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Governo mobiliza Tucuruí para construção do Pará 2050 em Encontro Temático na região

Evento segue até esta quarta-feira (10) com debates e propostas para a implementação de ações estratégicas na região de Integração Lago de Tucuruí

Por Bianca Buenaño (SEPLAD)
09/04/2024 12h33

O governo do Estado, por meio da Secretaria de Estado de Planejamento e Administração (Seplad), iniciou, nesta terça-feira (9), o sétimo encontro regionalizado temático para a construção do Pará 2050. Desta vez, no município de Tucuruí, região de Integração Lago de Tucuruí. 

O evento se estende até esta quarta-feira (10), e nesses dois dias de encontro serão discutidas e definidas a visão de futuro e as ações estratégicas que serão implementadas na região. 

“Estamos na Região de Integração Lago de Tucuruí, realizando o nosso sétimo Encontro Regionalizado Temático. A região é conhecida por sua vocação econômica no ramo do turismo ecológico, comércio, aquicultura e outros setores. O processo de construção do Pará 2050 é baseado na Constituição Estadual, que enfatiza o desenvolvimento social, econômico, ambiental e a justiça social. Nosso principal objetivo com esses dois dias de oficinas é trabalhar de forma integrada, envolvendo todos os poderes, sociedade civil, respeitando as especificidades locais, focando nas forças e trabalhando nas vulnerabilidades, para que assim, possamos construir o futuro que desejamos”, explicitou Railson Mota, Coordenador de Planejamento de Políticas Públicas da Seplad. 

O objetivo do encontro é observar os macros desafios educacionais, econômicos e ambientais da região e os demais entraves que retardam o desenvolvimento, para assim propor ações que auxiliem a superação através da implementação de políticas públicas alinhando o plano as transformações do mundo e da sociedade para que seja um documento em sintonia com as mudanças na dinâmica global e propiciar condições efetivas para a atração de investimentos privados e públicos.  

A região é composta por sete municípios, a exemplo de Breu Branco, Goianésia do Pará, Itupiranga, Jacundá, Nova Ipixuna, Novo Repartimento e Tucuruí, em uma área de 39.901 km², com 436.351 habitantes.

“Este é mais um passo do Pará 2050, e estamos aqui na região do Lago de Tucuruí para construir a visão de futuro e as ações estratégicas para esta região. Iniciamos esta etapa traçando os pontos fracos e fortes, com base nos quais estabeleceremos a visão de futuro e as ações estratégicas necessárias. Com o conhecimento local e a experiência das pessoas da região, poderemos alcançar o futuro desejado. Então essa etapa é muito importante, onde nós contamos com a colaboração das pessoas locais, da comunidade, da sociedade dessa região, para que possamos nos ajudar nessa construção", explicou Marinalva Cardoso, Coordenadora de Estatística da Fadesp. 

Potencialidades - O Pará planeja investir significativamente em melhorias na infraestrutura física (transportes, energia e comunicações) e social (educação, saúde e saneamento). No campo do turismo e Economia Criativa, será necessário realizar estudos de mercado, além de profissionalizar e qualificar os operadores. Os sistemas logísticos multimodais podem contribuir para o desenvolvimento de estruturas de verticalização na produção agrícola e mineral.

A região Lago de Tucuruí apresenta inúmeros pontos positivos, como:  estruturas industriais da Usina Hidrelétrica de Tucuruí e uma produção agropecuária baseada principalmente na criação de bovinos e equinos e na produção de leite, sua estrutura econômica indica uma forte concentração no setor industrial e uma baixa concentração na administração pública, ao contrário da maioria das demais regiões, na área científica se destacam as universidades públicas UEPA, UFPA e IFPA;  destaque também para a área tecnológica, o Parque Tecnológico do Lago de Tucuruí, vinculado ao campus da UFPA, no município de Tucuruí.

Algumas das projeções de potencialidades para a região focam na aplicação das receitas dos royalties hídricos em atividades estruturantes que promovam a diversificação produtiva e o fortalecimento e a verticalização das cadeias produtivas agroindustriais, principalmente no setor pecuário, destacando a possibilidade de desenvolvimento da rede de fornecedores de insumos e serviços para a indústria de geração e distribuição de energia.

“Primeiramente, agradeço pela oportunidade de participar desta audiência pública com a Secretaria de Planejamento, discutindo questões de extrema importância para os municípios do entorno do lago do Tucuruí.  O que precisamos agora são ações urgentes, principalmente para promover o desenvolvimento econômico e a geração de empregos nos municípios do entorno do lago. É necessário que nossos governantes estejam focados em criar oportunidades de emprego, aproveitando o potencial existente na região, seja no turismo, na área econômica ou na geração de empregos. Acredito que esse planejamento do Pará 2050 vai nos beneficiar em todos esses aspectos”, contou Roberto Barbosa, representante do Sindicato dos Produtores Rurais de Tucuruí.

Viabilidade das propostas - De acordo com o relatório consolidado da avaliação situacional das 12 regiões de integração feita pela Fundação de Amparo e Desenvolvimento da Pesquisa (Fadesp), para a viabilização das potencialidades apontadas, a região precisa criar mecanismos que propiciem o adequado direcionamento dos recursos das compensações socioambientais e royalties hídricos, de forma que essas receitas sejam efetivamente aplicadas em atividades estruturantes voltadas ao desenvolvimento sustentável de seus territórios, além disso, necessita de investimentos em logística e infraestrutura urbana que permitam o atendimento de suas demandas sociais e econômicas.

“Este encontro é uma oportunidade para a sociedade se manifestar sobre o que está acontecendo na região e sobre o que se pretende para o futuro. Considerando os conflitos ambientais e a influência dos empreendimentos na região, é importante que o Estado e o governo federal ouçam e atendam às demandas e necessidades das associações e entidades representativas da sociedade. Ao discutir e apresentar essas questões aos governantes, esperamos resolver esses problemas de uma vez por todas, especialmente com novos empreendimentos planejados, como o Canal do Lourenço. Confiamos que muitas dessas questões possam ser resolvidas antes mesmo de chegar a 2050”, falou  Esmael Rodrigues,  Representante apatur, Associação dos piscicultores, pescadores e impactados de tucuruí e região adjacentes. 

Partindo dos diagnóstico obtidos nos encontros, os eixos de atuação serão tratados levando em consideração cada dinâmica local, para que as forças sejam potencializadas e os maiores desafios sejam abordados com base em critérios técnicos, preservando a identidade local. Logo após o planejamento avançará para a penúltima fase que envolverá a elaboração do caderno de projetos estratégicos seguido pela conclusão do plano com a implantação do modelo de governança e gestão multissetorial. O próximo encontro será realizado na região da integração Carajás, município de Marabá.