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No Hospital Abelardo Santos, mulheres estão no comando, no cuidado e na assistência

Maior unidade de saúde do Governo do Pará, o HRAS é cenário para histórias de superação, força e determinação de profissionais que atuam em vários setores

Por Governo do Pará (SECOM)
07/03/2024 18h27

Não foi uma tarde de segunda-feira comum. Foi mais um dia frenético na luta contra um vírus desconhecido, que despertava medo e angústia na população do planeta. No dia 4 de maio de 2020, a enfermeira Keiza Trindade atuava na linha de frente no combate à pandemia de Covid-19, no Hospital Regional Dr. Abelardo Santos (HRAS), no distrito de Icoaraci, em Belém, quando teve de administrar mais uma situação desafiadora na carreira.

Em vários setores, as profissionais de saúde reforçam a importância dos serviços oferecidos na rede públicaUma mulher em trabalho de parto estava em um carro, à porta do Hospital, no atendimento exclusivo a pacientes com suspeita de infecção pelo coronavírus. Apesar de haver o risco de exposição ao contágio, a grávida Elizieth Pinto da Silva não teve opção a não ser pedir ajuda no HRAS.

"Quando eu entrei no veículo e fiz o toque nela, vi que não tinha como chegar ao outro hospital naquele momento. Foi muito rápido. O carro entrou e ficou ali mesmo no estacionamento. Eu falei: vai dar tudo certo. Eu sou enfermeira e vou te ajudar. Quando vier a contração, você faz força”, recordou a enfermeira Keiza.

Realização - De uma família de mulheres que consolidaram trajetórias na área da saúde, a enfermeira Keiza Trindade, 38 anos, destacou nesta quinta-feira (7) ter encontrado sua realização pessoal e profissional. Formada desde 2009, ela atua na área da saúde há 15 anos, sendo quatro no "Abelardo Santos".

“Eu sempre quis trabalhar com a saúde pública. Já me sinto realizada em ser mulher e poder trabalhar na profissão que escolhi. Agora, estou no setor de cuidados com a pele, onde junto com a equipe podemos proporcionar qualidade de vida, bem-estar e muitas vezes diminuir o período de permanência das pessoas dentro das enfermarias. Amo o que faço”, disse a enfermeira.

Com uma alegria expressa até no olhar, Ruth Almeida, 40 anos, trabalha no refeitório do HRAS há mais de dois anos, zelando pelas refeições servidas na unidade. Para ela, é uma honra cuidar de quem cuida. "Eu faço tudo com carinho, atendo profissionais, mãezinhas que almoçam aqui. Gosto que as pessoas sintam esse cuidado na hora da sua alimentação, pois é um momento muito importante. Sempre gosto de receber eles com sorriso espalhando toda minha simpatia", contou Ruth.

Elas no comando - As mulheres são a principal força de trabalho no setor da saúde no Brasil, conforme dados de 2020 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).  No "Abelardo Santos", elas também ocupam um lugar de destaque, e são mais de 80% do quadro funcional. Um grande exemplo é a direção da unidade formada, exclusivamente, por mulheres.

A mais nova na equipe é Aline Oliveira, administradora de empresas pela Universidade Salvador, especialista em Business Studies pela California State University, em San Francisco, Califórnia (EUA). Ela é a diretora-geral da unidade desde julho do ano passado.

“Ser mulher e liderar o serviço de mais de 2 mil profissionais, diretos e indiretos, em um setor que é tão sensível como a saúde pública, é um desafio diário, que carrego com orgulho e afinco, para levarmos à população uma assistência de qualidade e assertiva”, frisou Aline Oliveira, que tem ampla experiência em gestão e docência.

Responsável pelos profissionais da enfermagem, psicólogos, assistentes sociais, fonoaudiólogos e nutricionistas, a enfermeira Renata Oliveira é a diretora Assistencial do HRAS. “A enfermagem é o coração da assistência. Para aliar a técnica à gestão, é necessário ter uma visão holística para mitigar riscos, executando as legislações vigentes e captando recurso humano para o serviço. Exige muito, sem falar de metas ousadas pré-estabelecidas”, disse Renata, que começou na unidade como responsável pelo setor da Qualidade, até ocupar o cargo institucional da Mais Saúde, Organização Social que administra o "Abelardo Santos".

Mais médicas - Apesar da saúde pública ser predominantemente ocupada por mulheres, com mais de 60% delas nas funções, segundo o IBGE, a garra, o estudo e a determinação vêm mudando esse cenário. A sexta edição da Demografia Médica no Brasil 2023 aponta que o fenômeno da “feminização” da profissão já vinha sendo observado desde 2009 entre os recém-graduados, mas ainda havia, no total, 59,5% de homens e 40,5% de mulheres.

Em 2022, a proporção foi de 51,4% de médicos e 48,6% de médicas. Para 202,4 a projeção é de que 50,2% do total de médicos no País sejam mulheres.

A médica nuclear Bárbara Freire já atuou no serviço de ambulância, de urgência e emergência e ambulatório, até chegar à Direção Técnica do maior hospital do Pará. “Essa oportunidade é única. Quando se é mulher, todas as profissões se tornam mais desafiadoras, e na medicina não é diferente. Temos lutas diárias para conquistar nosso espaço e garantir nossos direitos, respeitando o próximo e a vida, sobretudo”, reiterou Bárbara Freire.

Texto: Ascom/HRAS