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Treino de Habilidades Sociais potencializa desenvolvimento de pessoas com TEA

Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (CETEA), serviço gerenciado pelo CIIR, funciona no bairro de Batista Campos, em Belém

Por Ascom (Ascom)
28/04/2024 10h22

Kattari Quadros em atendimento no Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (CETEA) em BelémNo mês dedicado ao 'Abril Azul', alusivo ao 'Dia Mundial de Conscientização do Autismo', data celebrada anualmente em 2 de abril, o Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, segue ações de educação em saúde para esclarecer as pessoas ainda mais sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA). O CIIR é referência no atendimento às Pessoas com Deficiência (PcD), e enfatiza o alerta sobre a importância do diagnóstico precoce de TEA para evitar futuros prejuízos à saúde.

Samilly Batista, coordenadora assistencial do Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (CETEA), serviço gerenciado pelo CIIR, destaca que o TEA, principalmente no quesito emocional, dificulta as relações socioemocionais em diversos âmbitos: familiar, amizades, no ambiente escolar e nos relacionamentos amorosos em se tratando de adolescentes e adultos. 

“O diagnóstico precoce ainda na fase de primeira infância é importante porque, neste momento, o cérebro tem maior neuroplasticidade, maior capacidade de fazer novas conexões, adaptar-se e receber estímulos. Ou seja, alcança habilidades com mais facilidade. Por isso a importância da intervenção precoce nos primeiros anos de vida”, observa Samilly Batista, coordenadora assistencial do Centro Especializado em Transtorno do Espectro Autista (CETEA). 

Atividades dos usuários assistidos pelo Grupo de Habilidades Sociais no Centro Especializado em Transtorno do Espectro AutistaA profissional observa que ocorrem muitos diagnósticos tardios de pessoas com TEA. “Às vezes, muitos sinais são mascarados, passam despercebidos ao longo da vida e a família não se atenta a eles, o que gera prejuízos à qualidade de vida do indivíduo. Quanto antes for fechado o diagnóstico e iniciadas as terapias necessárias, melhor será a qualidade de vida da pessoa”, evidencia.

O governo do Pará ao longo da atual gestão, com início no ano de 2019, implantou dispositivos de saúde com serviço multiprofissional centrado na pessoa que auxilia no desenvolvimento dos autistas paraenses, por intermédio de práticas baseadas em evidências científicas. 

O Cetea, em poucos meses de entregue para serviços de saúde à população, tem acolhido adolescentes e adultos com diagnóstico de TEA. Entre os jovens contemplados com o serviço do Centro, Kattari Quadros, de 29 anos, foi diagnosticada com TEA há dois anos, após avaliação médica no CIIR.

“O ápice da suspeita de TEA aconteceu em 2018 quando eu cursava o ensino superior, momento em que ficaram mais explícitas as minhas dificuldades sociais de comunicação, principal característica do autismo, mas até então, as pessoas viam o meu comportamento como apenas uma personalidade difícil”.

Grupo de Habilidades Sociais, semanalmente, promove ações práticas e acompanha pessoas com TEAA jovem explica que durante a adolescência convivia com uma série de diagnósticos. “De forma errada, recebia dos profissionais diagnósticos de síndrome do pânico, fobia social e Transtorno de Personalidade Borderline. Eu até realizava acompanhamento, mas não obtive resultado satisfatório. Somente piorava o meu comportamento”. 

Ela conta que quando recebeu o diagnóstico fechado veio um alívio, pois não sabia nomear o que estava vivenciando. Com isso, iniciou o acompanhamento pelo Sistema Único de Saúde (SUS) e, hoje, celebra o autoconhecimento.

“Hoje, sabendo o porquê das minhas atitudes, passei a entender capacidades e limitações. Por meio do diagnóstico, procurei meus direitos e acompanhamentos para melhorar minha qualidade de vida e, assim, conviver em sociedade”, ressalta a usuária, que possui o suporte da terapia de Habilidades Sociais inseridas em seu plano terapêutico, no Cetea, realizado uma vez por semana.

Kattari Quadros relata, ainda, que o diagnóstico tardio a atrapalhou no aspecto cognitivo. “Pelo diagnóstico ser tardio, eu não tenho a mesma neuroplasticidade de quando era criança, por isso, fica mais demorado o desenvolvimento. Mas acredito que ainda há tempo de aprender algumas habilidades sociais que são necessárias para convivência em sociedade. Por exemplo, na Psicoterapia, aprendo a gerenciar as emoções e organizar as atividades e rotinas”. 

Desde quando foi entregue, em janeiro deste ano, o atendimento humanizado no Cetea tem estimulado a autonomia dos usuários em todos os espaços do centro, como, por exemplo, o incentivo de assinarem o próprio nome na abertura dos atendimentos.

“A ideia surgiu devido a um usuário que vinha sozinho ao atendimento. Ele chegava com a sua documentação, assinava e nos dizia o serviço que procurava. A partir daí, eu comecei a planejar com as mães que quando os usuários chegassem ao Cetea eles realizassem a própria assinatura e entregassem a documentação, para dar início ao atendimento”, explica Roberta Pereira, auxiliar Administrativo e idealizadora da iniciativa.

Serviço:

O CIIR/Cetea/Natea pertence ao governo do Pará, sendo administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa). O Cetea funciona na Rua Presidente Pernambuco, nº 489, bairro de Batista Campos, em Belém.

O Natea fica na rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, no CIIR. Mais informações podem ser obtidas pelo telefone: (91) 4042.2157 / 58 / 59.

Texto de Tarcísio Barbosa / Ascom CIIR