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Técnicos municipais do oeste paraense participam de capacitação em Sistemas Agroflorestais

A formação ocorreu em duas propriedades rurais de Altamira, na Região de Integração Xingu, reunindo profissionais das secretarias de Agricultura e Meio Ambiente

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
15/06/2024 00h00

Iniciativa destinada a promover desenvolvimento sustentável no oeste paraense, foi realizada nesta sexta-feira (14) a parte prática do Curso "Sistemas Agroflorestais (SAFs), Viveiros e Mudas Agroflorestais". A capacitação ocorreu em duas propriedades rurais do município de Altamira, reunindo técnicos das secretarias de Agricultura e de Meio Ambiente dos municípios da área de influência da Transamazônica (BR-230), na Região de Integração Xingu.

A atividade integra o Plano de Desenvolvimento Regional Sustentável (PDRS) do Xingu, conduzido pelo Consórcio Intermunicipal da Transamazônica e Xingu (CIDS) e pela empresa Flora Amazônia, com apoio do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio). A iniciativa visa capacitar técnicos municipais, permitindo uma gestão mais eficiente e sustentável dos recursos agroflorestais.

Durante a capacitação, os participantes tiveram a oportunidade de observar exemplos de doenças que afetam o cacaueiro, além de aprender estratégias para conter o avanço de pragas. A parte prática do curso proporcionou uma vivência essencial para os técnicos, que identificaram in loco características das doenças e os métodos de manejo adequado.

O evento contou com a participação do doutor em Fitopatologia pela Universidade Federal de Viçosa (UFV) e professor efetivo da Universidade Federal do Pará (UFPA), Miguel Alves. O especialista esclareceu dúvidas dos técnicos e apresentou medidas eficazes para combater doenças que comprometem a produção de cacau, destacando a importância da prevenção e do controle fitossanitário.

“Na oportunidade, também falamos um pouco das pragas, como o Monalonion, a lagarta e a tripes. E, felizmente, pudemos mostrar isso em campo, inclusive com a armadilha, experimento de alunos da pós-graduação, que estão colocando para capturar essas pragas. De certa forma, a gente fez um apanhado geral para eles identificarem quando é uma praga, quando é uma doença, qual a forma de fazer a diagnose para ter os melhores métodos de controle”, informou o especialista.

Recuperação florestal - O gerente do Escritório Regional do Xingu do Ideflor-Bio, Israel Oliveira, agrônomo e especialista em Gestão de Recursos Florestais Amazônicos pela UFPA, enfatizou a qualidade do serviço que será prestado às comunidades que, segundo ele, estão, de fato, reflorestando a região. 

“Agora é possível ter áreas degradadas recuperadas, e a gente fica feliz de ver que essa é a modalidade do Prosaf (Programa de Sanidade em Agricultura Familiar), o qual o Ideflor-Bio desenvolveu em parceria, claro, com outras instituições. De forma que isso chegou a um modelo prático, acadêmico e técnico, mas também que o agricultor entenda a linguagem de campo. Isso significa maior renda para os produtores, maior segurança alimentar, maior qualidade do serviço. É o governo do Estado, são as prefeituras, o CIDS, cada um desenvolvendo o seu papel, e o Pará saindo na frente na questão ambiental”, enfatizou o gerente.

Intercâmbio - A capacitação foi além das questões fitossanitárias. Os técnicos aprenderam sobre o desenvolvimento e manutenção de viveiros e mudas agroflorestais, essenciais para a restauração de áreas degradadas e o incremento da produtividade agrícola de forma sustentável. A troca de experiências entre os participantes e os especialistas foi um dos destaques do evento.

Para a gerente de Produção e Apoio aos Arranjos Produtivos Florestais do Ideflor-Bio, Laura Dias, o curso oferece experiências, materiais novos, conhecimentos adquiridos em projetos já implantados pelo Ideflor-Bio para comunidades com potencial produtivo na região, responsável pela maior produção de cacau no Pará. “Esses técnicos, estando capacitados para fazer a melhor assistência ao campo desses produtores, incentivam cada vez mais a produção. O Ideflor-Bio participa disso, incentivando cada vez mais experiências exitosas de transferência de conhecimento”, frisou Laura Dias.

Ao final da capacitação, os participantes receberam certificados. Segundo o coordenador do Projeto 061-2015 do PDRS-X, Maxwell Medeiros, a capacitação fortalece a região e os técnicos que trabalham nos municípios, para que levem o conhecimento até cada produtor.

“Atualmente, a proposta é atender 30 famílias em cada município do território do Xingu e da Transamazônica. O curso desta semana foi praticamente o início do projeto. Estamos com a proposta de executar uma formação em cada município. Vamos ter dez treinamentos, para incluir também os produtores. Vamos capacitar também os agricultores sobre os SAFs”, informou.

Incentivo - No encerramento, Maxwell Medeiros entregou dois trados holandeses a cada técnico das secretarias Municipais de Meio Ambiente. Os equipamentos são essenciais para a coleta de amostras de solo, que serão enviadas para análise laboratorial. A partir desses resultados, será possível implementar estratégias mais precisas para a correção e melhoria da qualidade do solo.

Os técnicos municipais aprovaram a capacitação e destacaram a importância dessas iniciativas para a melhoria da gestão ambiental e agrícola na região do Xingu. A expectativa é que os conhecimentos adquiridos durante o curso sejam aplicados em projetos locais, contribuindo para um desenvolvimento mais sustentável e integrado.