Escola Estadual de Breu Branco potencializa componente de Educação Ambiental com criação de abelhas
A iniciativa expande o componente curricular de Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima e contribui na geração de renda de famílias
Com o objetivo de garantir experiências práticas para os estudantes do componente curricular de Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima ofertado pela Secretaria de Estado de Educação do Pará (Seduc), a Escola Estadual Marci Sebastião Nunes, localizada em Breu Branco, sudeste paraense, promove o projeto “Doce Futuro”, iniciativa que proporciona conhecimentos teóricos e práticos da atividade de meliponicultura - que é uma técnica milenar de criação de abelhas sem ferrão - , para formar estudantes em agentes multiplicadores da conscientização ambiental, desenvolvimento sustentável e bioeconomia.
Realizado na escola pela primeira vez a partir do componente de Educação Ambiental, o projeto teve início com uma turma de 25 estudantes de forma direta, além de envolver 229 outros de forma indireta, através das aulas de educação ambiental ministradas a todas as etapas de ensino da escola. "O projeto me chamou atenção sobre os cuidados que nós devemos ter com a natureza, que é a conscientização ambiental, a importância das espécies florestais, toda a nossa fauna e flora. Hoje, eu entendo que nós, seres humanos, somos responsáveis pela harmonia do nosso ecossistema", enfatiza Luiz Mário Pinon, estudante da 1ª série do Ensino Médio
A atividade da meliponicultura possui significância ambiental e econômica, promove a preservação da biodiversidade, a polinização de culturas agrícolas e a geração de renda em pequenas propriedades rurais, como explica o diretor da escola e responsável pelo projeto, Cosme Marcelo. “Esses alunos moram em pequenas propriedades rurais, sítios, chácaras, locais propícios para expansão do projeto. A intenção é que esses alunos possam, se quiserem, se tornar apicultores, meliponicultores e levar isso para sua pequena propriedade, envolvendo a família no projeto. Isso pode ser um fator de geração de renda para eles, que vão poder diversificar a atividade agrícola, agrária, que eles já desenvolvem”, enfatiza.
"É um projeto maravilhoso. Os nossos filhos terão a oportunidade de aprofundar o conhecimento sobre consciência ambiental, preservação de espécies ameaçadas de extinção e a importância dos agentes polinizadores. Nossa expectativa como pais é que nossos filhos tenham uma boa formação, voltem para o campo e os transformem em propriedades viáveis, sustentáveis e possam ser nossos sucessores", considera o agricultor, apicultor e meliponicultor, Ruberci Pinon, pai do estudante Luiz Pinon. Além de incentivar o filho a participar do projeto, ele dispõe de sua propriedade para visitas dos estudantes, onde possui uma criação em estágio avançado de abelhas.
Etapas - Nos dois primeiros meses, maio e junho, são abordados conhecimentos teóricos, após esta etapa, a expectativa é que em agosto sejam realizadas visitas técnicas a meliponários locais; então começarão as etapas práticas no mês de setembro, com a construção e instalação das colmeias; nos meses seguintes, outubro e novembro, será realizado o monitoramento das colmeias e coleta de produtos apícolas; finalizando com a elaboração de relatórios e apresentação de resultados em dezembro. O engajamento dos estudantes, a qualidade dos trabalhos desenvolvidos e o impacto na vida da comunidade escolar, serão observados e avaliados de forma contínua.
Outros apoiadores do projeto "Doce Futuro" são: Instituto Federal do Pará (IFPA) de Tucuruí, a Universidade Federal do Pará (UFPA) de Tucuruí, a Prefeitura de Breu Branco, o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Agência de Defesa Agropecuário do Estado do Pará (Adepará), Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar), além do Instituto de Desenvolvimento Florestal e da Biodiversidade (Ideflor-Bio) e Promotoria de Justiça Agrária de Marabá.
Educação ambiental - A Secretaria de Estado de Educação (Seduc) oferece, desde o primeiro dia letivo de 2024, o componente de Educação Ambiental, Sustentabilidade e Clima em todas as etapas do ensino, de forma obrigatória nas escolas estaduais e por adesão nas redes municipais. A iniciativa compõe a Política de Educação para o Meio Ambiente, Sustentabilidade e Clima, que completa um ano nesta quarta-feira (5). Isso torna o Pará pioneiro na garantia de um componente curricular de Educação Ambiental, incentivando o surgimento de projetos como “Doce Futuro”.
Texto: Amanda Oliveira - Ascom/Seduc.