Seirdh participa de oficina formativa sobre abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes no Marajó
O evento foi promovido pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) em parceria com o Ministério das Mulheres e a Childhood Brasil
O Governo do Pará este presente, por meio da Secretaria de Estado de Igualdade Racial e Direitos Humanos (Seirdh), juntamente com a Secretaria de Estado de Segurança Pública e Defesa Social (Segup), na “Oficina Temática com Diagnóstico Participativo: Prevenção e Enfrentamento ao Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes”, promovida no último sábado, 18, pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania (MDHC) em parceria com o Ministério das Mulheres e a Childhood Brasil, no campus da Universidade do Estado do Pará (Uepa), no município de Salvaterra, no arquipélago do Marajó.
Para a diretora de Direitos Humanos da Seirdh, Verena Fadul, a participação da Secretaria foi fundamental na capacitação. “Foi importante porque se tratou de uma oficina, que realizou um mapeamento diagnóstico e formação dos agentes do sistema de garantia de direitos das crianças e adolescentes no estado e, particularmente, no Marajó. Então, foi uma formação, uma troca de experiências, um trabalho diagnóstico para ver o que precisa aperfeiçoar, no sentido de melhorar a atuação dos órgãos responsáveis pela proteção de crianças e adolescentes, especificamente na temática do abuso e da exploração sexual. Isso é um processo contínuo de diálogo, integração dos agentes da rede, de proteção e um processo contínuo de formação. E a Seirdh trata isso de forma transversal pela pauta de direitos humanos”, analisou.
A ouvidora nacional de Direitos Humanos, Luzia Cantal, destacou a importância da participação social e ressaltou a presença de integrantes do Fórum Permanente da Sociedade Civil do Programa Cidadania Marajó no encontro.
A coordenadora-geral de Enfrentamento às Violências do Ministério, Nayara Lopes, detalhou a metodologia da oficina. “A partir do levantamento e do diálogo com a sociedade civil, a ideia é endereçar políticas públicas e proteger crianças e adolescentes aqui no território do Marajó”, explicou.
A diretora de Proteção de Direitos do Ministério das Mulheres, Pagu Rodrigues, destacou o fator de invisibilidade das violências, especialmente contra meninas e mulheres, o que acarreta em cenários de revitimização das pessoas que sofrem esse tipo de abuso. “A gente veio aqui fazer uma qualificação a partir dessa perspectiva específica sobre como meninas vivenciam essas violências e quais são os direitos que elas precisam ter garantidos dentro desse processo”, avaliou.
“O grupo se reuniu para identificar quais são os dez maiores desafios e as soluções para enfrentar a violência sexual contra crianças e adolescentes, e a gente conseguir garantir a proteção integral dos direitos das crianças e adolescentes aqui no arquipélago do Marajó”, acrescentou Eva Dengler, representante da Childhood Brasil.
Dentre as principais necessidades apontadas pelo diagnóstico, estiveram a falta de capacitação continuada, casos de violência doméstica, dificuldade de realização de denúncias em áreas remotas, ausência de fluxo de atendimento, alta rotatividade de profissionais e a própria falta de um diagnóstico mais preciso sobre a realidade local.
Entre os participantes, estiveram conselheiros tutelares, lideranças comunitárias, estudantes e gestores públicos de diferentes regiões do Marajó. A comitiva no Marajó, que conta também com representantes dos ministérios da Saúde e da Integração e do Desenvolvimento Regional, além do Governo do Estado do Pará, ainda cumpre agenda nesta segunda-feira (20), quando o ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, irá ao município de Ponta de Pedras (PA) anunciar uma série de parcerias e políticas públicas voltadas à região.