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AGROPECUÁRIA

II Sigema debate a importância de alinhar turismo, artesanato e gastronomia

Por Camila Botelho (SEDAP)
07/06/2024 22h11

O Seminário Internacional de Indicações Geográficas e Marcas Coletivas do Pará (Sigema) realizado através da Secretaria Estadual de Desenvolvimento Agropecuário e da Pesca (Sedap), dialogou nessa tarde, 7, no Sesc Ver-o-Peso a importância de unir o turismo, artesanato e gastronomia e como eles juntos podem formar uma grande parceria na visibilidade e oportunidade dentro da Indicação Geográfica (IG). 

Na mesa redonda, mediada pela coordenadora do Fórum de Indicação Geográfica e Marcas Coletivas (MC) e engenheira agrônoma da Sedap, Márcia Tagore, o professor da UFPA e Turismólogo, Álvaro Santo, iniciou contando como surgiu o projeto de IG no Pará e que foi primordial ter parceiros com a mesma proposta para fortalecer a IG e MC.   

Santo explicou que foi feito um estudo no qual seria necessário trabalhar 14 segmentos produtivos e dentre eles, turismo e gastronomia. "Só seria possível desenvolver o turismo do estado com qualidade se fosse incorporada na sua proposta, a gastronomia, como a farinha de Bragança, o queijo do Marajó e levantar produtos comerciais que tinham grande potencial como o feijão manteiguinha de Santarém e mel de São João de Pirabas". Finalizando a sua fala, o turismólogo deu exemplo de um prato com indicação geográfica de alta qualidade unindo a cuia de kumatê, tucupi de Vigia, goma de Santa Isabel e um bom jambu de produção orgânica representando assim o melhor da gastronomia paraense. 

A segunda palestrante da mesa, Natascha Santos, da Semas abordou sobre a farinha de Bragança e que há três pilares para um bom funcionamento do turismo comunitário: propriedade econômica, sustentabilidade ambiental e justiça social. "O turista é estimulado, a farinha de Bragança foi uma estratégia de turismo a indicação geográfica para depois ser agricultura familiar e assim poder renovar o produto Bragança na promoção do município para não ficar somente no âmbito urbano". 

Natascha observou a importância da gastronomia como forma integrativa, educativa, viável e que precisamos entender a farinha como uma base alimentar com qualidade e com IG. E o Artesanato no turismo é conhecido como produção associável e que o turista volte para casa com um pedaço de experiência com ela.

Bruna Luisa da Associação dos Produtores de Leite e Queijo do Marajó (APLQ) argumentou que a IG é extremamente relevante para abrir fronteiras para um produto que era visto apenas de maneira ilhada na região e que queijo do Marajó é um alimento que é feito no território único no mundo, que é o arquipélago do Marajó. Além dos paraenses estarem redescobrindo o Marajó, a reconexão de falar com as nossas origens e ressignificando tudo que nos pertence. "O queijo do Marajó é legitimamente brasileiro, pois está inserido nesse território que é único e esse saber fazer está nas nossas famílias há muitos anos".   

Bruna completou que quando se fala na gastronomia paraense através desse alimento, da cadeia produtiva do Marajó está inserido o queijo do Marajó e filé de búfala. "A IG vem para oportunizar e dar também visibilidade para que os nossos mestres queijeiros, nossos chefes".  
Neida Rego, da comunidade Coroca, de Santarém comento sobre o comprometimento do evento e elogiou as palestras, principalmente quando se falou em base comunitária e que ela participa da criação de quelônios como base do turismo e que serve também como base ambiental e estudantes universitários para pesquisas. "Nós temos muito cuidado na nossa região para que não possamos perder nossa originalidade".  

Após as palestras foi aberta o segundo dia de vendas de produtos de IG na área do Boulevard da Gastronomia com mais desfiles de moda, cozinha show e show de Félix Robato.