de luta contra a Aids
A abertura oficial da campanha de 2015 alusiva ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids no Pará será nesta terça-feira (1), na Escola Estadual de Ensino Médio Rodrigues Pinagés, no bairro da Pedreira, em Belém. Na ocasião, haverá entrevista coletiva, seguida de concurso para escolha do melhor jingle a ser usado como peça de prevenção do HIV/ Aids no ano de 2016. Concorrem alunos das escolas públicas do Estado inseridas no projeto “Saúde e Prevenção nas Escolas”, desenvolvido por secretarias de Educação.
A data é lembrada há 28 anos em todo o mundo a cada 1º de dezembro. No Brasil, passou a ser celebrada a partir de 1988, por conta de iniciativa do Ministério da Saúde para intensificar campanhas de conscientização pública em prevenir e controlar o HIV/ Aids no país. A ideia de aproximar a campanha dos estudantes tem um porquê: articular ações entre profissionais de saúde e de educação para que possam orientar os adolescentes nos conflitos de rotina da faixa etária, sobretudo, quando o assunto forem as formas de transmissão do vírus HIV, causador da Aids.
Segundo dados do Ministério da Saúde, o índice da doença entre os jovens de 16 a 24 anos aumentou 40% de 2006 até este ano. No Pará, de 2011 a 13 de outubro de 2015, foram registrados 279 casos envolvendo jovens com idade entre 13 e 20 anos. Somente este ano, 14 jovens com 18 anos descobriram ser portadores do vírus HIV no Pará.
No Estado, a faixa etária em que a incidência do vírus HIV é maior é de 31 e 40 anos, totalizando 1.687 casos somados de 2011 a 2015, dos quais 288 descobertos só este ano. Na sequência, estão as faixas de 21 a 30 anos e 41 a 50. O número total de casos vem aumentando em função das campanhas em favor do diagnóstico precoce, o que favorece a qualidade de vida de quem descobre estar com HIV com percentuais baixos de carga viral.
Em 2011, foram registrados 847 casos em todo o Pará. No ano seguinte, foram 918 ocorrências confirmadas, 1.173 em 2013, 1.334 no ano passado e 882 casos registrados de 1º de janeiro a 13 de outubro este ano. Dez municípios têm registrado mais casos de Aids nos últimos quatro anos. Belém lidera, com 960 registros desde 2011, seguido por Ananindeua (568), Santarém (472), Parauapebas (226), Castanhal (206), Marabá (172), Redenção (149), Paragominas (144), Marituba (130) e Itaituba (121), no período de 2011 a 13 de outubro deste ano.
Conscientização – As atividades da campanha entre os estudantes terão programação simultânea feita por engajados na causa, a exemplo dos tribunais de justiça e secretarias municipais de Saúde e de Educação da Região Metropolitana de Belém. Haverá distribuição de material educativo, como cartazes com informações didáticas com as formas de transmissão e sintomas, dando ênfase às formas de prevenção, dentre as quais estão o uso correto da camisinha e, também, de como evitar gravidez indesejada, sobretudo na adolescência.
A Aids é uma doença causada pelo vírus HIV, transmitida com a troca de secreções (sangue, esperma, secreção vaginal e leite materno) em situações como relações sexuais desprotegidas ou transfusões de sangue. Por isso, hábitos simples como o uso do preservativo durante o sexo e o uso de seringas e agulhas descartáveis são a melhor forma para evitar a transmissão do vírus.
O teste rápido de HIV é feito a partir da coleta de uma pequena quantidade de sangue da ponta do dedo. A preocupação com os jovens, segundo a coordenadora estadual de DST/ Aids, Deborah Crespo, é que muitos estão começando a manter relações sexuais, enquanto outras gerações que vivem com HIV/ Aids têm mantido a qualidade de vida por conta dos tratamentos iniciados pelo Sistema Único de Saúde (SUS), e isso tem ocasionado uma falsa impressão de que a Aids estaria estabilizada.
No Pará, os serviços disponíveis pelo SUS para testagem e tratamento estão aos poucos sendo descentralizados da capital. Ao todo são 21 serviços do tratamento (quatro em Belém), além de 74 postos de testagem no Pará. A lista dessas unidades está disponível no site aids.saude.pa.gov.br, no item “Rede de Serviços”, em que o internauta pode acessar o endereço dos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) e os Serviços de Atendimento Especializado (SAE). Também é possível ver em detalhes os dados epidemiológicos sobre o cenário da Aids e sífilis no Estado, por meio de planilhas a partir de 2011.
