Iesp promove curso de inglês instrumental para preparação dos agentes de segurança pública para a COP 30
A turma inicial é composta por agentes do Sistema de Segurança Pública do Estado (Sieds) e Guardas Municipais da Região Metropolitana de Belém.
Pensando no aprimoramento dos agentes do Sistema de Segurança Pública para a Conferência das Partes (COP 30), que trata sobre as mudanças climáticas e será realizada em novembro de 2025, em Belém, a Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Estado (Segup), por meio do Instituto de Ensino de Segurança do Pará (Iesp), promoveu, na manhã desta segunda-feira (1) o início da capacitação piloto do "Curso Básico de Língua Inglesa para a COP 30". O projeto é destinado aos agentes de segurança pública, que já possuem experiência e fluência com a língua e atuarem como multiplicadores dentro dos órgãos do Estado e município que compõem a Região Metropolitana de Belém.
A Formação acontece no Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças (CFAP) da Polícia Militar. O curso é o primeiro de inglês instrumental presencial no Brasil voltado à área da segurança pública, finalizando sua primeira etapa na próxima sexta-feira, 5.
A capacitação é uma forma de viabilizar os atendimentos imediatos realizados pelos agentes durante a COP 30. Em decorrência da demanda internacional do evento, Walder Braga de Carvalho, coronel da Polícia Militar e Diretor do Iesp, explica que o curso está dentro do planejamento pensado pela Segup, através da resolução Nº 481/2024 do Conselho Superior do Iesp (CONSUP) para dar suporte às demandas do evento de forma ampla.
Walder Braga de Carvalho - Diretor do IESP"O grande diferencial desse curso é que vamos conseguir atingir várias corporações. Determinadas corporações estão produzindo para os públicos delas, mas nós atingiremos todos os órgãos do Sistema envolvidos diretamente com a COP 30", disse.
Integração - A primeira turma do curso é integrada por 21 alunos representando o Corpo de Bombeiros, Departamento de Trânsito do Estado (Detran), Guardas Municipais de Belém e Ananindeua, Polícia Científica, Polícia Civil, Polícia Militar e Secretaria de Estado de Administração Penitenciária (SEAP).
Em caráter experimental, as aulas iniciais tem como finalidade definir o material didático do curso voltado às especificidades das demandas e termos técnicos em inglês de cada órgão de segurança, além de formar agentes multiplicadores.
O pré-requisito para a participação no curso é a fluência em inglês e experiência prévia na docência, para assim definir o material didático final, que utilizou como base a apostila de capacitação "English For Law Enforcement", produzida pela professora e investigadora da Polícia Civil Elen Silva.
Elen Silva - Investigadora da Polícia Civil Idealizadora da qualificação, Elen possui formação em Letras, Língua Inglesa, e especialização em neuropsicopedagogia. Com 18 anos de experiência na docência, a apostila foi inicialmente voltada para atender o inglês instrumental voltado para a linguagem da Polícia Civil, mas que tem a possibilidade de adequação a outros órgãos.
"Os termos de segurança pública são específicos, e, por isso, não é como um curso de idiomas qualquer. Ele é voltado à segurança pública, porque nós possuímos termos de crime, penalidade e palavras muito específicas que só quem realmente é agente de segurança pública tem o conhecimento. Mas é diferente de você ter o conhecimento de atuar e o conhecimento de transpor isso para a língua inglesa, e por isso que essa troca é importante: para que possamos fazer os ajustes", disse a investigadora.
Elen também ressalta que a ampliação do curso, com a integração de vários profissionais para a elaboração do material didático, seria possível entender os mecanismos de funcionamento de cada órgão. Ao todo, cada força de segurança possui três representantes, visando integrar o máximo de informações possíveis para o atendimento ao público. "Todos aqui são fluentes em língua inglesa e todos têm alguma experiência em docência. Nem todos já deram aula de inglês, mas deram aula de outras disciplinas e têm conhecimento metodológico de ensino e vão somar nesse projeto para que ele seja implementado", finalizou a investigadora.
Mário Guzzo - Gerente de Inteligência da Polícia Científica do ParáPara Mário Guzzo, perito criminal da Polícia Científica, a principal diferença do projeto está na elaboração do conteúdo a ser feita, desde o princípio, pensando na realidade do sistema de segurança. Com experiência na docência na juventude e pós-graduação no exterior, ele pontua que a formulação do material didático final passa pela avaliação de quem compõe o Sistema de Segurança Pública do Estado (Sieds) e Guardas Municipais é essencial para atender as demandas de um evento internacional. “Nós iremos receber muitas pessoas de fora e podem acontecer ocorrências, com drogas ou até mortes, por exemplo, que tenham que passar pela polícia científica e por exames de perícias. Pensando desta forma, temos que ter os agentes preparados para poder receber esse usuário”, concluiu.
Texto: Esther Pinheiro (Ascom/Segup)