Projeto da Seduc auxilia alunos com dificuldades de aprendizagem
Assimilar conteúdos em uma sala de aula não é algo tão fácil como parece à primeira vista. Muitos estudantes, nos anos iniciais da vida estudantil, apresentam dificuldades de aprendizagem, mas casos assim podem ser revertidos com a atuação de profissionais da educação. Essa atitude por parte dos educadores é incentivada pela Secretaria de Estado de Educação (Seduc), por meio do projeto Todos Aprendem, desenvolvido em parceria com o Instituto ABCD, como parte do Pacto pela Educação, conjunto de ações coordenado pelo Governo do Estado em parceria com prefeituras municipais, instituições, empresas, mecanismos e entidades.
Um grupo de 260 professores da rede pública estadual de ensino e de escolas municipais da Grande Belém acaba de ser treinado em programação que beneficia estudantes de famílias de baixa renda, na faixa de 6 a 9 anos de idade, combatendo a evasão escolar. As atividades da formação dos professores ocorreram nas escolas estaduais Visconde de Souza Franco e Orlando Bitar, abrangendo aulas práticas aos docentes e atividade coordenada pela Diretoria de Educação Infantil e Fundamental.
A fase 2 do projeto começou em agosto, envolvendo professores do primeiro ao terceiro ano do ensino fundamental, para atuar com alunos com dificuldade de aprendizagem, principalmente na dislexia. Em 2014, ocorreu a parte conceitual do projeto. Segundo a coordenadora local do Todos Aprendem, do Instituto ABCD, Márcia Araújo, a formação serviu para que os docentes aprendessem a atuar na identificação de estudantes com dificuldade de aprendizagem.
“Para se criar estratégias de intervenção para ajudar essa criança, é preciso saber onde ela está, as dificuldades que tem, qual é o pré-requisito que ela ainda não aprendeu para poder avançar no aprendizado. Fazemos a sondagem para saber o que a criança apresenta em lateralidade, aspecto social, identificação de letras, número, enfim, o que a gente chama de pré-requisitos”, diz Márcia Araújo.
Avanços - Muitos estudantes foram identificados com dificuldade de aprendizagem pelos professores durante a formação docente. “Dificuldade nesse caso não é que a criança tem um problema, é algo temporário que impede a criança de avançar e pode ser identificado na sondagem que uma criança não apresenta um determinado pré-requisito fundamental para aprendizagem. No momento que você identifica a situação e trabalha com a criança, ela avança na aprendizagem”, afirma.
O processo de atenção, concentração, por parte do aluno é fundamental. Quando os professores identificam casos de deficiência na aprendizagem e passam a adotar metodologias específicas, acabam contribuindo para que os demais estudantes aprendam de outra forma, aproveitando os sentidos do ser humano. Relacionamento conturbado em casa, má alimentação e falta de sono adequado atrapalham o aprendizado da criança.
A professora Odenise Rodrigues, da Escola Estadual Fé em Deus, em Icoaraci, atuou com cinco estudantes e percebeu melhoras no desempenho deles. “Observei avanços na leitura, na socialização com o grupo em sala de aula e no entusiasmo dos alunos com os estudos, com a escola”, conta. O professor Antônio Marcos de Souza, da Escola Estadual Espírito Santo, de Ananindeua, trabalhou com oito alunos com dificuldade de aprendizagem em uma única turma. “Dos oito com dificuldade, só existem agora dois, ou seja, seis melhoraram, e isso foi possível com os conhecimentos que adquiri”, salienta.
A dificuldade de leitura é uma barreira predominante para os estudantes, destaca a professora Regina Cruz, da Escola Estadual São Pio X, do Jurunas. “É fundamental o incentivo da família, porque se nota bem a diferença na aprendizagem do aluno que tem o apoio em casa daquele que não tem”, afirma a professora Aline Souza, da Escola Estadual Almirante Guilhobel.
