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’Trote Ecológico’ marca cadastro de novos extrativistas para coleta da castanha-do-pará na Flota Trombetas

Ação resultou no plantio de 129 mudas, sendo 86 de castanha-do-pará e 43 de cumaru

Por Vinícius Leal (IDEFLOR-BIO)
14/06/2024 16h36

O Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) promoveu um “Trote Ecológico” na Floresta Estadual (Flota) do Trombetas, em alusão ao cadastramento de novos extrativistas para a coleta da castanha-do-pará. A ação, que integra as atividades do “Junho Verde”, resultou no plantio de 129 mudas, sendo 86 de castanha-do-pará e 43 de cumaru, reforçando o compromisso com a preservação ambiental e a sustentabilidade na região oeste paraense.

A programação incluiu três dias dedicados ao cadastramento de novos coletores de castanha-do-pará. O objetivo foi garantir que mais moradores da região possam participar do processo extrativista de forma organizada e sustentável, assegurando a geração de renda e a preservação da biodiversidade local. Após o cadastramento, os novos extrativistas participaram do “Trote Ecológico”, plantando mudas e se familiarizando com as práticas de manejo sustentável.

O evento foi coordenado pela Diretoria de Gestão e Monitoramento de Unidades de Conservação (DGMUC) do Ideflor-Bio, por meio da Gerência da Região Administrativa da Calha Norte II (GRCNII). A ação contou, ainda, com a parceria da Associação dos Castanheiros da UC de Jamaracaru (Acaje) e da Universidade Federal do Oeste do Pará (Ufopa) Campus de Oriximiná.

Bioeconomia - Até o mês de junho, a Unidade de Conservação (UC) já havia registrado a coleta de 6 mil sacas de castanha-do-pará, com a expectativa de alcançar 8 mil sacas até o final de julho. Esse volume representa um impacto significativo na economia local, gerando cerca de 2 milhões de reais em renda para mais de 500 extrativistas. A atividade extrativista não só promove a bioeconomia, mas também contribui para a manutenção da floresta em pé.

De acordo com o titular da GRCNII, Ronaldison Farias, o trote ecológico teve como objetivo principal sensibilizar os novos extrativistas sobre a importância do plantio e da conservação das espécies nativas, como a castanha-do-pará e o cumaru. A iniciativa busca assegurar que as futuras gerações possam continuar beneficiando-se dos recursos naturais de forma sustentável. As mudas plantadas durante a ação servirão para repor e expandir a cobertura vegetal da Flota Trombetas.

“A participação da comunidade extrativista foi fundamental para o sucesso da ação. Estamos comprometidos em garantir que a atividade extrativista seja sustentável e beneficie a todos os envolvidos, especialmente as famílias que dependem desse recurso para sua subsistência”, afirmou Ronaldison Farias, que também acredita que a inclusão de novos extrativistas reflete o crescimento e fortalecimento da cadeia produtiva da castanha-do-pará na região.

Aprendizagem - Além de promover a sustentabilidade, o “Trote Ecológico” também teve um caráter educativo. Os novos extrativistas receberam orientações sobre as técnicas de plantio, manejo e colheita de castanhas, bem como sobre a importância da conservação ambiental. A troca de conhecimentos entre os veteranos e os novatos foi um dos pontos altos do evento, fortalecendo os laços comunitários e o compromisso com a preservação da floresta.

A parceria com a Ufopa trouxe uma dimensão acadêmica à ação, proporcionando uma base científica para as práticas adotadas. Pesquisadores da universidade compartilharam estudos e experiências sobre o manejo sustentável da castanha-do-pará, contribuindo para a formação dos novos extrativistas e o aprimoramento das técnicas utilizadas na UC. Essa colaboração entre academia e comunidade é essencial para o desenvolvimento sustentável da região.

O titular da DGMUC, Ellivelton Carvalho, disse que os resultados positivos da ação reforçam a importância de iniciativas como o “Trote Ecológico” para a conservação ambiental e o desenvolvimento econômico sustentável. “O Ideflor-Bio e seus parceiros continuam comprometidos em promover ações que integrem a preservação dos recursos naturais e a melhoria da qualidade de vida das comunidades locais. A expectativa é que, com o engajamento de todos, a Flota Trombetas continue sendo um exemplo de manejo sustentável e conservação da biodiversidade”, enfatizou o diretor.

Novas edições do “Trote Ecológico” já estão sendo planejadas, com a meta de envolver ainda mais membros da comunidade e ampliar as áreas replantadas. A Gerência da UC avalia que a iniciativa se consolidou como uma ferramenta eficaz para sensibilizar a população sobre a importância da preservação ambiental e para garantir a continuidade das atividades extrativistas de forma sustentável na região oeste paraense.