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Escola estadual de Barcarena usa leitura e arte para trabalhar protagonismo da região

Projeto 'Café Literário' trabalhou a leitura e análise de obras amazônicas com foco na Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30)

Por Ascom (Ascom)
14/06/2024 08h09

Para entender o protagonismo da região amazônica com foco Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), que acontecerá em Belém, no ano de 2025, e, ainda, incentivar a leitura e a interpretação de obras literárias de autores amazônicos, o Colégio Estadual de Ensino Médio Palmira Gabriel, no município de Barcarena, Região Metropolitana de Belém, promoveu a 13ª edição do projeto “Café Literário”, com o tema “Palmira lê e vive a Amazônia”, e envolveu toda a comunidade escolar nos dias 12 e 13 de junho. 

O professor e coordenador da Área de Linguagens da escola, João Batista Poça, explicou que o projeto proporciona diversos conhecimentos aos estudantes. “Com o propósito de promover a leitura literária, o diálogo entre as diversas linguagens artísticas, o espírito de equipe e a expressão de talentos, o café literário é um momento privilegiado de aprendizado por meio da ludicidade, que mobiliza a comunidade escolar inteira e durante muitos dias gera um clima de vivacidade e alegria em todos os atores do colégio. O Café Literário promove aprendizados acerca do conhecimento da literatura de expressão amazônica, a fim de ampliar as referências de leitura dos estudantes (e mesmo dos professores) e o enxergar-se como protagonista nesse universo. Os recursos de linguagem acionados pela literatura são diversos dos da linguagem do teatro, da dança, da música e das artes plásticas; nesse sentido, outro aprendizado alcançado é o de enxergar o modo de transitar entre uma linguagem e outra, inclusive exercitando suas preferências sobre as diversas formas de expressão”, disse o docente.

Ainda segundo o professor, é essencial trabalhar a literatura amazônica como prioridade “porque muitas vezes o universo amazônico fica por último nas práticas de leitura e estando à porta a COP-30, não existe universo mais urgente a ser curtido e vivido literariamente, sobretudo pelas pessoas que na Amazônia vivem e dela vivem. Porque, para além de se enxergar como amazônida, é fundamental identificar-se como tal, a fim de combater preconceitos e injustiças. Porque, sobretudo, nunca se fez tão importante preservar o bioma, sua gente e sua literatura”, afirmou João Batista.

De forma prática, o projeto foi desenvolvido em etapas: a primeira foi o desenvolvimento do projeto, que compreendeu a leitura e análise de obras literárias de autores amazônicos, determinadas por meio de sorteio para cada turma. Após a fase de leitura e análise, os estudantes se organizaram em duplas ou trios para produção de uma resenha e em seguida produziram uma apresentação artística retratando a obra estudada.

A estudante Samara das Merces, da 3ª série do Ensino Médio, apresentou, junto com seu grupo, a obra de Daniel Muduruku. Segundo ela, o projeto resultou em aprendizados importantes para a vida dentro e fora da escola. “Nosso querido autor homenageado foi Daniel Muduruku, mas também tivemos como autores homenageados como Eneida de Moraes, e assim por diante. Tivemos peças magníficas, tivemos um momento de aprendizado muito grande. Conseguimos ver e detectar que a nossa Amazônia não é algo superficial, a nossa Amazônia é a nossa força, é o nosso bem-estar, é a nossa vida. Esse Café Literário trouxe para a gente um ar de leveza, de purificação, de amor, de paz, fraternidade principalmente porque como todo projeto é desafiador, tivemos altos e baixos, mas foi um projeto onde todos nós conseguimos entender e diversificar como a nossa Amazônia é magnífica e como a gente pode ser muito mais cuidadoso com ela", avaliou. 

Para a estudante da 2ª série do Ensino Médio, Clara Vitória, que participou do projeto pela primeira vez esse ano e conta que a experiência foi muito boa. "O Café Literário foi uma grande novidade para mim, tanto como escola, amigos novos, tudo mais. Eu me mudei para cá há pouco tempo e nunca tinha vivido uma experiência assim, essa foi a primeira vez que eu participei de alguma coisa assim desse gênero e aprendi muitas coisas, como a diversidade, costumes e tradições dos povos indígenas. Eu particularmente não aprendi somente sobre os costumes dos povos indígenas, mas também conheci várias obras e tradições do nosso Pará, como banho de cheiro, entre outras", comentou.

Segundo a vice-diretora pedagógica da escola, por meio da arte, o 13ª Café Literário ultrapassou barreiras além do aprendizado dentro da sala de aula. "Esse Café Literário, eu fiquei muito feliz porque foi além de um projeto interdisciplinar. Nós temos dois alunos autistas, irmãos inclusive, e eles participaram da peça. Outro estudante cadeirante também participou da peça e eu fico feliz porque é isso que a gente chama de inclusão, a gente não fica apenas no discurso, mas na participação efetiva dos nossos estudantes dentro do contexto da dinâmica escolar. Eu acho isso muito importante. Além disso, ver estudantes que passaram por crises de ansiedade severas, enfrentando o público e representando a sua turma nas peças mostra a importância desse projeto também", comentou Jacqueline Reis. 

Texto de Fernanda Cavalcante / Ascom Seduc