Emater e Embrapa planejam implantação de Unidade de Referência Tecnológica para novos cultivos de feijão-de-metro
Uma parceria entre a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Pará (Emater-Pará) e a Embrapa Amazônia Oriental planeja a criação de uma Unidade de Referência Tecnológica (URT) para as novas cultivares de feijão caupi, do tipo feijão-de-metro que serão lançadas ainda este ano. A URT será instalada na Unidade Didática Básica (UDB) da Emater, em Bragança.
A implantação da URT garantirá a transferência de tecnologia; experimentos com as atividades e práticas dos agricultores familiares atendidos pela Emater em todo o Estado do Pará; valorização da produção local; incentivo à disseminação da diversidade de produção nas unidades dos agricultores familiares e geração de renda.
“A importância principal desta parceria é justamente consolidar a pesquisa com a extensão rural. A Embrapa é uma empresa pública de pesquisa renomada e a Emater Pará também é uma empresa renomada de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) pública, todas, a serviço e fortalecimento da agricultura familiar e o fortalecimento do desenvolvimento rural do nosso Estado, assim como da sociedade visando dar autonomia aos agricultores familiares, autonomia também às populações tradicionais que trabalham a cadeia produtiva do feijão”, frisou a Coordenadora Técnica (Cotec) da Emater, Cristiane Correa.
A unidade será uma área de multiplicação das sementes das duas cultivares. “A Emater ficará responsável pela multiplicação dessas sementes e possivelmente pela distribuição, uma vez que elas deverão ser objeto de políticas públicas para agricultura familiar”, contou o supervisor do Setor de Implementação da Programação de Transferência de Tecnologias da Unidade (SIPT) da Embrapa, Vladimir Bomfim.
As cultivares de feijão-de-metro BRS Lauré (grãos roxo-avermelhadas) e a BRS Raíra (grãos verde-oliva) serão novos produtos que serão lançados com grande expectativa pelo potencial produtivo e de inovação que estará à disposição do mercado consumidor da população paraense por meio da agricultura familiar.
“A instalação do campo de reprodução de feijão-de-metro da nossa unidade na UDB de Bragança se reverte numa inovação de tecnologia aonde você vai oportunizar o lançamento de novos produtos que tem como base produtiva aqui no nosso estado a agricultura familiar, além de estar levando uma nova opção de consumo para a sociedade possibilitando agregação de valor e de renda para esse agricultor”, destacou o engenheiro agrônomo da Emater, Kleber Perotes, que atua na Unidade de Ater, Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação (Uaterp) da Emater que fica localizada dentro da Embrapa.
Planejamento
Ainda no mês de abril, está previsto o início das atividades de instalação do campo de multiplicação das sementes das cultivares “Lauré e Raíra”. A atividade de campo segue todo um procedimento de acompanhamento técnico até chegar à fase de desenvolvimento das vargens que deve acontecer em meados de setembro.
“Nós pretendemos fazer um evento para apresentação das vargens porque é como o feijão-de-metro é apresentado à sociedade para consumo e nós esperamos promover um evento para que profissionais da gastronomia possam participar e apresentar alguns pratos mostrando como o produto pode ser consumido”, explicou Perotes.
Em novembro, a planta completa todo o ciclo de maturação, quando ocorrerá a colheita já das vagens maduras que serão destinadas para multiplicação. A partir desse processo será feita a seleção dos agricultores familiares que serão os multiplicadores dessas sementes. Serão esses agricultores localizados nas zonas produtoras de feijão-de-metro no estado os primeiros a serem beneficiados, eles irão produzir, multiplicar essas sementes e colocar o novo produto no mercado.
As tratativas para a implementação da URT estão se dando por meio de reuniões com representantes dos órgãos. O grupo discute ainda a implantação de outras Unidades de Referência Tecnológica para multiplicação de tecnologias sociais trabalhadas no Núcleo de Responsabilidade Socioambiental da Embrapa Amazônia Oriental (Nures), como Biofortificados, Sistemas Agroflorestais (SAFs) e saneamento rural, além da implantação de um jardim clonal de gliricídia.
Capacitação - As dependências da URT ainda poderão ser utilizadas como base para capacitações do corpo técnico da Emater. “Juntamente com essa parceria nós também dialogamos sobre a possibilidade da URT ser utilizada para a capacitação dos nossos técnicos, dentro da cadeia produtiva do feijão e também em outros tipos de tecnologia que a Embrapa tem consolidada”, disse a Coordenadora Técnica da Emater, Cristiane Correa.
Texto: Sarah Mendes/Ascom Emater