Governo do Estado entrega diplomas revalidados de medicina pela Uepa no Marajó
Na cerimônia, foram entregues 56 diplomas revalidados aos médicos estrangeiros ou formados em instituições de ensino superior fora do país
O Governo do Estado realizou nesta segunda-feira, 4, a entrega de 56 diplomas revalidados aos médicos estrangeiros ou formados em instituições de ensino superior fora do país que participaram, ao longo do ano de 2023, da etapa de Estudos Complementares, conduzida pela Universidade do Estado do Pará (Uepa), em 16 municípios do Arquipélago do Marajó.
Por meio de uma iniciativa inédita, os revalidandos tiveram um ano de aprendizados práticos na ilha do Marajó, durante a segunda edição do processo de revalidação de diplomas, coordenado pela professora Regina Carneiro, que explicou sobre a experiência. "Esse segundo Revalida, que nós chamamos de 'estudos complementares', onde alunos que não conseguiram a média para o ter a revalidação, foram absorvidos pela Uepa. Neste ano, eles passaram nos municípios do Marajó, praticando a medicina sob a supervisão de um médico local e sob a orientação dos nossos professores de Medicina".
"O que nós estamos vivendo hoje, com a entrega desses diplomas e revalidados, é algo ímpar. É realmente um programa que ajuda muito, para além da formação específica na área médica, a complementação traz muitos aspectos que que vocês não estudaram, quando fizeram medicina no exterior", afirmou Clay Chagas, reitor da Uepa, que aproveitou a ocasião para exaltar a iniciativa do Governo do Pará, para contar que já esteve em Brasília onde levou o modelo dos Estudos Complementares para os Ministérios da Saúde e Educação, já que não tem no país um modelo como o praticado pela universidade.
Parceira da Uepa, a Fundação de Amparo e Pesquisa da Amazônia (Fapespa) apoiou a realização para que "a gente tenha um profissional habilitado, um profissional pronto para essas grandes exigências que a população do Marajó tem e merece ser atendida com qualidade. O governo do Estado vem fazendo isso desde 2019, atendendo o Marajó em todas as suas necessidades", afirmou Marcel Botelho, presidente da fundação.
Para o governador Helder Barbalho, que esteve presente no evento, “é muito importante a integração dos nossos órgãos de conhecimento".
"Esta integração dos nossos órgãos de conhecimento, órgãos de pesquisa são muito importantes para otimizar os investimentos e, acima de tudo, trabalhar de maneira coordenada para que as políticas públicas possam efetivamente serem implementadas em favor do nosso Estado", destaca o governador.
Ainda durante o evento o chefe do Executivo Estadual, destacou que a integração entre os órgãos é fundamental para trazer os resultados necessários.
"Esta política pública aqui é fruto desta integração, da integração da Universidade do Estado, da integração da Fundação de Amparo e Pesquisa e da coordenação da Secretaria de Saúde do Estado junto com as secretarias municipais, a partir da necessidade da demanda".
Estudos Complementares
Em janeiro do ano passado, os candidatos que receberam os diplomas revalidados no dia de hoje, 4, realizaram a matrícula para a etapa dos Estudos Complementares. Nesta fase, os revalidandos tiveram um ano de aprendizados teóricos intercalados com as atividades práticas, com carga horária total de 1.760 horas, na área de Saúde da Família e Comunidade, durante o período de 12 meses, que encerrou no início deste ano. Após a realização de novos exames, os revalidandos alcançaram a nota para ter o documento revalidado.
Formado na Rússia, Rodrigo Prado revalidou o diploma pela Uepa após um ano na cidade de Muaná. Para ele, a experiência de atender a população ribeirinha é o que vale para a profissão. "Nós realmente sentimos a importância de ser médico, de contribuir para essa população e com a presença do médico naquela localidade. Então pra mim a experiência da Uepa foi maravilhosa, tanto é que eu estou alocado e pretendo continuar em Muaná".
Aline Beltrão, técnica em enfermagem e paciente do município de Cachoeira do Arari, a presença dos revalidandos vieram "para somar para a nossa comunidade, porque eles não se preocupam só em nos ouvir, eles se preocupam em investigar, ter cuidado em avaliar, examinar, ter um carinho especial".
Lúcio Mauro Boaventura Latour, formado na Cidade do Leste, no Paraguai, apontou que, nesses 12 meses, ele conseguiu aprimorar os seus conhecimentos na área de atenção primária à saúde. "Eu não tinha experiência em unidade básica de saúde e isso foi importante para agregar conhecimento, levar saúde na atenção primária foi muito importante". Para ele, a "Uepa conseguiu proporcionar isso pra mim, além de eu conseguir também o processo de revalidação".
Além da formação e complementação dos estudos, os diplomas revalidados vão permitir o exercício legal da profissão em todo o território nacional. Segundo o reitor Clay Chagas, "o maior ganho de todos é a humanização de quem passou um ano no Marajó, atendendo a população, e vai sair um outro profissional. Isso não tem preço".
A Uepa realiza a revalidação e convalidação de diplomas desde 2017 para diversos cursos de graduação e pós-graduação. Entretanto, ainda não havia incluído o curso de Medicina. Em função da pandemia de covid-19, no ano de 2020, e da necessidade de mais profissionais da área da saúde para atuação no Estado, a instituição optou por ampliar o quadro de médicos no Pará e incluiu o curso de Medicina.
A participação da Uepa no processo de revalidação dos diplomas de Medicina se tornou mais uma ação que consolida a missão institucional, por meio do compromisso com a sociedade paraense em um momento de grande urgência.
Em maio de 2021, quarenta médicos graduados fora do Brasil receberam os diplomas revalidados pela Uepa, após um processo iniciado em outubro de 2020. No ano seguinte, em maio de 2022, foi lançado um novo edital para a revalidação dos diplomas de profissionais formados em Medicina no exterior. Após as fases realizadas entre e maio e dezembro, 75 candidatos receberam a nova documentação em cerimônia realizada em Belém, também com a presença do governador Helder Barbalho.