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Pássaros Juninos e Cordões de Pássaros e de Bichos se apresentam no Teatro Waldemar Henrique

O Pássaro Junino não apenas entretém, mas também preserva e celebra a cultura amazônica, destacando a criatividade e a identidade dos povos paraenses.

Por Helena Saria (FCP)
17/06/2024 18h50

De 18 a 23 de junho, o Teatro Experimental Waldemar Henrique será palco de apresentações dos Pássaros Juninos e Cordões de Pássaros e de Bichos, programação que faz parte do Arraial de Todos os Santos 2024. Durante 6 noites, 17 grupos, selecionados pelo edital 2024, mostrarão a riqueza cultural dos pássaros, essa rica expressão da cultura popular paraense.

O Pássaro é uma expressão cultural que combina elementos amazônicos e personagens que retratam a identidade cabocla, indígena, ribeirinha e urbano-periférica, e reflete a realidade sociocultural e as questões ambientais do estado. Influenciado pelo teatro europeu da belle époque, este estilo único mistura a sofisticação da ópera com a cultura dos povos amazônicos.

A expressão tem dois formatos: os pássaros são espetáculos completos, divididos em vários atos, com troca de figurinos e cenários, guiados por uma temática central. Este formato é conhecido como melodrama fantasia. Já os cordões de pássaros e de bichos apresentam uma dinâmica diferente, com o grupo em meia-lua no palco, a performance ocorre em um único ato, sem troca de figurinos ou cenas. Cada personagem narra histórias através de músicas, em uma forma conhecida como teatro cantado. Este formato pode ter como personagem central um pássaro ou outro bicho.

Neire Lopes, do pássaro Japiim, explica que o grupo é relativamente novo, de 2017. “Quando pensamos em criar um grupo de pássaro japonês, observamos que estava havendo um declínio dessa cultura, dessa linguagem teatral genuinamente paraense. Então, a partir disso, colocamos algumas questões, por exemplo, nossos ensaios são em lugares públicos, praças, onde a gente acredita que consegue fomentar platéia para essa cultura, e também reforça a questão da valorização. No nosso grupo temos pessoas com deficiências e pessoas de várias idades, então o grupo propõe a inclusão e a interação geracional, que são coisas fortes e necessárias para a gente trabalhar”, explica.

Já Wanderlei Castro, representante do pássaro Rouxinol, conta que o ponto de cultura pássaro junino Rouxinol foi fundado em 1907 e seu fundador foi o senhor Joaquim Ponte Souza, popularmente conhecido como Neco. “Em 1930 passou para minha avó, a professora Julieta Malcher de Castro, que levou este grupo com muito luxo. Ela levou o grupo, nos dois primeiros anos, só com mulheres, depois incluiu os homens no terceiro ano. O Rouxinol foi inclusive assunto de uma matéria de uma revista americana na mão dela”, explica o guardião.

“A partir de 1960, o Rouxinol foi campeão dez anos consecutivos dos concursos do pássaro. Em 1985, o Rouxinol parou, por conta do falecimento da minha avó. Ficou 15 anos ausente da quadra e retornou no ano de 2000, já tendo como guardiões meu irmão, Edvaldo Rodrigues, e eu, e ensaiado pelo meu tio, Benedito Moraes. Já estou como guardião há 24 anos, e este ano estamos com a peça “O nascer dos pássaros - da arrogância à conversão”, onde vamos ensinar como se deu os pássaros no Pará, e depois a plateia é convidada a assistir a história de um barão muito arrogante, que só acreditava na riqueza, e que ao se ver pobre, pede auxílio de Deus, apesar de ser ateu. É uma peça muito bonita e convido todos a assistir”, conclui.

O Pássaro Junino não apenas entretém, mas também preserva e celebra a cultura amazônica, destacando a criatividade e a identidade dos povos paraenses. Este evento no Teatro Waldemar Henrique é uma oportunidade para vivenciar uma tradição que mistura arte, história e natureza, refletindo as complexidades da Amazônia. Venha prestigiar essas apresentações que reafirmam a importância das culturas populares do Pará.

Programação:

Dia 18 - terça-feira

- 19h: Cordão de Bicho - Peixe Bacu

- 20h: Pássaro Junino - Tanguará

- 21h: Pássaro Junino - Sabiá


Dia 19 - quarta-feira

- 18h: Cordão de Bicho - Oncinha

- 19h: Pássaro Junino - Ararajuba

- 20h: Grupo de Pássaros - Japiim


Dia 20 - quinta-feira

- 18h: Cordão de Pássaro - Tem-tem do Guamá

- 19h: Pássaro Junino - Rouxinol

- 20h: Pássaro Junino - Suindará


Dia 21 - sexta-feira

- 19h: Pássaro Junino - Beija-flor

- 20h: Grupo Junino de Pássaros - Tem-tem de outeiro

- 21h: Cordão de Pássaros - A garça


Dia 22 - sábado

- 18h: Cordão de Pássaros - O Bragantino

- 19h: Cordão de Pássaro - Pipira da água boa

- 20h: Pássaro Junino - Pequeno Guará

- 21h: Cordão de Pássaros - Uirapuru da Liberdade


Dia 23 - domingo

- 18h: Pássaro Junino - Colibri de Outeiro

- 19h: Pássaro Junino - Pavão

- 20h: Pássaro Junino - Papagaio real.