Uso terapêutico de jogos eletrônicos é tema de curso na Uepa
Os jogos de videogame, a princípio criados apenas para divertimento, hoje são capazes de estimular ganhos cognitivos e motores em crianças e adolescentes com problemas neurológicos. Para testar o uso terapêutico da ferramenta e os possíveis avanços em tratamento, a Universidade do Estado do Pará (Uepa) promove, de quinta-feira (10) a sábado (12), o curso Gameterapia: fundamentos para a prática. A abertura será às 18h.
As palestras, mesas redondas e atividades práticas ocorrerão no auditório de Dermatologia do Centro de Ciências Biológicas e da Saúde (CCBS), no Marco. Terapeutas ocupacionais da Uepa e de outras instituições estarão à frente das atividades, destinadas a acadêmicos, profissionais e interessados na área de terapia ocupacional. “Teremos demonstração com pacientes. Eles vão passar por análises de jogos. Vamos levar os games para sala de aula e fazer ações de simulação”, diz a coordenadora do Núcleo de Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva e Acessibilidade da Uepa, Ana Irene Oliveira.
O Núcleo de Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva e Acessibilidade da Uepa é o primeiro no Pará a oferecer gratuitamente tratamentos de reabilitação a crianças e adolescentes com paralisia cerebral e Síndrome de Down, por meio de jogos de aventura, corrida, esportes e danças, nos consoles X-Box e Nintendo Wii. A partir dos jogos, os pacientes executam jogadas de impacto no organismo. Os músculos são fortalecidos e há o estímulo das atividades cerebrais e aumento da capacidade de concentração e equilíbrio.
“Temos avanços tanto cognitivos quanto de memória, aprendizado, coordenação motora e repertório de movimento. Se percebo que uma criança tem perda de memória, temos um jogo específico para trabalhar isso. Temos tido ótimos resultados. Existem 32 publicações que envolvem artigos publicados, capítulos de livros e entrevistas”, diz o pesquisador do núcleo Hugo Cardoso de Almeida, 23 anos.
As sessões de Gameterapia ocorrem de segunda a sexta-feira, de 8h às 17h. O núcleo atende crianças e adolescentes com laudos e exames médicos que comprovem o diagnóstico de problemas neurológicos.