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Governo participa do plantio da muda de nº 3 milhões em fazenda de remoção de carbono em Mãe do Rio

Projeto está alinhado com o PRVN, plano que irá recuperar 5,65 milhões de hectares de terra até 2030

Por Igor Nascimento (SEMAS)
05/06/2024 20h57

No Dia Mundial do Meio Ambiente e reforçando a liderança do estado na preservação ambiental, o governador do estado, Helder Barbalho, fez a plantação simbólica da muda de número 3 milhões de um projeto de remoção de carbono por reflorestamento localizado no município de Mãe do Rio, no nordeste do estado.

O projeto, localizado na Fazenda Turmalina, está alinhado aos objetivos do Governo do Pará estabelecidos no Plano de Recuperação da Vegetação Nativa (PRVN), por meio do qual o Estado irá recuperar 5,65 milhões de hectares de terra até 2030, e no Sistema Jurisdicional de Redução de Emissões por Desmatamento e Degradação florestal (REDD+), que está em plena construção em conjunto com os povos da floresta.

O PRVN, lançado pelo Governo do Pará na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (COP) de Dubai, em 2023, tem como uma de suas ações prioritárias o fortalecimento dos negócios da restauração florestal, criando um ambiente favorável para o investimento privado.

“O restauro e o reflorestamento certamente representam uma nova vocação para o estado do Pará. Nos podemos fazer da captura de carbono da atmosfera uma nova economia que gera empregos verdes por meio de uma atividade que está em sintonia com a natureza. Esse exemplo aqui é aquilo que temos defendido. Antes, aqui havia uma atividade de pecuária que gerava 10 empregos e que agora traz rentabilidade, recupera as áreas com floresta e já gera 30 empregos, mobilizando a mobilidade local. E isso é uma atuação que envolve a sociedade, atividades públicas e que envolve atividades privadas, portanto conciliando vocações”, afirmou Helder Barbalho. 

“Buscamos riqueza plena para os povos que vivem na floresta, valorizando comunidades indígenas, quilombolas, extrativistas, ribeirinhos e por aqueles que produzem nas cidades”, complementou o governador. 

No segundo semestre, faremos a primeira concessão de restauro de áreas públicas do Brasil e isso já está estruturado. Vamos conceder as áreas que ainda são floresta, para que sejam cuidadas, e teremos também a concessão de áreas de que foram floresta um dia e que os detentores dessas áreas terão que recuperá-las”, adiantou. 

O projeto em Mãe do Rio é desenvolvido pela empresa Mombak, startup de construção de créditos de remoção de carbono por reflorestamento. O evento, que contará também com a presença de autoridades do município, marca a conclusão do plantio da primeira fazenda de carbono da empresa na Amazônia. 

A programação incluiu a visita de autoridades às dependências do projeto, ocasião em que conhecerão todo o processo de plantio, os trabalhadores do projeto e a comunidade. 

Reflorestamento e biodiversidade - Um dos objetivos da empresa é reflorestar pastagens degradadas usando 100% de espécies de árvores nativas e biodiversas. Até 2035, a previsão é de que sejam removidos 20 milhões de toneladas de CO2 da atmosfera por ano, mais do que todo o mercado atual de remoção de carbono.

Valderi Monteiro, trabalhador florestal na fazenda Turmalina, em Mãe do Rio, disse que se sente orgulhoso pelo trabalho. “Esse trabalho pra mim é algo inovador. Plantar floresta é algo satisfatório porque eu sempre gostei de cuidar da floresta, de ter meu sítio, minhas plantações e quando surgiu essa oportunidade de plantar árvores eu entendi que é pra mim. Fui contratado e já tô há um ano plantando essas árvores e com o mesmo entusiasmo, desde a 1ª muda que plantei. Estamos colaborando com a conscientização não só no nosso Estado, mas no nosso país e até no mundo, portanto pra mim isso é muito satisfatório”, disse. 

“Em dias de trabalho normais a gente planta entre 1,5 mil e 2 mil mudas no dia, dependendo da área e da nossa logística de trabalho”, complementou. 

Peter Fernandez, CEO da Mombak, destacou a grandiosidade da iniciativa. “Esse projeto é o maior projeto de reflorestamento nativo e biodiverso da Amazônia. Aqui estamos vendo o nascimento de uma nova e grande indústria paraense que é a remoção de carbono. Não tem nenhum lugar do mundo melhor que o Pará para fazer reflorestamento e remover carbono da atmosfera. Essa é uma nova indústria que vai ser grande. A Bloomberg está prevendo que esse mercado vai gerar 1 trilhão de dólares por ano. Para comparação, o mercado de carne gera 500 bilhões por ano, então estamos falando de uma grande nova indústria onde o Pará é o melhor posicionado do mundo para aproveitar esse grande novo mercado, fazendo projetos de reflorestamento nativo e biodiverso em grande escala, que removem carbono da atmosfera, aumentam biodiversidade e criam muitos bons empregos”, disse. 

Sobre o projeto - A Mombak (“Fazer Acordar” em Tupi-Guarani) foi fundada em 2021 por Peter Fernandez (ex-CEO 99) e Gabriel Silva (ex-CFO Nubank). Com background de inovação, ambos se uniram para solucionar um dos maiores problemas do mundo: a mudança climática.

A Mombak chega ao mercado para ser a maior empresa de remoção de carbono de alta integridade e qualidade via reflorestamento. Num projeto inicial de US$ 100 milhões, a Mombak trouxe os maiores investidores do mundo para apoiar a remoção de carbono e mitigar a mudança climática.